terça-feira, 30 de novembro de 2010

Philips e CERTI selam parceria por OLED´s no Brasil

Da redação de Uol.com.br - Convergência Digital, 29/11/2010 (publicado sem as imagens, que acrescentei)

A Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (CERTI) e a Philips firmaram um convênio de cooperação com duração de três anos para a execução do projeto EMO (Emerging Marketing OLED), que viabilizará o desenvolvimento de soluções de iluminação para os mercados emergentes utilizando a tecnologia OLED.

O novo recurso é reconhecido por revolucionar o conceito de fonte de iluminação, pois permite o uso de lâminas emissoras de luz no lugar de lâmpadas e pela eficiência energética que proporciona. Este projeto conta com o suporte do BNDES-FUNTEC.

Com inúmeras patentes nessa área, a Philips é detentora da tecnologia mais avançada de OLED para iluminação no mundo. Por meio da parceria firmada no Brasil, a empresa possibilitará que o aprimoramento dessa tecnologia seja realizado em território nacional.

Durante os três anos do projeto os profissionais, técnicos e engenheiros do CERTI trabalharão em melhorias para as inovadoras lâminas emissoras de luz. Com elas, a Philips produzirá luminárias OLED, que devem ser comercializadas no Brasil a partir de 2013. Atualmente, o OLED é pesquisado e desenvolvido pela Philips somente na Alemanha, em um de seus diversos laboratórios, a Lumiblade.

“Quando falamos de OLED, falamos do futuro da iluminação que já vem se transformando com a realidade dos LEDs e que associado ao OLED impactará positivamente todos nós, porque, entre outras vantagens, é uma tecnologia energeticamente eficiente. Em breve, recorreremos a estes recursos em todos os ambientes e vivenciaremos uma experiência única com a iluminação. O projeto EMO é o primeiro passo para a realização desta nova perspectiva”, afirma o CTO e diretor de Tecnologia da Philips do Brasil, Walter Duran.

O OLED (Organic Light-Emitting Diode, na sigla em inglês), um diodo orgânico emissor de luz, será a próxima tendência em iluminação no mercado global nos próximos anos, complementando as já inovadoras soluções atuais de LED. O produto é baseado em uma tecnologia inovadora que revolucionará os conceitos de iluminação conhecidos atualmente.

Com o OLED, as lâmpadas e luminárias formadas por pontos de luz darão lugar a uma única lâmina capaz de produzir uma luz difusa, potente, muito semelhante à natural, mais confortável, de longa vida útil, baixa voltagem, com mais eficiência energética, que permite um design ousado e de fácil reciclagem por não conter elementos tóxicos ao meio ambiente em sua composição.

Com o advento dos OLED flexíveis muitas das superfícies poderão ter luz própria, como por exemplo, o interior de uma geladeira (nunca mais ficará escura, difícil de localizar algo). O teto curvo de um automóvel pode ser coberto de OLED flexível; imagine o que pode ser feito com esta “flexibilidade”. O produto recebe o nome de orgânico devido à utilização de moléculas de Carbono em sua composição. Funciona por meio de uma corrente elétrica que passa por semicondutores prensados entre duas lâminas de vidro extremamente finas.

Atualmente possui 1,8 mm de espessura, com a possibilidade de ainda chegar a 1,5 mm. Muito leves, podem ser utilizados sem a necessidade de grandes estruturas de sustentação. As luminárias OLED serão a nova tendência em iluminação e destacam-se também por sua alta eficiência energética, que possibilita uma economia de até 80%, com vida útil de cerca de dez mil horas. Já quando o assunto é a potência dessa luz, o OLED pode chegar a 150 (Lumens/Watt), 15 vezes mais do que as lâmpadas incandescentes.

sábado, 27 de novembro de 2010

GreenBuild Conference & Expo - Chicago 2010 - Minhas impressões.

Caros,

Neste mês de novembro estive em Chicago, onde visitei a GreenBuild Conference and Expo, realizada entre 17 e 19/11/10.

Havia estado também na edição de 2008, em Boston, a maior já realizada (veja post anterior a respeito). De modo geral, comparando-se os dois eventos e o contexto do mercado, passados dois anos, posso observar que o mercado da construção sustentável, ao menos por lá, está mais maduro.

Pavilhão de exposições. Foram mais de 1.000 expositores este ano.

Passou a fase do deslumbramento e do "quero ser verde" para a fase do "Ok, vamos fazê-lo. O que precisamos?". Em Boston o que mais se via era empresas distribuindo folhetos com destaques para os seus produtos ou serviços verdes. A maioria delas participando pela primeira vez de eventos do tipo.

Sala de uma das muitas sessões de educação do evento

Agora, em Chicago, o esforço não era mais sobre o marketing verde, mas sim sobre produtos e soluções. A crise imobiliária dos EUA afetou diretamente muitos mercados. A feira reproduziu isto (está menor do que em 2008), e parece-me que os conceitos mais importantes passaram agora a ser "inovação" e "eficiência".

Aqui estou com colegas arquitetos da Sérvia, da Suíca e dos EUA (Rives Taylor, que estará em São Paulo mais uma vez em breve), em frente ao Art Institute of Chicago, projetado por Renzo Piano

Isto ficou claro pelos temas das Education Sessions, mais voltadas a casos e aplicações e menos focadas em explicar como funciona o LEED, por exemplo.
Aqui estou com Jerry Yudelson, autor do livro "Green Building - A to Z", dentre outros relacionados à construção sustentável.

Em Boston, muitos buscavam se introduzir no mercado da construção sustentável. Agora a questão é como melhor atender à demanda, com eficiência e qualidade. Mesmo entre os representantes brasileiros presentes ao evento, havia muito mais de descoberta dois anos atrás do que agora. O mercado está amadurecendo. As pessoas agora estão buscando parcerias, aumentando o networking com os diversos agentes do mercado, buscando oportunidades.

Outro fato importante neste contexto: O Brasil é agora outro país, aos olhos do mundo. Todos estão muito interessados em possíveis oportunidades por aqui. Sabem que há muito o que fazer e que o mercado brasileiro está também amadurecendo, em especial no que se refere à sustentabilidade na construção.

A próxima GreenBuild será em Toronto, Canadá, pela primeira vez fora dos EUA, evidência da internacionalização que já se verifica com o LEED. Certamente teremos ainda mais a compartilhar com o mundo.

Prédios "energia zero" são o futuro da construção civil, afirma especialista

Por Vanessa Barbosa, de EXAME.com
Para Charles Kibert, engenheiro e professor da Universidade da Flórida, edifícios autossufientes em energia serão o antídoto contra a escassez de recursos.

Charles Kibert, da Florida University: "A esperança da construção civil está nos Edifícios de Energia Zero, que produzem mais energia do que consomem no período de um ano".

No futuro, toda a energia consumida por uma família em atividades cotidianas como aquecer a água, usar eletrodomésticos e até mesmo recarregar um veículo elétrico, será fornecida pelo próprio edifício através de fontes renováveis. A afirmação é do engenheiro e professor da Escola de Projeto, Construção e Planejamento da Universidade da Flórida Charles Kibert.

Segundo o especialista, o "Santo Graal" para a sustentabilidade energética da construção civil (setor que consome um terço de toda energia produzida no mundo) são os chamados Edifícios de Energia Zero (zero energy buildings ou ZEBs, na sigla em inglês), que produzem mais energia do que consomem ao longo de um ano.

Longe de um exercício de futurologia, os ZEBs já estão sendo incorporados na estratégia energética de diversos países no mundo, como Alemanha e Noruega e também nos Estados Unidos. Segundo Kibert, a Califórnia determinou recentemente, que os edifícios residenciais tenham energia zero até 2020 e os comerciais até 2030. "Em um planeta em constante aquecimento, viver dentro do orçamento da energia produzida pela natureza será imperativo", afirma.

Em visita ao Brasil para participar do 3º Congresso de Construção Sustentável, realizado pelho Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, o especialista falou à EXAME.com.

EXAME.com: O que são os Zero Energy Buildings e porque eles serão imperativos no futuro?

Charles Kibert: Prédios comerciais e residenciais são grande consumidores energéticos. Nos EUA, eles usam 40% da energia primária e 70% de toda a eletricidade produzida. Se continuarem nesse ritmo, em 2025 eles estarão consumindo mais que o setor industrial e de transportes juntos. A esperança está nos Edifícios de Energia Zero, que ao longo de um ano produzem mais energia do que consomem.

Os métodos de produção podem ser os mais diversos. Nos Estados Unidos, o mais comum é o fotovoltaico, que usa a energia do sol para gerar energia. Tudo depende das características de cada região. A Alemanha tem menor incidência de sol, entretanto produz mais energia solar que a gente devido à sofisticação das tecnologia usada e aos incentivos governamentais.

Para ser um ZEB, um edifício também precisa contar com moradores conscientes, capazes de viver com um "orçamento energético" determinado pela capacidade de produção do sistema adotado.

EXAME.com: Que outras fontes alternativas, além da solar, podem ser usadas?

Charles Kibert: O sistema fotovoltaico é o mais comum por causa de sua simplicidade; são placas estáticas de captação colocadas em um telhado. Mas é possível , também, ter um gerador eólico no topo do edifício e gerar energia a partir do vento. Outras alternativas são a biomassa e até a geotérmica, gerada através do calor proveniente do interior da Terra ou do vapor quente de fontes de água subterrâneas.

EXAME.com: Um edifício pode produzir mais energia do que consome?

Charles Kibert: Pode sim, e os que conseguem são chamados de Net Positive Buildings. A Alemanha possui um sistema bem desenvolvido que conta com um programa para incentivar a adoção de energias renováveis chamado feed-in tariff. Esse mecanismo garante o pagamento de um bônus para a energia que você produz. Nos EUA, temos um sistema parecido na Flórida, onde o consumidor 12 cents pela energia vida da rede elétrica local, mas recebe 25 cents se vender a energia produzida na sua própria casa. Trata-se de um sistema que estimula a produção excedentes de energia limpa nas residências.

EXAME.com: Qualquer tipo de edificação pode ser autossuficiente em energia?


Charles Kibert: Sim, mas todo o sistema deve ser pensando já na concepção da obra e implementado no começo das construção. É muito difícil e extremamente caro adaptar um edifício comum. Atualmente, na Califórnia, as construções residenciais estão mais adiantadas no processo do que as comerciais. Prédios residenciais tendem a ser mais baixos e ter menor área, o que facilita a implementação do sistema de energia alternativa. Quanto maior o prédio, maior a área necessária para implantação do sistema gerador.

Exame.com: Em que nível estão as regulamentações para ZEBs nos EUA?

Charles Kibert: Na Califórnia todos os edifícios residenciais têm que ser zero energy building até 2020, e os comerciais, até 2030. Mas pouco a pouco, todos os EUA têm se mobilizado nesse sentido. A política de energia nacional já determina que, em vinte anos, os ZEB´s sejam tecnicamente viáveis sob quaisquer circunstanciais para construções comerciais.

EXAME.com: Alguma certificação de construção verde, como o LEED, por exemplo, exige que um edifício seja ZEB?

Charles Kibert: Nos EUA, a American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers (ASHRAE), um importante centro desenvolvedor de standards energéticos criou, recentemente, um novo selo de energia para edificações cujo padrão máximo de qualificação (A+) só pode ser alcançado por Zero Energy Buildings.

Mas se levarmos em consideração o selo de construção sustentável LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), emitido pelo Green Build Council, veremos que pelo menos 60% de todos os pontos exigidos têm relação com a eficiência energética do prédio.

EXAME.com: Quais os países mais adiantados no desenvolvimento de ZEBs?

Charles Kibert: Há pesquisa e desenvolvimento em todas as partes do mundo, na Noruega, Canadá, Japão, nos EUA, Holanda, Itália, etc. A auto-suficiência energética tem atraído muito atenção hoje em dia por conta do aumento do preço da energia, pelo aquecimento global e problemas climáticos. Ao longo do tempo, os ZEBs diminuem os custos com energia porque usam recursos alternativos e, evitando, o uso de energia de origem fóssil conseguem diminuir as emissões de gases efeito estufa. É uma proposta bastante atrativa sob vários pontos de vista.

Como transformar empreendimentos existentes em empreendimentos sustentáveis

Por Luiz Henrique Ferreira, para administradores.com.br


O processo de reabilitação de edifícios para torná-los sustentáveis é bem mais complexo do que uma construção nova já sustentável

A cada dia que passa ouvimos falar mais sobre sustentabilidade, preservação do mei ambiente e aquecimento global. Estes conceitos, que até pouco tempo se restringiam aos grupos acadêmicos e ambientalistas, passaram a fazer parte de nossa realidade, devido ao aumento do acesso à informação e também aos primeiros indícios reais de esgotamento da capacidade do planeta em prover recursos naturais para a nossa sobrevivência.

A Construção Civil é responsável pelo consumo de boa parte dos recursos naturais do planeta, tanto na fase de obras quanto na fase de uso e operação dos edifícios. Apesar de ser uma fase de enorme impacto ambiental, a construção de edifícios dura no máximo dois anos, enquanto que o seu uso pode facilmente passar dos 50 ou 100 anos. Durante todo tempo de vida útil do edifício, ele irá consumir recursos naturais e despejar resíduos no planeta, consumindo muito mais energia, água e gerando muito mais resíduos do que na fase de obras.

Apesar do "boom" imobiliário dos últimos cinco anos, a idade média das construções na cidade de São Paulo ainda é de aproximadamente 25 anos. Isso significa que temos edifícios novos e eficientes, mas também edifícios muito antigos e ineficientes, que foram projetados e construídos numa época em que os conceitos de sustentabilidade e preservação ambiental nem sequer existiam! Portanto, apesar das iniciativas atuais de se construir de maneira sustentável, temos um grande desafio que é tornar os edifícios já existentes sustentáveis, pois eles acabam sendo os grandes responsáveis pelo esgotamento da água e energia do planeta.

Crédito: Felipe Spencer

O processo de reabilitação de edifícios para torná-los sustentáveis é bem mais complexo do que uma construção nova já sustentável. Em alguns casos mais críticos, a ocupação do edifício durante o processo de reabilitação pode tornar-se inviável, porém em outros a reabilitação ocorre com o edifício em funcionamento. Além da questão da ocupação dos edifícios, normalmente o processo de reabilitação sustentável encontra dificuldades devido ao canteiro de obras restrito, alta quantidade de resíduos de demolição, falta de cadastramento da situação real do edifício e incômodos gerados aos usuários e vizinhos.

O primeiro passo para tornar um edifício existente sustentável é uma análise minuciosa da situação atual em relação aos requisitos de Alta Qualidade Ambiental (AQUA), que são baseados na qualidade intrínseca do edifício (QI) e na qualidade ambiental das práticas (QAP). A qualidade intrínseca do edifício demonstra como a construção em si atende aos critérios de sustentabilidade, como elementos de sombreamento de fachada (brises), sistemas de ventilação natural, facilidade de acessos para manutenção, iluminação natural, entre outros.

A qualidade intrínseca do edifício não está diretamente relacionada ao emprego de soluções de alta tecnologia, e sim a um bom projeto arquitetônico e a uma execução consciente, que levam a um alto desempenho ambiental e a uma economia significativa de energia e água durante a operação. Já a qualidade ambiental das práticas (QAP) decorre da maneira pela qual os usuários se relacionam com o edifício, e é tão importante quanto a QI, uma vez que o usuário é o grande responsável pelos impactos ambientais decorrentes de sua operação. Para se ter uma ideia, uma simples torneira aberta por 6 minutos gasta toda a água necessária para uma pessoa sobreviver um dia inteiro, considerando o consumo per capita recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Desta forma, não adianta nada o edifício ser totalmente sustentável se as práticas de operação não forem sustentáveis.

Uma vez concluída a análise inicial, chamada diagnóstico, é preciso traçar uma estratégia ambiental do edifício, hierarquizando quais iniciativas deverão ser postas em prática primeiro, sempre levando em consideração a relação custo x benefício x preservação do meio ambiente. A estratégia ambiental global do edifício tem como finalidade evitar que se tomem medidas isoladas, aparentemente sustentáveis, porém quando dentro de um contexto global sem resultados expressivos. Um exemplo interessante é a instalação de sensores de presença em todos os ambientes do edifício, inclusive os com lâmpadas fluorescentes: estudos comprovam que para ciclos menores do que 15 minutos é mais viável deixar o acionamento da lâmpada por interruptor do que instalar um sensor de presença.

Neste caso, a análise leva em conta, não só o consumo de energia, mas também o impacto ambiental decorrente do descarte das lâmpadas fluorescentes, que têm a sua durabilidade reduzida proporcionalmente ao número de ciclos. Resumindo, do ponto de vista global, a aparente redução no consumo de energia elétrica em uma lâmpada fluorescente com sensor de presença pode gerar um impacto ambiental maior, devido à redução da sua vida útil.

Por fim, não existe uma receita pronta para tornar os edifícios existentes em edifícios sustentáveis, pois a complexidade de uma construção é muito grande. A receita ideal é utilizar uma metodologia reconhecida para tornar o edifício sustentável, implementada por uma equipe que conheça a fundo os requisitos de Alta Qualidade Ambiental (AQUA), de modo que a reabilitação sustentável possa efetivamente atingir os resultados desejados, contribuindo efetivamente para a redução da escassez de recursos naturais e biodiversidade.

Luiz Henrique Ferreira é diretor da Inovatech Engenharia, consultoria especializada em construções sustentáveis.

Procel Edifica para prédios residenciais será lançado nos próximos dias

Por Ana Paula Rocha, para AU (Ed. Pini), publicado em PiniWeb - Novembro 2010

Etiquetagem avaliará as unidades habitacionais autônomas, as edificações residenciais multifamiliares como um todo e as áreas de uso comum do empreendimento

A Eletrobrás e o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) devem lançar em 29 de novembro a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Procel Edifica) para prédios residenciais. A informação foi dada por Solange Nogueira, chefe da divisão de Projetos de Eficiência Energética em Edificações do Procel/Eletrobrás, no 3º Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável, realizado nos dias 8 e 9 de novembro, em São Paulo.

"No dia 10 de novembro termina a consulta pública dos Requisitos de Avaliação da Conformidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais (RAC-R). Para esse mesmo dia, está marcada uma reunião entre a Eletrobrás, o LabEEE (Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da Universidade Federal de Santa Catarina) e outros agentes responsáveis pela etiquetagem para se discutir as sugestões recebidas na consulta pública. No dia 11, vamos fazer uma reunião da comissão técnica do Inmetro e esperamos que no dia 29 o Procel Edifica para Prédios Residenciais já esteja publicado no site do Inmetro", disse Nogueira.

O RAC-R, que define de que modo as edificações serão avaliadas, descrevendo a parte burocrática necessária para a obtenção da etiqueta, estava em consulta pública desde o dia 13 de outubro. Segundo Solange Nogueira, nesse período, mais de 300 sugestões foram recebidas pelo Inmetro.

A Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Procel Edifica) para prédios residenciais avaliará as unidades habitacionais autônomas, as edificações residenciais multifamiliares como um todo e as áreas de uso comum do empreendimento. Nas unidades habitacionais autônomas os principais pontos analisados serão a envoltória e o sistema de aquecimento de água. Já nas edificações multifamiliares os pontos resultarão da ponderação da avaliação das suas unidades autônomas e da avaliação da área externa. "Cada parte avaliada também pode receber pontos adicionais quanto à ventilação e iluminação naturais, uso racional da água, condicionamento de ar e até mesmo medição individualizada nos apartamentos", afirma Roberto Lamberts, do LabEEE.

Assim como nos prédios comerciais, dependendo do consumo de energia verificado, os edifícios residenciais serão classificados de "A" a "E", sendo "A" o mais eficiente. Somente em 2010, o Inmetro já etiquetou 12 prédios comerciais.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A internacionalização da certificação LEED

Por Antonio Macêdo Filho, Novembro 2010

A internacionalização da certificação LEED, de origem estadunidense, deve ser considerada em função das características de cada país onde se pretende aplicá-la. Padrões de referência de desempenho de equipamentos, hábitos de usos e consumos, desenvolvimento da indústria e fornecedores de materiais são alguns dos aspectos que tem grandes variações regionais, sem falar, evidentemente, de questões climáticas e ambientais.

Ao se adotar referências internacionais para certificação de empreendimento, corre-se o risco de menosprezar aspectos relevantes localmente, ou até mesmo adotar estratégias que podem eventualmente ser contrárias aos objetivos originais de melhor desempenho ambiental.

Por outro lado, uma certificação de reconhecimento internacional agrega importante valor a um empreendimento, diferencia e identifica, de forma clara, o compromisso dos envolvidos com a sustentabilidade daquela construção.

É importante, portanto, estudar e conhecer bem as características e recomendações de cada certficação, fazer as considerações que cabem em relação à realidade de cada local ou região e adotar, dentre as opções disponíveis, com visão ampla, as melhores práticas para favorecer a sustentabilidade de um empreendimento.

Projeto Integrado

Para se alcançar os melhores resultados, é preciso uma abordagem holística e abrangente, que somente será possível com o envolvimento, desde o início do processo, dos diversos agentes envolvidos no planejamento, projeto, execução, operação e manutenção do empreendimento a ser construído. Isto exige esforço, tempo e preparo da equipe de profissionais, inclusive para se envolver e conhecer bem a certificação que se pretende adotar, em especial se se trata de um modelo internacional como o LEED, a certificação ambiental de edificações mais conhecida e amplamente disseminada pelo mundo.

A versão 3 do LEED, de 2009, incorpora entre as suas categorias uma nova dedicada a Prioridades Regionais, como forma de favorecer o reconhecimento de características e demandas locais. A princípio válida apenas para os EUA e Canadá, recentemente, no mês passado, foi publicada uma nota informando a incorporação às Prioridades Regionais de demandas originadas em outros países.

No Brasil,  as contribuições a estas e outras evoluções podem ser feitas por quaisquer profissioanais que desejem participar das discussões promovidas pelos comitês técnicos LEED organizados pelo GBC Brasil. São espaços abertos onde se podem fazer sugestões para a melhor aplicação dos princípios da certificação. A internacionalização do LEED precisa disto: nossas considerações.

Arq. Antonio Macêdo Filho
amacedo@ecobuilding.com.br

Em tempo:

Na próxima semana, participarei em Chicago, EUA, de mais uma edição da GreenBuild Conference & Expo, evento anual promovido pelo USGBC e maior forum de construção sustentável do mundo. Muitos dos mais influentes profissionais do planeta na área estarão também presentes.

Além de mim, muitos dos profissinais envolvidos com os cursos oferecidos no Brasil pela EcoBuilding e também na pós-graduação em construção sustentável oferecida pelo INBEC e UNICID estarão também lá, sempre buscando a informação mais atualizada para compartilhar com os demais profissionais envolvidos com a sustentabilidade na construção no país.

Trarei mais informações na volta aqui no blog, no site e no twitter da EcoBuilding.

Até breve.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Arquiteto diz que energia solar pode ser financiada por emissões

‘Acho que cada país tem de estipular uma taxa sobre o carbono’, diz Norbert Lecner
Por Karina Ninni - estadao.com.br, 09 de novembro de 2010

Norbert Lechner é professor da Faculdade de Arquitetura, Design e Construção da Universidade de Auburn, nos EUA, e autor do livro "Heating, Cooling, Lighting: Sustainable Design Methods for Architects", uma bíblia da arquitetura sustentável. Ele veio ao Brasil para o 3º Simpósio Brasileiro da Construção Sustentável, que termina nesta terça-feira em São Paulo, e falou ao Estadão.

Estadão - Em seu livro Heating, Cooling and Lightening, você afirma que as construções são responsáveis por 48% de toda a energia consumida no mundo (40% para a manutenção dos prédios e 8% para a construção propriamente dita). Você acredita que o setor da construção civil terá incentivos para mudar esse cenário nos próximos anos mesmo que os líderes reunidos em Cancún não decidam por um acordo legalmente vinculante sobre emissões?

Lechner – A popularidade do sistema LEED (sistema de certificação) nos EUA indica um interesse crescente pelas construções sustentáveis. Muitos, senão a maioria, dos atores do setor de construção estão interessados no que chamamos “green building” nem tanto por questões ideológicas, mas porque querem estar preparados para ganhar dinheiro com aquilo que acreditam ser o futuro do setor. Com base nos resultados de negociações internacionais passadas sobre aquecimento global, eu não espero que acordos internacionais sejam a resposta para o problema. Acho que cada país tem de estipular uma taxa sobre o carbono. Quando alguns países-chave adotarem uma taxa, os outros os seguirão.

Estadão – A casa “zero em energia” (zero energy) é um projeto realmente possível? Temos as ferramentas para construir casas que consumam quase nada de energia?

Lechner – Do ponto de vista técnico, ela é possível, sim, tanto que já existem projetos. As construções zero em energia são baseadas em duas estratégias: eficiência energética e uso de energia renovável. Normalmente, o consumo de energia é reduzido em 80% por medidas de eficiência energética e os 20% que sobram podem ser produzidos por células fotovoltaicas, ou seja, energia solar. E esta pode se tornar economicamente viável se taxarmos o carbono.

Estadão – Do ponto de vista arquitetônico, é mais difícil criar um projeto sustentável em cimas tropicais ou em cimas temperados?

Lechner - Os climas temperados são muito complicados porque raramente são realmente temperados. São quentes no verão e muito frios no inverno. Portanto, as construções têm de ser desenhadas para atender a demandas opostas: aquecer no inverno e resfriar no verão. Isso inclui, por exemplo, dominar mecanismos de sombreamento a ponto de deixar o sol do inverno passar para o ambiente, mas não o sol do verão. Quanto aos climas tropicais, há dois tipos: quentes e secos e quentes e úmidos. Os primeiro são mais fáceis, porque neles as técnicas de resfriamento econômicas em energia funcionam muito bem. Nos climas quentes e úmidos, isso não acontece. Portanto, em locais de clima equatorial as construções têm de ser desenhadas para minimizar o uso de ar condicionado.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

II Missão Técnica EcoBuild Londres 2011 - 26/02 a 07/03

Caros,

Estão abertas as reservas para a segunda missão técnica EcoBuild Londres, com organização da ArqTours, by Raquel Palhares. Assim como em 2010, visitaremos também Amsterdã, entre os dias 26 de fevereiro e 07 de março de 2011.

Como sempre, além da feira, está prevista ainda uma agenda de visitas técnicas com foco especial nas questões relacionadas à sustentabilidade nas construções, com orientação e acompanhamento técnico. Recomendo.



Mais informações sobre a EcoBuild: http://www.ecobuild.uk/
Reservas pelo: raquel@arqtours.com.br
ou (11) 2361 6659 / 2359 0018
Vagas limitadas. Garanta a sua.

domingo, 7 de novembro de 2010

Nova película solar transforma janelas em painéis solares

Publicado originalmente em IdeiasGreen.com.br, em 05/11/2010

Cientístas do departamento de energia dos Estados Unidos desenvolveram um material super fino que poderá transformar uma janela comum em painel solar. Se esse projeto for bem sucedido, janelas inteiras poderão ser cobertas com essa película.
O material foi desenvolvido nos laboratórios nacionais de Los Alamos e Brookhaven. Na apresentação do projeto, os cientístas explicaram que a película é feita de uma material chamado 'fullerenes', que são moléculas compostas de 60 átomos de carbono em formato de bola de futebol. Ainda existe um longo caminho até que o material seja produzido em escala comercial, mas os cientístas estão muito confiantes com a evolução dos estudos.

sábado, 6 de novembro de 2010

Condomínio em Florianópolis faz demonstração com turbina eólica em miniatura

Publicado originalmente em CicloVivo.com.br, em 27/10/2010
As duas turbinas do condomínio terão a mesma estrutura, mas com o dobro do tamanho da atual, alcançando 1,20 metro de diâmetro e seis metros de altura. (Imagem: Divulgação)

Uma escultura de metal que gira com a força do vento vem chamando a atenção de quem passa pelo bairro Novo Campeche, em Florianópolis, atraindo muitos olhares curiosos.

O equipamento é, na realidade, uma turbina eólica da marca norte-americana Helix Wind, numa versão menor das que serão posteriormente instaladas no topo das duas torres residenciais do inovador condomínio Neo Next Generation, que está sendo erguido a poucos metros dali.

Bem diferente das enormes hélices das turbinas eólicas tradicionais, o equipamento possui dimensões reduzidas e se destaca pelo design vertical de alta tecnologia e com forte apelo estético, que aproveita ao máximo a força do vento para gerar energia limpa, completamente livre da emissão de carbono.

Trazido para o Brasil pelo empreendedor e urbanista Jaques Suchodolski, idealizador do projeto do Neo, o equipamento foi instalado apenas a título de demonstração e visualização desta tecnologia sustentável.

As duas turbinas do condomínio terão a mesma estrutura, mas com o dobro do tamanho da atual, alcançando 1,20 metro de diâmetro e seis metros de altura. Cada uma será capaz de gerar cerca de cinco kilowatts de maneira silenciosa e segura, numa configuração ideal para a instalação em residências e edifícios.

Com previsão de entrega das obras em março de 2012, o condomínio Neo Next Generation será o primeiro empreendimento residencial no Brasil a contar com um gerador próprio de energia eólica. Utilizando os mais modernos conceitos de sustentabilidade, o projeto prevê o uso de energia limpa para o aquecimento da água de todos os 24 apartamentos, resultando em uma economia de 50% na conta de luz para os proprietários. Além da energia eólica, o condomínio contará com uma estrutura de reaproveitamento de água da chuva e estação de tratamento de água.