terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Um dia, todos os edifícios serão verdes

Este foi o slogan da campanha de lançamento, em Portugal, do Sistema Nacional de Certificação Energética de edifícios. Atendendo às recomendações de diretivas da Comunidade Européia de 2006, o programa português, implantado com sucesso a partir de 1 de janeiro de 2007, para edifícios novos com mais de 1.000 m2, agora foi ampliado para todas as novas edificações.

Assim como no Brasil, o programa português segue padrões que se assemelham aos já adotados para eletrodomésticos e definem parâmetros a serem atendidos para o desempenho energético das edificações, observando-se também o conforto dos usuários e a qualidade do ar.

Diferentemente do programa brasileiro Procel Edifica, no entanto, o modelo português é de atendimento obrigatório para novas edificações e grandes reformas. O certificado emitido pelo orgão regulador para as novas edificações vem acompanhado de recomendações para a manutenção do edifício e até para a melhoria dos índices de desempenho.

Sistemas de coletores solares para aquecimento de água, equipamentos eficientes de ar condicionado e iluminação e sistemas de coleta e reuso de água são algumas das tecnologias que são estimuladas pelo programa de certificação energética português.

Além do efeito direto sobre o consumidor, que pode escolher entre edifícios mais e menos econômicos, o sistema está causando grande transformação nos processos de projeto de novas edificações no país. Os arquitetos devem, obrigatoriamente, apresentar, para fins de aprovação, simulações computacionais do desempenho energético dos edifícios que projetam. Isto tem elevado significativamente o nível de detalhamentos e qualidade geral dos projetos, como também a responsabilidade dos profissionais projetistas no processo.

Coisa semelhante seguramente também acontecerá no Brasil, na medida em que o programa brasileiro se torne também de cumprimento obrigatório, o que deve ocorrer a partir de 2012.

Precisaremos estar preparados, pois, um dia, todos os edifícios serão verdes...

Por Antonio Macêdo Filho, dezembro 2009