terça-feira, 30 de setembro de 2008

A obra mais sustentável do mundo?

Obra de Renzo Piano cotada para ser a mais sustentável do mundo é inaugurada

Os setores da Academia de Ciências da Califórnia, Estados Unidos, antes divididos em onze prédios agora estão abrigados em uma estrutura única, com cobertura verde contornada por placas fotovoltaicas. Todas as faces do museu estão comprometidas com a sustentabilidade.
Da redação de AU

Foi inaugurado no dia 27 de setembro o mais novo edifício da Academia de Ciências da Califórnia, no Golden Gate Park, São Francisco, Estados Unidos, projetado pelo arquiteto italiano Renzo Piano, que ganhou a medalha de ouro 2008 do American Institute of Architects.

A obra, que leva o selo LEED -Leadership in Energy and Environmental Design (classificação Platina, a mais elevada), é considerada o museu mais sustentável do mundo. Foram oito anos de construção, que custaram 500 milhões de dólares. A nova estrutura foi construída no local onde já estavam os onze edifícios para visitação da antiga Academia. Todos tiveram de ser demolidos para dar espaço ao novo complexo. "É como se tivéssemos recortado e suspendido um pedaço do parque, com sua vegetação, e tivéssemos construído o edifício sob esse recorte", define Piano, referindo-se à cobertura verde da construção, que é contornada por placas fotovoltaicas que, além de produzirem eletricidade, dão sombra ao entorno do edifício e oferecem proteção da chuva.

Todos os setores que antes estavam divididos em onze prédios agora estão abrigados em uma estrutura única, que inclui aquário, planetário, museu de história natural, teatro em 3D, salão de leitura, dois restaurantes, um jardim adjacente, além dos laboratórios de pesquisa e arquivos científicos de mais de 20 milhões de espécimes. "O museu já trabalhava anteriormente nesses três patamares - exibição das coleções, educação e pesquisa. O objetivo do novo prédio é anunciar e reforçar sua complexidade funcional", conta Piano.

O compromisso com a sustentabilidade é encontrado em todas as faces do prédio, desde os estacionamentos para bicicletas e postos para veículos recarregáveis, até as placas fotovoltaicas e o aquecimento por radiação nos pisos. Além da eficiência energética, a edificação conta com recursos para reduzir as emissões de gás carbônico e preservar ao máximo o ambiente natural da região.

Outros elementos importantes garantem o funcionamento sustentável do museu, como reuso de água, e a ventilação cruzada, ao invés do ar-condicionado em grandes áreas do complexo.
Para preservar a história da Academia, foram mantidos alguns de seus elementos, como o African Hall, o North American Hall e a entrada para o aquário.

O museu fica aberto ao público de segunda a sábado, sempre até as 17hs.

Publicado originalmente (sem ilustrações) no site PiniWeb, em setembro 2008.

Energia solar fotovoltaica no Brasil

Estudo da UFSC simula programa de telhados solares fotovoltaicos para o Brasil

Criar ferramentas que auxiliem o desenvolvimento de políticas públicas para implantação de um programa nacional de telhados solares fotovoltaicos. Esse é um dos objetivos de um trabalho que será apresentado no XII Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, que será realizado de 7 a 10 de outubro, em Fortaleza. Mais de 800 trabalhos serão apresentados no evento que reúne pesquisadores de todo o país e contará com três conferencistas internacionais (veja abaixo).

O trabalho de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina mostra que, entre 2012 e 2013, algumas regiões do Brasil já poderão ter preços equivalentes de energia fotovoltaica e energia convencional. Os dados são resultado de simulações de cenários para um programa solar brasileiro. As simulações foram realizadas através do desenvolvimento de planilhas eletrônicas, onde é possível identificar, entre diversos itens, o custo total do programa, o impacto tarifário que terá através da diluição dos custos aos consumidores finais e o momento em que o preço da energia fotovoltaica e da energia convencional será o mesmo para o usuário final.

De acordo com o coordenador dos trabalhos, o professor Ricardo Rüther, foram realizadas simulações para diferentes portes de programa, taxas internas de retorno ao investidor, duração e período de pagamento da tarifa prêmio. As simulações visam atingir um modelo que seja interessante o suficiente para atrair investidores e que ao mesmo tempo não tenha um impacto tarifário de grande magnitude para o usuário final.

A proposta é inspirada na experiência da Alemanha, país com o mais bem-sucedido mecanismo de incentivo às fontes renováveis de energia. Segue os pontos positivos do Renewable Energy Sources Act e adapta os pontos que não estão de acordo com a realidade brasileira. No modelo alemão, por exemplo, todos os consumidores finais de energia rateiam os custos do programa. No caso do Brasil, a proposta apresenta diferenciações. "No modelo brasileiro seriam excluídos do rateio os consumidores de baixa renda", explica Rüther.

Análise de impacto tarifário e de investimento

A análise foi desenvolvida para o setor residencial e para as condições de radiação solar de Fortaleza, onde acontecerá na próxima semana o Entac 2008. O trabalho detalha exemplo de cenário desenvolvido para um programa de 1.000 MWp a serem instalados num período de 10 anos. Com base no consumo energético total anual do setor residencial (72.062.231 MWh para o ano de 2006, de acordo com dados do Ministério de Minas e Energia), foi calculada a tarifa prêmio paga por cada kWh gerado, o impacto tarifário do programa, bem como a contribuição desta energia gerada no suprimento do consumo do respectivo setor. A tarifa prêmio é um mecanismo temporário de incentivo, pelo qual o consumidor que tem um telhado solar fotovoltaico recebe por cada kWh injetado na rede el&e acute;trica uma tarifa superior à tarifa convencional por um período de 10 a 20 anos, com o objetivo de premiar a adoção da geração solar.

De acordo com o estudo, tomando como base o consumo médio mensal do setor residencial no Brasil (200 kWh), cada unidade consumidora do respectivo setor pagará a mais em sua fatura de energia aproximadamente R$0,28 por mês, para o primeiro ano do programa. Esse valor atingirá um pico de R$1,51 por mês no décimo ano do programa e, a partir daí, esse custo declinará para os anos seguintes.

O programa terá uma geração de 166.200 MWh adicionais ao ano, o que equivalerá a uma contribuição anual de 0,23 % no suprimento do consumo do setor residencial, no primeiro ano. Ao final dos 10 anos de instalações, o programa contribuiria com 1,6% para o suprimento dessa demanda.

Baseado no cenário em que foi adotado um percentual anual de reajuste tarifário de 4% e uma TIR de 7%, a energia convencional começará a ter o mesmo preço da energia fotovoltaica, na região de Fortaleza, a partir de 2013. Nesse ano, segundo o cenário proposto, Fortaleza terá uma tarifa convencional de energia para o setor residencial de 0,62 R$/kWh, o mesmo valor que será o preço da energia fotovoltaica para essa região.

"Na pior das hipóteses analisadas, a paridade de rede no Brasil já acontecerá no ano de 2013, sem a necessidade de subsídios. A questão é que quanto mais tarde o Brasil investir nesta tecnologia, mais ele se colocará atrás com relação aos países que já investem no que tange à maturidade e domínio tecnológico. Quanto mais cedo o país investir, mais cedo ele desenvolverá tanto nas áreas econômica e social, através da criação de uma indústria local e da geração de novos postos de trabalho, quanto na energética, através da diversificação da sua matriz.", alertam os autores no trabalho.

No artigo aceito para apresentação no XII Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído são apresentados dois exemplos de cenários. "O objetivo é apenas apresentar as ferramentas que foram desenvolvidas para a criação desses cenários. A fim de se chegar a um resultado o mais representativo possível e baseado na realidade econômica do país, outras análises estão sendo realizadas", adiantam os pesquisadores.

Na opinião dos autores, o Brasil é um país rico em fontes renováveis de energia e reúne condições necessárias e suficientes para estabelecer uma lei de incentivo à geração distribuída, em particular à geração de energia solar fotovoltaica conectada à rede, a exemplo da que foi estabelecida na Alemanha, Espanha e vários outros países. No entanto, atualmente, não há regulamentação para a promoção da energia solar fotovoltaica conectada à rede, o que dificulta a sua inserção.

"Apesar de o Brasil ser um país em desenvolvimento, ele apresenta uma parcela de consumidores com possibilidades de assumir os custos de um programa fotovoltaico de proporção considerável. O país apresenta excelentes níveis de radiação solar. Neste trabalho demonstrou-se que isto é possível com um impacto tarifário de pequenas proporções e que se estende somente àquelas camadas da população com um maior poder aquisitivo.", destaca o grupo que reúne pesquisadores do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (Departamento de Engenharia Civil), do Laboratório de Energia Solar (Departamento de Engenharia Mecânica), ambos da UFSC, e da Rede de Organizações da Sociedade Civil para as Energi as Renováveis.

Saiba Mais:
Impacto tarifário e análise de investimento

Os seguintes itens foram considerados dados de entrada para a base de cálculo na planilha:

• Porte do programa (MWp/ano);
• Duração do programa (anos);
• Período de pagamento da tarifa prêmio (anos);
• Preço do sistema fotovoltaico (R$/Wp);
• Despesas de operação, manutenção e reposição (OM&R) (% do custo do programa);
• Taxa interna de retorno ao investidor (%);
• Produtividade (yield) média anual do tipo de tecnologia FV escolhido, para a o nível médio anual de radiação solar considerada (kWh/kWp);
• Consumo anual residencial nacional total (kWh);
• Tarifa média mensal de energia convencional para o setor residencial (R$/kWh).

Baseados na entrada dos dados acima apresentados, os seguintes itens foram calculados:

• Custo total do programa;
• Montante anual arrecadado em tarifa prêmio;
• Tarifa prêmio por kWh gerado pela tecnologia solar FV;
• Impacto (acréscimo) na tarifa do consumidor residencial, por cada kWh consumido de energia convencional, ao longo do período de duração do pagamento da tarifa prêmio;
• Geração anual de energia pela tecnologia solar FV;
• Percentual de contribuição da geração FV no suprimento energético brasileiro

Um exemplo de sucesso

A Alemanha é considerada o país com o mais bem sucedido mecanismo de incentivo às fontes renováveis de energia. O sistema de preços introduzido com o Electricity Feed Act (1991) - e posteriormente atualizado pela Renewable Energy Sources Act (2000) e pela emenda do Renewable Energy Sources Act (2004) - é a chave para o sucesso das renováveis na Alemanha. Apenas no ano de 2004, houve um aumento de aproximadamente 100% na potência FV instalada na Alemanha, que ao final de 2005 estava em aproximadamente 1,5 GWp conectados à rede elétrica pública (IEA, 2008).

O mecanismo alemão é baseado na obrigatoriedade de compra, pela operadora de rede, de toda a eletricidade gerada pelas fontes renováveis, pagando ao produtor independente de energia (PI) uma tarifa prêmio por cada kWh gerado. Essa tarifa prêmio é relativamente superior ao preço do kWh convencional e é distinta para cada tecnologia.
Os recursos para o pagamento das tarifas prêmio são captados através de um pequeno acréscimo na tarifa convencional de todos os consumidores e são depositados num fundo, utilizado para reembolsar os PIs. Neste caso, o incentivo é pago gradualmente ao longo do tempo de duração do programa (20 anos para a Alemanha), permitindo que os PIs recuperem os seus investimentos num período de 10 a 12 anos (HOLM & ARCH, 2005). O objetivo do programa é facilitar o desenvolvimento sustentável no suprimento de energia, controlar o aquecimento global, proteger o meio ambiente e atingir um aumento substancial na porcentagem das fontes renováveis no suprimento do consumo (no mínimo o dobro até o ano de 2010).

Fonte:
Artigo "Programa de Telhados Solares Fotovoltaicos conectados à rede elétrica pública no Brasil"
Ricardo Rüther (1,2); Isabel Salamoni (1); Alexandre Montenegro (2); Priscila Braun (1); Roberto Devienne Filho (3)

(1) Laboratório de Eficiência Energética em Edificações-Departamento de Engenharia Civil-Universidade Federal de Santa Catarina - e-mail: ruther@mbox1.ufsc.br
(2) Laboratório de Energia Solar - Departamento de Engenharia Mecânica-
Universidade Federal de Santa Catarina
(3) Rede de Organizações da Sociedade Civil para as Energias Renováveis

Mais informações:
Prof. Ricardo Rüther
LABSOLAR - Laboratorio de Energia Solar
&
LabEEE - Laboratorio de Eficiencia Energetica em Edificacoes
Universidade Federal de Santa Catarina / UFSC
Caixa Postal 476, Florianopolis - SC
88040-900 Brasil
Tel.: +55 48 3721 5174
Email: ruther@emc.ufsc.br , ruther@ecv.ufsc.br

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Edifícios Zero NET, uma nova perspectiva

Edifícios Zero NET, uma nova perspectiva
Publicado no site AECweb em agosto 2008

Em todo o mundo, e já no Brasil, a busca pela alta eficiência energética alcança o conceito do edifício Zero NET, ou, consumo líquido de energia. Trata-se da edificação que gera a energia que consome, e que pode comprar ou não da rede pública, ou ainda vender o excedente. O assunto foi tratado por Roberto Lamberts, PhD em engenharia civil e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, no SBCS – I Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável que aconteceu nos dias 4 e 5 de setembro, em São Paulo.

Lamberts explica que o primeiro conceito de Zero NET se refere às casas autônomas que produzem toda a energia de que necessitam. “Só faz sentido quando não se está conectado na rede, como na Amazônia, onde o programa do governo federal ‘Luz para Todos’ vem instalando painéis fotovoltaicos nas moradias e permitindo acesso aos bens da civilização.

O painel fotovoltaico só capta energia durante o dia e precisa de uma bateria para armazenar”, explica.Já nas áreas urbanas, os painéis fotovoltaicos funcionam como fonte complementar de energia. Os edifícios geram o que consomem durante o dia e compram da concessionária para o período noturno. “Mas, se o edifício está produzindo muito mais energia do que consome, poderia exportar para a rede pública e, no balanço líquido, no NET, isso é zero”, esclarece Lamberts.

O primeiro sistema gerador de Zero NET do país foi instalado, em 1997, no Laboratório em Eficiência Energética das Edificações da Universidade Federal de Santa Catarina. O mesmo ocorre nas universidades de São Paulo, do Rio Grande do Sul e do Pará, além de institutos de pesquisas e concessionárias. “A maioria são projetos de pesquisa e os recursos são sempre limitados.

A instalação ajuda a gerar energia para o prédio, mas não torna zero”, explica Ricardo Ruther, doutor em energia solar fotovoltaica e pesquisador da UFSC. Ele conta que a primeira aplicação comercial é a da sede da empresa Zeppini, de São Bernardo, fabricante de motos elétricas. “Temos um projeto em parceria com essa empresa para construir eletro-postos, já que a moto elétrica é alimentada por energia solar. Na cobertura da fachada do prédio da Zeppini tem um gerador solar para carregar a bateria das motos”, explica Ruther.

Obstáculos

A adoção em ampla escala dos painéis fotovoltaicos que permitiriam aos edifícios atingirem o Zero NET esbarra em dois obstáculos: por serem importados, têm ainda preços elevados, além da questão legal que impede pessoas físicas de exportarem o excedente de energia para as concessionárias. “O fotovoltaico é produzido com silício, material caro e raro que compete com a indústria da informática. Uma fábrica de silício é um investimento monstruoso e eles vão regulando o mercado de acordo com os programas.

O Japão e a Alemanha criaram uma estratégia de desenvolvimento do mercado do fotovoltaico atrelada à demanda. No início, gera demanda com incentivo financeiro, depois, o governo vai saindo, deixando que o setor se auto-regule”, relata Lamberts. No Brasil, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul está produzindo módulos fotovoltaicos, de forma experimental numa indústria piloto, com investimentos de empresas como a Petrobrás e Eletrosul.

O edifício do Greenpeace, em São Paulo, produz em média 20% do total de energia consumida pelo escritório através de painéis fotovoltaicos. Na Espanha e Alemanha, a pessoa física pode instalar um telhado solar em casa e vender o excedente para a empresa de energia, nos moldes de um produtor independente ou de uma usina de grande porte. “Aqui, a pessoa física não pode fazer isso. Deve se constituir como Produtor Independente de Energia (PIEE), uma pessoa jurídica”, diz Ruther. Mas isto poderá mudar caso seja aprovado o projeto desenvolvido pela UFSC e a USP, de autoria do deputado Paulo Teixeira, em tramitação na Câmara Federal e com interesse do Ministério das Minas e Energia. “O proprietário da Zeppini, por exemplo, é uma pessoa jurídica que está se registrando na ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica, como PIEE”, acrescenta.

Ricardo Ruther acredita que dentro de cinco anos o Brasil possa ter uma produção nacional que, se articulada com a estratégia citada por Lamberts de financiamento oficial, poderia ser reeditada no país a experiência da Alemanha: “Só no ano passado, os alemães instalaram em seus telhados geradores solares com potência total equivalente a usina nuclear de Angra II. Em 2006 eles instalaram o equivalente à potência da usina termoelétrica de Jorge Lacerda, a maior de carvão da América Latina que fica na cidade de Tubarão”, afirma. Para justificar a fabricação dos painéis fotovoltaicos no país é necessário um volume mínimo que, hoje, está entre 5 e 10 mega watts/ano. “O Brasil ainda não tem esse mercado e consome esse produto em sistemas isolados principalmente em áreas rurais”, comenta Ruther.

Em metrópoles, como Nova York ou Berlim, é comum ver prédios com vidros na fachada gerando energia. O edifício Four Time Square, em Nova York, é um exemplo do que pretende o Departamento de Energia do governo americano com seu Programa de Construções Tecnológicas: a meta é que todos os edifícios alcancem o Zero NET até 2025.

Enquanto isso, no Brasil, a UFSC e o Instituto Ideal desenvolvem o projeto do estádio solar para a Copa de 2014 e de aeroportos solares. “O estudo dos estádios foi apresentado para a Eletrobrás, mostrando a viabilidade econômica. O Maracanã, por exemplo, exigirá a instalação de um gerador solar fotovoltaico integrado na cobertura, com capacidade geradora de 4 mega watts e atendimento do consumo de mais de 2.500 residências no entorno do estádio”, explica o pesquisador, assegurando que “os estádios podem se tornar energeticamente independentes, podendo virar um zero NET”.

O projeto de estudo dos aeroportos está no CNPq, com a aprovação em andamento. Envolve seis aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Florianópolis.

CBCS orienta como encontrar materiais sustentáveis

CBCS orienta como encontrar materiais sustentáveis
Adaptado a partir de matéria publicada originalmente no site AECweb.

A nova ferramenta foi lançada durante o SBCS 08 - I Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável, realizado nos dias 04 e 05 de setembro de 2008, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.
Não existe sustentabilidade sem formalidade, legalidade e qualidade”. A afirmação abre a apresentação da mais nova ferramenta lançada pelo CBCS – Conselho Brasileiro de Construção Sustentável para auxiliar projetistas, empreendedores e usuários na seleção dos fornecedores e de materiais que serão utilizados na obras.
O Comitê de Materiais do CBCS preparou a ferramenta com base no princípio de que a informalidade tem muitas facetas: sonegação de impostos; desrespeito a legislação ambiental; desrespeito a legislação trabalhista. Em sua apresentação, o coordenador do Comitê, professor Vanderley John, lembrou que “esse sistema não esgota o assunto, mas é uma estratégia viável para abordar práticas acessíveis a todos os compradores e especificadores de materiais e fornecedores”.
Para selecionar o material que atende ao desempenho e a função desejada no projeto, a consulta deve seguir os seis passos recomendados:

1) Verificação da formalidade da empresa fornecedora (CNPJ) – o site fornece o link da Receita Federal, com campo para informar o CNPJ da empresa consultada. Se o CNPJ de uma empresa não é válido, significa que o imposto não está sendo recolhido ou que a empresa não tem existência legal.

2) Verificação da licença ambiental da unidade fabril – para consultar, é preciso clicar sobre o mapa, no Estado em que se encontra a empresa consultada. Alguns órgãos da federação possibilitam a consulta através do nome completo da empresa e da unidade da federação, enquanto outros exigem o fornecimento do número do processo. O estado de São Paulo permite a verificação até pelo CEP.

3) Respeito às normas técnicas que garantem a qualidade do produto – neste caso, está disponível o link para o site do PBQP-H (programa da qualidade do governo federal), com consulta no canal Materiais Avaliados ou Simac sobre o produto em consulta. Ali são encontradas as empresas qualificadas do PBQP-H, a relação dos fabricantes que produzem em conformidade e não conformidade com as normas técnicas da ABNT.

4) Consulta do perfil de responsabilidade socioambiental da empresa – Em oito perguntas, o Comitê de Materiais leva a consulta a selecionar empresas que tenham políticas de responsabilidade socioambiental coerentes, além de certificados de terceira parte, como ISO 14001 e OHSAS 18001.

5) Identificação da existência de verniz verde (‘greenwash’) – mesmo que certificados, muitos produtos podem levar a equívocos. Um roteiro com oito itens permite a quem consulta identificar se a empresa fornecedora atende aos critérios de eco-eficiência.

6) Análise da durabilidade e do ciclo de vida do material - a durabilidade do produto depende fatores, como condições de uso, manutenção e exposição às intempéries. Como conseqüência, um mesmo produto em contextos diferentes pode apresentar um maior ou menor grau de durabilidade. Para esta fase da decisão, é fundamental a implantação da análise do ciclo de vida e a existência de declaração ambiental do produto, auditada por terceira parte. O CBCS já está discutindo com o governo federal e as empresas que participam do Conselho estão se dispondo a investir no processo.
A ferramenta está disponibilizada no site do CBCS, onde há também outras informações, inclusive os resumos das palestras realizadas durante o evento comentado: http://www.cbcs.org.br/

Como economizar energia elétrica em casa

Como economizar dinheiro com energia doméstica
Adaptado e ampliado por Antonio Macêdo Filho a partir de texto de Zolton Cohen - traduzido por HowStuffWorks Brasil


Introdução

Há muita coisa que você pode fazer para melhorar a eficiência de energia da sua casa. Alguns cuidados nos seus hábitos cotidianos e a compra ou melhoria de alguns dos aparelhos e outros itens são o melhor caminho. Pense nisso: investir na eficiência de energia, além de ajudar a reduzir o impacto ambiental do seu consumo e diminiui o impacto no seu bolso.

Aqui está um exemplo: se a sua geladeira tem 15 anos ou mais, substituí-la por uma nova poderá reduzir a sua conta de energia entre R$ 23 e R$ 11 ao mês. Esse cálculo foi feito, levando em conta a menor e a maior tarifa praticada no Brasil em julho de 2007, sem contabilizar os impostos que incidem sobre a conta. Isso porque uma geladeira antiga pode consumir o dobro de energia de uma geladeira vendida atualmente no País. Uma geladeira mais moderna gasta 53 kWh por mês. Uma antiga pode gastar 106 kWh por mês. Assim, num ano a economia está entre R$ 276 e R$ 132. Se a geladeira nova custa entre R$ 800 e R$ 2.000, você está ganhando de 6,5% a 34,6% sobre o investimento ao ano. Em alguns casos, é muito mais do que os bancos pagam na poupança, na renda fixa ou nos certificados de depósito bancário.

O bônus extra é aquele dinheiro "ganho" na economia de energia que não está sujeito aos impostos federais ou estaduais. Quando você investe tempo e dinheiro na substituição das janelas e na melhoria do encanamento, os benefícios começam imediatamente. Você pode economizar muito dinheiro em despesas com manutenção. Neste artigo, mostraremos como aprimorar o seu chuveiro, a geladeira e outros parelhos domésticos, que pesam na sua conta de luz. Vamos começar pela avaliação das suas contas de aquecimento e refrigeração, para determinar a eficiência dos seus sistemas atuais.

Calculando quanto você paga

Para ter uma idéia dos ganhos que você pode ter ao atualizar seu equipamento de aquecimento e refrigeração, faça um cálculo usando as contas dos anos anteriores. Embora não seja exato (e baseado em qualquer alteração dos preços dos combustíveis dos anos anteriores), você terá uma base sobre quanto você poderá economizar e se o gasto vale a pena na sua situação. A primeira tarefa é descobrir quanto você gastou de gás e eletricidade no ano anterior nos meses em que não usou gás, óleo diesel ou eletricidade para refrigerar ou aquecer sua casa. As contas mais baixas do ano normalmente serão as da primavera e outono, quando as temperaturas estão mais amenas. Encontre algumas contas destes meses e tire a média para chegar a uma despesa mensal típica de não aquecimento e não refrigeração. Isto vai lhe fornecer um número "base". O resultado é o que você normalmente gasta para aquecer a água, cozinhar, secar a roupa, iluminar a casa e outros usos que não envolvam ligar os principais equipamentos de aquecimento e refrigeração. Multiplique este número por 12 e o total é a sua taxa base anual para gás e eletricidade. Depois some um ano completo de contas - de dezembro de um ano até dezembro do outro ano. Subtraia o número "base" do total anual das contas e o que sobrar é o que você gasta em aquecimento e refrigeração. Você pode refinar este processo dividindo os cálculos em categorias separadas para o gás e eletricidade. Com estes números em mãos, você poderá decidir melhor se deve ou não atualizar o equipamento para obter melhor eficiência.

Domando os vilões: ar condicionado e chuveiro

Dois vilões dos gastos de energia de qualquer casa são o chuveiro e o ar condicionado, além da, geladeira, já citada na introdução. O primeiro é mais usado no inverno e o segundo, no verão. Apenas um chuveiro elétrico gasta, numa casa de família comum brasileira, 90 KWh ao mês, sendo responsável por 25% a 35% dos valores da conta de luz mensal. Já quem usa ar condicionado, por oito horas diárias, gasta entre 150 KWh a 180 KWh por mês. Convertendo em reais, o chuveiro elétrico pode custar mais de R$ 40 ao mês, dependendo do Estado onde você mora, e o ar condicionado, mais de R$ 78 ao mês.

Mas como então diminuir os gastos com estes vilões? Primeiro, é preciso levar em conta a recomendação de investir em aparelhos novos, que normalmente são mais econômicos. É também importante verificar as projeções de consumo de energia. O selo Porcel, de consumo de energia, é uma interessante ferramenta para quem comprar qualquer eletrodoméstico, já que mostra os valores de consumo.

Além disso, há algumas atitudes que podem ajudar a diminuir o consumo.
No caso do chuveiro elétrico:
· evite banhos longos;
· selecione a opção verão sempre que puder,
· limpe os furos periodicamente para que haja mais vazão de água
Estas dicas valem também para a torneira elétrica.

No caso do ar condicionado:
· coloque o aparelho em uma área de bastante circulação de ar e, de preferência, no alto já que o ar frio desce em relação ao quente, tornando mais eficiente a refrigeração;
· limpe o filtro pelo menos uma vez por mês;
· desligue o ar toda vez que você for se ausentar por um período longo;
· mantenha janelas e portas fechadas para evitar a evasão do ar refrigerado

A aquecimento de água a gás

Várias cidades brasileiras têm ampliado seu sistema de distribuição de gás encanado. Instalar um aquecedor a gás para o chuveiro e a torneira do banheiro e da cozinha pode ser uma boa opção. Segundo o Ultragaz, empresa distribuidora de gás natural, a opção por gás pode trazer uma economia de 30% a 60% nas contas de uma residência no final do mês. Pelo menos, com os preços praticados até julho de 2007 na maioria das cidades brasileiras. Assim, como os aparelhos elétricos, os aquecedores a gás podem ter previsão de consumos diferenciadas. Obviamente, aparelhos mais eficientes energicamente podem custar mais caros. É preciso fazer uma boa avaliação do seu caso específico.

Além disso, se você optar pela compra de um aquecedor de ar ou de água novo, conheça os serviços do instalador antes de contratá-lo para o trabalho. A qualidade da instalação é muito importante. Um trabalho mal feito em um equipamento bom resultará em sucessivos reparos futuros e você terá de gastar mais tempo ou dinheiro do que estava previsto.
Tenha certeza de que o instalador fará uma auditoria completa na sua casa antes de começar a conversar sobre um aquecedor de ar ou de água específico.

Serviço sem reservatório

Na Europa, em muitos países se utiliza nos quartos dos hotéis reservatórios pendurados na parede, que são aquecedores de água instantâneos. Esse tipo de aquecimento também existe em algumas cidades brasileiras. Os reservatórios contêm um elemento elétrico ou um queimador, que aquece o fluxo da água do aparelho. Abra a torneira de água quente e o queimador ou elemento elétrico ligará; feche a torneira e o queimador ou elemento elétrico desligará e a água quente cessará.

Os aquecedores de água sem reservatório são eficientes na economia de energia porque praticamente não perdem calor no modo standby, o que é comum nos aquecedores de água com reservatório. Quando não são usados, o calor do reservatório de um aquecedor de água convencional de 150 ou 190 litros é transferido para o ambiente à sua volta e o queimador liga para manter o reservatório quente. A perda de calor no modo standby também contribui para o aumento da carga de refrigeração de um sistema de ar condicionado durante o verão.
Outra vantagem em usar o aquecedor de água sem reservatório, embora isto não tenha nada a ver com economia de energia ou eficiência, é que você nunca fica sem água quente. Você pode tomar um banho atrás do outro e nunca terá que esperar a água no reservatório aquecer.

Os modelos mais novos de aquecedores de água sem reservatório contêm queimadores de capacidade variável, que automaticamente ajustam a chama ao volume e à temperatura da água que passa pelo convertor de calor, resultando em aquecimento mais eficiente e produção de temperatura mais precisa. A ignição é fornecida por um dispositivo de faísca, eliminando a perda de energia devido a uma luz piloto permanente. Os queimadores do aquecedor de água sem reservatório são mais eficientes que os queimadores dos aquecedores de água com reservatório.

Os fabricantes continuam a refinar o mecanismo dos aquecedores de água sem reservatório. Eles estão à venda nas lojas de construção e nas grandes lojas para reforma e manutenção. Alguns aspectos a considerar antes de comprar um aquecedor de água sem reservatório.
Outra implicação do aquecedor de água sem reservatório é que estes aquecedores precisam de um certo fluxo de água passando pelo aparelho para ativar o interruptor que liga o queimador. Se você estiver usando cerca de dois litros de água por minuto, o queimador não acenderá e você não obterá água quente. Os aquecedores de água sem reservatório também necessitam de 5 a 15 segundos para aquecer a água até a temperatura desejada. Em casas grandes onde a espera pela água quente já é longa, o tempo que a água leva para chegar ao usuário pode parecer interminável e também ocorre o desperdício de água.
Mas há o lado positivo. Muitos aquecedores de água sem reservatório são do tamanho de uma mala grande e devem ser pendurados na parede. Isto libera um espaço precioso na sua casa.

A aquecimento solar


Os sistemas de aquecimento solar de água são de longe a maneira mais eficiente e ecológica de se aquecer água para consumo, não apenas doméstico, mas também em instalações maiores. O funcionamento é muito simples: os coletores solares, que são acumuladores térmicos, capturam o calor do sol e o transmitem para a placa coletora por onde passa a água, que, portanto, se aquece. As placas são protegidas normalmente por vidro, que permite a passagem do calor do sol e impede a sua saída, e por isto acumulam calor. Gradualmente a água quente é substituída por outra fria servida por um reservatório elevado e acumulada em um ou mais boilers, que mantêm a água aquecida por até alguns dias e abastecem a instalação de água quente para banho, pias, lavanderias, e até mesmo piscinas ou processos industriais, dependendo do tamanho da instalação.

Dimensionados e posicionados adequadamente (orientados preferivelmente para o norte e inclinados em poucos graus acima da latitude do local), os coletores solares podem substituir completamente outros sistemas de aquecimento de água. Se compararmos com o chuveiro elétrico, a economia com consumo de energia é brutal, e em relação aos sistemas a gás, a principal vantagem é evitar o consumo de recurso não renovável, uma vez que os coletores utilizam a fonte de energia mais abundante que temos e que, além de renovável, também é a mais barata, o sol.

Uma instalação adequada para uma família brasileira padrão, de classe média, pode custar em torno de R$ 2.000,00. Estudos dão conta que, para a cidade de São Paulo, a economia proporcionada pela opção solar para aquecimento de água, comparada ao consumo de energia que se teria com o uso de chuveiros elétricos, compensa o investimento em 18 meses.
Isto sem contar o benefício para o meio ambiente em se utilizar menos gás e energia elétrica.

Escolhendo o ar condicionado

Assim como um sistema de aquecimento, um sistema de refrigeração deve ser instalado e dimensionado corretamente para funcionar bem e manter a eficiência para o qual ele foi projetado.
Para evitar reclamações de refrigeração insuficiente durante o verão, era comum a instalação de aparelhos de ar condicionado maiores do que o necessário. Esta prática significa que um ar condicionado funciona por um curto período durante muitos dias, refrigera a casa rapidamente e desliga até o termostato indicar a necessidade de refrigeração de novo. O resultado é uma casa que resfria rapidamente, mas não faz passar ar pela bobina do evaporador o tempo suficiente para atingir uma boa desumidificação - em outras palavras, uma casa fria e úmida. Os proprietários diminuem o termostato até acontecer a desumidificação, mas a casa fica muito mais fria do que necessário.
A instalação do ar, como já foi dito, também deve levar em conta um espaço com boa circulação de ar e, de preferência, no alto da parede para melhor circulação.
Comprando aparelhos domésticos
Não custa lembrar: aparelhos domésticos novos tendem a ser mais econômicos. Entre as razões para isso, estão a tecnologia mais avançada nos aparelhos mais novos. Além disso, em geladeiras antigas, por exemplo, as borrachas que isolam as portas acabam se desgastando e boa parte da refrigeração acaba "escapando".

Tendências para lavadoras de roupa

As lavadoras de roupa com abertura frontal são consideradas padrão na Europa e em aplicações comerciais nos EUA. Fontes caras de energia e espaços menores para morar conduzem ao uso deste tipo de máquina no mundo inteiro, e agora elas estão começando a substituir as máquinas de lavar roupa com abertura por cima nos EUA.
As vantagens das máquinas de lavar com abertura frontal em termos de economia de energia são convincentes, mas elas têm outras características. As máquinas com abertura frontal usam de um terço até metade da água que as máquinas de lavar com abertura por cima usam. Como algumas máquinas precisam ser aquecidas, reduzir o volume de água usado significa que o aquecedor de água não precisa funcionar tanto quanto nas máquinas de abertura superior, resultando em economia de energia e em economia de água.
Algumas máquinas de lavar roupa incluem um elemento de aquecimento que pode ser ativado e que é muito parecido com aquele usado na lavadora de louça para esquentar a água acima da temperatura normal. Esta característica pode ser usada para fins especiais, como por exemplo, a desinfecção da roupa do bebê ou para lavar lençóis e fronhas em época de epidemia de gripe.
As máquinas de lavar roupa com abertura frontal limpam jogando a roupa de cima para baixo e mergulhando-a na água repetitivamente durante o ciclo de lavagem, ao invés de balançá-la de trás para a frente, como nas lavadoras de roupa com abertura em cima. O tambor gira em um eixo horizontal ao invés de um eixo vertical. Testes indicam que este tipo de lavagem horizontal limpa a roupa melhor e mais delicadamente. As máquinas de lavar roupa com abertura frontal também usam ciclos de enxágüe e secagem de alta velocidade; algumas podem girar o tambor em até 1.400 rpm, o que gera maior remoção do resíduo da água e do detergente.
Por ter uma velocidade de giro maior, elas removem mais água e a roupa precisa de menos tempo para secar, o que gera economia. O tempo de secagem mais curto também significa que a roupa tem menos contato com o ambiente de alta temperatura, o que ajuda o tecido a durar mais.

As máquinas de lavar roupa com abertura frontal e as secadoras do mesmo tipo podem ser empilhadas, economizando um espaço valioso. Isto significa que as duas máquinas cabem em uma área onde duas máquinas convencionais de abertura por cima não caberiam. Além disso, muitas pessoas acham mais fácil colocar e retirar a roupa de uma máquina com abertura frontal.
Outra vantagem destas máquinas é que, como elas usam menos água, necessitam de menos detergente e água sanitária para limpar a roupa. Entretanto, muitas destas máquinas necessitam usar detergentes que fazem pouca espuma para trabalhar apropriadamente.

Atualização das máquinas com abertura superior

Para acompanhar o interesse em economizar água e energia, os fabricantes de máquinas com abertura superior estão oferecendo modelos com características competitivas. Algumas máquinas novas no mercado têm um agitador central. Outros fabricantes oferecem ciclos de secagem em alta velocidade. A maioria usa menos água do que os modelos anteriores e necessitam de menos detergente e água sanitária. Entretanto, algumas necessitam de detergente que fazem pouca espuma para funcionar de maneira otimizada.
Visitar uma loja de aparelhos domésticos ou o site do fabricante pode ajudar você a selecionar a máquina mais apropriada para as suas necessidades entre os diversos modelos disponíveis no mercado.

Classificação da lavadora de louça

Se você está pensando em comprar uma lavadora de louça nova, considere as suas necessidades antes de tomar a decisão final. Estes aparelhos domésticos são produzidos em tamanhos padrão e compacto. Se você cozinha muito e muita louça suja é gerada, o tamanho padrão é mais indicado. Como a água quente é a maior despesa de uma lavadora de louça, fazê-la funcionar completamente cheia é uma boa idéia. Se você tem que usar a lavadora de louça tamanho compacto várias vezes após uma única refeição, você gasta mais água quente e eletricidade do que se você usar uma máquina tamanho padrão uma só vez.
As lavadoras de louça são produzidas com elementos de aquecimento internos que elevam a temperatura da água até 60ºC e esterilizam a louça. Esta elevação de temperatura permite que o detergente se dissolva e limpe a louça corretamente.
No Brasil, o tanto os produtos a gás ou elétricos, tem seus selos de eficiência energética. Conheça um pouco mais sobre isso a seguir.

Selos de eficiência energética

No início deste século, os consumidores brasileiros começaram a se preocupar com o fantasma do apagão energético. As chuvas mais escassas e a falta de investimentos no setor energético acabaram forçando o racionamento de energia nas casas brasileiras. O governo acabou, então, despertando para o problema. São de 2001, o decreto 4059 e a lei 10.295 que prevêm um programa de regulagem do consumo de energia nos aparelhos de consumo doméstico.


O Instituto de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) criou os selos de eficiência energética, que devem estar colados em todos os eletrodomésticos novos à venda. São dois selos: o Procel, para medir a eficiência energético dos aparelhos movidos a eletricidade, e o Conpet, para medir a eficiência energética dos aparelhos movidos a gás. O nome Procel vem de Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, organizado pela Eletrobras, desde 1993, mas que começou a ter mais importância para o consumidor depois do apagão. O Conpet vem de Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural, organizado pela Petrobras e surgiu em 2005.

Conheça o selo Procel para escolher melhor seus novos eletro-domésticos e saber quanto você vai acabar gastando. Inmetro/HowStuffWorks 2007

Para saber quanto você vai gastar, pegue a previsão de gasto mensal que está em KWh e multiplique pelo valor do KWh da sua concessionária de energia. No Brasil, em julho de 2007, o preço do KWh variava de R$ 0,20841 a R$ 0,43364. Consulte a tabela de tarifas residenciais de cada concessionária disponibilizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica.

Substituindo as lâmpadas

Utilizar corretamente as lâmpadas de sua casa pode ser também uma boa forma de economizar energia. A iluminação representa cerca de 20% a 35% da sua conta de energia da sua casa. Para começar, substitua as lâmpadas incandescentes comuns da sua casa, se ainda tiver alguma, por fluorescentes, que são muito mais eficientes. A fabricação de lâmpadas incandescentes está sendo proibida paulatinamente pelo mundo, justamente por que desperdiçam muita energia. Ao fazer isto, substitua as antigas incandescentes comuns de 100 watts por fluorescentes compactas de 20 watts, que dará a mesma quantidade de luz ou mais.

Atenção para o fato de que as fluorescentes podem produzir luz fria, neutra ou quente. Escolha as de luz quente para ambientes como quartos ou salas de estar e luz fria para cozinha, áreas de serviço e banheiros. Com uma iluminação mais uniforme, essas lâmpadas podem ser mais caras na compra, mas têm vida útil muito maior do que as incandescentes.

Recomenda-se ainda tomar alguns cuidados:
· Durante o dia, abra as cortinas e janelas, aproveitando a luz natural nos ambientes;
· Quando sair do cômodo, apague a luz;
· Limpe sempre as lâmpadas e luminárias para ter o melhor aproveitamento de luz;
· Antes de instalar os pontos de luz da sua casa, verifique quais as formas de iluminar com o menor número de pontos;
· Utilize potências compatíveis com sua necessidade, evitando usar mais energia que o necessário.

O efeito Standby:

Outra coisa que acaba consumindo muita energia que será cobrada na sua conta é o standby dos aparelhos domésticos. É aquela luz vermelha no aparelho de televisão ou o relógio do microondas. Segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), o standby consome cerca de 20% do total de consumo de sua conta. Por isso, a saída é tirar o aparelho da tomada.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Casa ecológica garante preservação do meio ambiente

Casa ecológica deve se adaptar às condições do meio em que será construída, a fim de reduzir os impactos ambientais. Projeto mistura equipamentos tecnológicos e materiais ecologicamente corretos

Nem coisa de hippies, nem idéia de arquitetos alternativos. A casa ecológica saiu da prancheta e tornou-se realidade para pessoas comuns, preocupadas com a preservação do meio ambiente. Para causar menos danos à natureza, o imóvel mistura materiais ecologicamente corretos, equipamentos hi-tech que diminuem o uso de recursos naturais e um projeto arquitetônico que aproveita ao máximo as condições do terreno, a iluminação solar e a ventilação.

Quando vai construir, pouca gente pensa no impacto que uma obra terá no meio ambiente. Os materiais usados podem ter sido obtidos com a destruição de florestas ou incluir produtos tóxicos. Além disso, depois de concluído o imóvel, tanto a residência como os seus moradores vão deixar marcas na natureza. Preocupadas com o futuro das próximas gerações, algumas famílias de classe média alta - formadas principalmente por profissionais liberais - têm procurado diminuir muito esses efeitos.

Com miniestações de tratamento de esgoto enterradas no quintal, por exemplo, conseguem obter índices de até 95% de pureza da água, reutilizada em limpeza ou para molhar o jardim. Aquecedores solares garantem um banho quente sem eletricidade, enquanto janelas estrategicamente posicionadas aproveitam a iluminação e a ventilação naturais - e economizam a energia.

As opções disponíveis se multiplicam a cada dia, ao mesmo tempo em que aumentam os desafios para se evitar que o planeta entre em colapso. “É muito importante usar a tecnologia a favor de construções de menor impacto”, destaca Roberta Kronka Mülfarth, do Núcleo de Pesquisa em Tecnologia de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).

O meio ambiente que o diga. Segundo cientistas, as mudanças recentes no clima da Terra têm relação direta com a ação do homem. Segundo dados da Organizações das Nações Unidas (ONU), em 1990, cada brasileiro era responsável pela emissão de 1,4 tonelada de dióxido de carbono - um dos gases do aquecimento global - na atmosfera. Em 2002, o volume subiu para 1,8 tonelada. Pode parecer pouco diante de países como os Estados Unidos, onde a taxa subiu de 18,9 para 20 toneladas por pessoa, mas o crescimento é de 28% - nos EUA, foi de 6%.

Também tem aumentado o uso de recursos naturais e energéticos. Ainda de acordo com a ONU, o consumo de água no Planeta cresceu seis vezes no século 20, enquanto a população apenas triplicou. Mantido esse ritmo, não é difícil prever uma crise de abastecimento daqui a algumas décadas. Estatísticas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento mostram ainda que o gasto de energia de cada brasileiro era de 1,14 kilowatt por hora em 1980. Em 2002, o valor tinha dobrado.

Publicado originalmente no Portal Obra24Horas, em agosto 2008.

A cidade de Boston decreta que edificações novas de grande porte devem atender a critérios LEED.


A cidade de Boston decreta que edificações novas de grande porte devem atender a critérios LEED.

(Adaptado a partir de artigo de Michael dEstries para o jornal Boston Globe)

A cidade de Boston adotou desde o ano passado novas emendas à legislação de uso do solo obrigando todas as novas edificações e grandes reformas com área superior a 50.000 pés quadrados (aprox. 4.600 m2) a atingirem ao menos 26 pontos na classificação LEED NC (new constrution). Esta é a pontuação mínima para a obtenção do primeiro nível de certificação LEED.

O novo código de construção envolve tanto edificações públicas quanto privadas e visa reduzir o impacto negativo das novas edificações no meio ambiente, especialmente no que se refere a: planejamento de implantação da obra, uso da água, eficiência energética, uso de energias renováveis, uso racional dos materiais construtivos e qualidade do ar interno.

A exemplo de Boston, a capital federal, Washington D.C., está considerando também adotar medidas semelhantes. O estado da Califórnia também está adotando critérios da certificação LEED para suas novas construções. Parece que esta é uma tendência que de fato está tomando corpo nos EUA, a oficialização do selo verde.

Um aspecto interessante do caso de Boston é que, ao passo em que os projetistas e construtores são obrigados a atenderem aos padrões mínimos LEED, eles não são obrigados a de fato buscar obter a certificação, o que poderia onerar o processo. No entanto, ao menos um profissional responsável pela obra deve ser LEED AP (acredited professional), de forma a que se garanta que os critérios serão atendidos.

Acredito que podemos esperar que em futuro bem próximo a exigência se estenderá a edificações menores e os requisitos deverão exigir pontuações mais elevadas na classificação.

Foi o que ocorreu, por exemplo, na França, onde as primeiras regulamentações para eficiência energética dos edifícios surgiram em decorrência da primeira crise do petróleo, de 1973. De lá para cá, novos e mais exigentes critérios foram adotadas e fizeram com que os edifícios atuais franceses sejam em torno de 75% mais eficientes quanto ao uso da energia do que seus antecessores de algumas décadas atrás.

É um exemplo interessante para o nosso país, onde o assunto é muito mais recente, mas tem merecido atenção de diversos agentes do setor. Nós temos a chance de começar do jeito certo, aproveitando a experiência dos que já passaram por esta fase.

Este é um dos objetivos da missão técnica que estamos organizando em conjunto com o Green Building Council Brasil, em novembro deste ano, para Boston para participar da GreenBuild Conference & Expo 2008, evento anual do US Green Building Council, que seguramente abordará este e muitos outros temas relacionados à sustentabilidade das construções. Passaremos também em Nova York para visitar alguns edifícios certificados. Mais informações podem ser obtidas em: http://www.camaradearquitetos.com.br/.