sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A internacionalização da certificação LEED

Por Antonio Macêdo Filho, Novembro 2010

A internacionalização da certificação LEED, de origem estadunidense, deve ser considerada em função das características de cada país onde se pretende aplicá-la. Padrões de referência de desempenho de equipamentos, hábitos de usos e consumos, desenvolvimento da indústria e fornecedores de materiais são alguns dos aspectos que tem grandes variações regionais, sem falar, evidentemente, de questões climáticas e ambientais.

Ao se adotar referências internacionais para certificação de empreendimento, corre-se o risco de menosprezar aspectos relevantes localmente, ou até mesmo adotar estratégias que podem eventualmente ser contrárias aos objetivos originais de melhor desempenho ambiental.

Por outro lado, uma certificação de reconhecimento internacional agrega importante valor a um empreendimento, diferencia e identifica, de forma clara, o compromisso dos envolvidos com a sustentabilidade daquela construção.

É importante, portanto, estudar e conhecer bem as características e recomendações de cada certficação, fazer as considerações que cabem em relação à realidade de cada local ou região e adotar, dentre as opções disponíveis, com visão ampla, as melhores práticas para favorecer a sustentabilidade de um empreendimento.

Projeto Integrado

Para se alcançar os melhores resultados, é preciso uma abordagem holística e abrangente, que somente será possível com o envolvimento, desde o início do processo, dos diversos agentes envolvidos no planejamento, projeto, execução, operação e manutenção do empreendimento a ser construído. Isto exige esforço, tempo e preparo da equipe de profissionais, inclusive para se envolver e conhecer bem a certificação que se pretende adotar, em especial se se trata de um modelo internacional como o LEED, a certificação ambiental de edificações mais conhecida e amplamente disseminada pelo mundo.

A versão 3 do LEED, de 2009, incorpora entre as suas categorias uma nova dedicada a Prioridades Regionais, como forma de favorecer o reconhecimento de características e demandas locais. A princípio válida apenas para os EUA e Canadá, recentemente, no mês passado, foi publicada uma nota informando a incorporação às Prioridades Regionais de demandas originadas em outros países.

No Brasil,  as contribuições a estas e outras evoluções podem ser feitas por quaisquer profissioanais que desejem participar das discussões promovidas pelos comitês técnicos LEED organizados pelo GBC Brasil. São espaços abertos onde se podem fazer sugestões para a melhor aplicação dos princípios da certificação. A internacionalização do LEED precisa disto: nossas considerações.

Arq. Antonio Macêdo Filho
amacedo@ecobuilding.com.br

Em tempo:

Na próxima semana, participarei em Chicago, EUA, de mais uma edição da GreenBuild Conference & Expo, evento anual promovido pelo USGBC e maior forum de construção sustentável do mundo. Muitos dos mais influentes profissionais do planeta na área estarão também presentes.

Além de mim, muitos dos profissinais envolvidos com os cursos oferecidos no Brasil pela EcoBuilding e também na pós-graduação em construção sustentável oferecida pelo INBEC e UNICID estarão também lá, sempre buscando a informação mais atualizada para compartilhar com os demais profissionais envolvidos com a sustentabilidade na construção no país.

Trarei mais informações na volta aqui no blog, no site e no twitter da EcoBuilding.

Até breve.

Nenhum comentário: