quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Dia da Terra, 22 Abril.

Earth Day – Salvando o Planeta ou a Humanidade?

Por: Revista sustentabilidade
Imagem: earthday network


Há cerca de quatro décadas, a civilização ocidental comemora o Dia da Terra (Earth Day) no dia 22 de abril, uma tomada de consciência cada vez mais urgente que nosso Planeta é tudo que temos para sobreviver.

Dias antes da data comemorativa, a redação da Revista Sustentabilidade, como a de qualquer veículo que trata do assunto meio ambiente e sociedade, começou a ser inundada por e-mails com sugestões de pautas e de artigos informando o que empresas, entidades e governos estão fazendo e propondo reflexões sobre este dia.

Como a questão da sustentabilidade do nosso planeta e de nossas sociedades é tema constante da cobertura do portal, não fizemos nenhum especial e demos atenção ao casos mais interessante ou que revelam alguma novidade em termos de proposta de solução.

Isso não quer dizer que desmerecemos o esforço de milhares de empresas que implementaram desde campanhas com consumidores até projetos de educação e conscientização de seus funcionários. Muito pelo contrário, a redação da Revista Sustentabilidade acredita serem válidas quaisquer iniciativas que sejam honestas e ajudem na tomada de consciência.Preferimos oferecer nossa reflexão sobre o tema.

Temos que deixar bem claro que o que está em jogo não é o planeta Terra em si, mas sim a sua capacidade de suportar a vida como a conhecemos e, especialmente, a sobrevivência da maioria dos 6 bilhões de seres humanos que aqui estão.

A Terra, devemos que repetir, vai continuar existindo e a vida na Terra também, de uma outra forma.

Estamos falando de preservar a Humanidade, ou a maioria dos seres humanos, do sofrimento que as mudanças climáticas estão causando com maior intensidade a cada ano que passa. É, no fundo, uma questão ética, que deve permear todas as ações humanas daqui para frente para incluir o maior número de pessoas possível e as gerações futuras num meio que lhes possa permitir dignidade, auto-determinação, liberdade e bem estar.

Ou seja, reduzir o sofrimento e permitir o básico do ser humano: direito à vida digna e plena e à felicidade.

Talvez chegamos ao um ponto de inflexão no nosso progresso ocidental. Atingir tal comportamento ético necessita de mudanças radicais no comportamento individual e coletivo das pessoas, das empresas e dos governos.

A responsabilidade tem que ser compartilhada entre sociedades e indivíduos; as ações das empresas têm que começar a olhar o bem comum e a cooperação tem que suplantar a competição na diplomacia dos governos.

A crescente adesão ao Dia da Terra mostra que mudanças estão acontecendo, mas, como qualquer aprendizado e mudança de comportamento, o sofrimento é inevitável.

Não o sofrimento dos outros, mas o sofrimento causado a si próprio pelo processo de autocrítica, rejeição de crenças do passado e o sofrimento da dúvida sobre a certitude do caminho escolhido. Sofrimento para indivíduos, empresas e sociedades.

O caminho trilhado até agora, que deu às corporações e empresas tanto poder, terá que ser mudado para incorporar no seu bojo uma nova visão do processo produtivo, da inovação, do lucro e da distribuição de resultados financeiros. Isso é importante, pois a maioria das pessoas trabalham em empresas e incorporam os valores das empresas.

O Planeta vai sobreviver sem a gente, como faz após a morte de cada geração, mas a Humanidade não vai trilhar um caminho mais ético se as gerações que estão no poder não iniciarem as mudanças necessárias.

Imagem: Participantes no Dia da Terra, 1970. Photo: EPA History Office Foto: EPA Instituto Histórico







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