quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Projeto de edifício de escritório une forma e eficiência

Caros,

Em recente concurso de projetos para a sede do Conselho de Administração de Santa Catarina, em Florianópolis, sagrou-se vencedor um projeto que se destaca por suas estratégias voltadas para a eficiência energética.

Reproduzo a seguir, em versão original em inglês, texto publicado no site Inhabitat.com, a respeito do projeto e aproveito para parabenizar os seus autores, da AUM Arquitetos. É um belo projeto e um bom exemplo.

Brilliant Brazilian Office Tower Marries Form with Efficiency

by Andrew Michler, 12/29/10

This beautiful mid-rise in Brazil will soon be the home of the Council of Administration of Santa Catarina. AUM arquiteto’s winning design not only achieves visual richness in a simple form, but it also features an outstanding energy-efficient plan that synthesizes the look and the function of the building. The design begins with location — a choice lot overlooking the Atlantic Ocean. The office tower uses the sea breezes to cool off and a host of other techniques to avoid running the AC — all while providing multiple connections to the outdoors and to the greater community.


The design strategy focuses on using passive means to cool the building. The screened façade on the sides blocks the rising and setting sun, while a patch of green roof and overhangs helps mitigate midday sun exposure. Patios and overhangs at the front of the building scoop up the sea breezes though operable windows.


Modules set within the side of the façade indent on each floor to allow office occupants to enjoy a small patio and green space complete with trees. The front and back also have outdoor space providing views of the sea and forested hillside respectively. The building is topped off with a solar electric array to help offset power consumption.

The entire building rests on just four pillars, with a large indoor theater for event hosting and three levels of tuck-under parking to make the best use of space. The overall design is efficient in terms of energy and space while being open to the surroundings to take advantage of the choice location and climate.

Ministérios se unem para incentivar energia solar

Da redação do Site Inovação Tecnológica - 29/12/2010

Embora a matriz energética brasileira já seja predominantemente baseada em energias renováveis e o Brasil tenha elevado potencial de irradiação, a participação da energia solar ainda é incipiente no País.

A usina heliotérmica que deverá ser construída em Pernambuco usará a tecnologia de cilindros parabólicos.[Imagem: Abengoa]

Reportagem recente da revista Photon (importante publicação de energia solar fotovoltaica em âmbito internacional) intitula o Brasil como "o gigante que está dormindo embaixo do sol".

Mas talvez este cenário possa começar a mudar a partir de 2011.

A reboque das iniciativas do setor privado, voltadas sobretudo para o uso da energia solar térmica para o aquecimento de água residencial, o governo federal deu os primeiros passos para uma política pública mais sólida para o setor da energia solar no Brasil.

Energia heliotérmica

Foi assinado nesta semana, em Brasília, um Acordo de Cooperação Técnica entre os ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e de Minas e Energia (MME) com o objetivo de fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico para o aproveitamento da energia solar no Brasil.

O foco dos esforços será a energia heliotérmica, que usa concentradores solares para aquecer fluidos e gerar eletricidade.

O princípio de funcionamento de uma usina heliotérmica é similar ao de uma termelétrica, com a diferença que o calor que alimenta as turbinas é gerado pela luz do Sol. Atualmente existem três tecnologias principais na área: cilindros parabólicos, torre central e disco parabólico.

O acordo entre os Ministérios prevê o acompanhamento conjunto de atividades, compartilhamento de informações, fomento para a elaboração de projetos-piloto, de pesquisa e demonstrações, de capacitação técnica e de acordos nacionais e internacionais, além da criação um Comitê Gestor.

Heliotérmica em Pernambuco

De acordo com o Coordenador de Energia e Inovação de Tecnologia do MCT, Eduardo Soriano, "o acordo vai alavancar a implantação da Planta Piloto de Geração Heliotérmica no Semiárido", em Pernambuco, com aporte inicial de R$ 23 milhões, sendo R$ 18 milhões do Fundo Setorial de Energia (CT-Energ) e R$ 5 milhões da Secretaria de Ciência Tecnologia e Meio Ambiente do estado (Sectma).

A Plataforma de Pesquisa Experimental abrange tecnologias de diversos tipos de sistemas, nos moldes de plataformas de pesquisa existentes no exterior, como a de Almeira (na Espanha). A primeira tecnologia a ser implantada será a de cilindros parabólicos.

O projeto conta com parceiros como a Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Fapape), o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), dentre outras instituições em fase de negociação.

Tecnologia solar no Brasil

Na avaliação do ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, o documento é um marco do desenvolvimento da tecnologia solar no Brasil e, para isso, é essencial que o País elabore mecanismos que estimulem a produção de pesquisas e tecnologia nacional.

"É importante o Brasil não somente ir lá fora e comprar uma central solar, mas trazer a comunidade acadêmica, centros de pesquisa e também, numa outra etapa, as empresas que pretendem participar de todo o processo", afirmou Zimmermann.

Veja também a reportagem Energia solar no Brasil pode ser vantajosa a partir de 2013.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Residências: etiquetas para quem consome menos

Da Agência Ambiente Energia

As primeiras etiquetas de eficiência energética residencial foram entregues, no final de novembro, a nove projetos, entre os quais a Casa Eficiente da Eletrobras Eletrosul (foto). Elaborada pela Eletrobras e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalizaçao e Qualidade Industrial (Inmetro), a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia busca estimular a redução do consumo de energia em residências e edifícios multifamiliares, fazendo a classificação dos imóveis, assim como já acontece com os eletrodomésticos.

Voluntária, a certificação é concedida dentro do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). “A população já entende a etiquetagem e as empresas da construção civil certamente vão querer obtê-la como um diferencial para o seu produto”, avalia o diretor de Tecnologia da Eletrobras, Ubirajara Rocha Meira. Para o presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentábel, Marcelo Takaoka, apenas com a adoção de tecnologias de eficientização já existentes é possível obter uma redução de até 40% da energia consumida nas residências brasileiras.

Segundo dados da Eletrobras, atualmente, edificações residenciais, comerciais, de serviços e públicas representam quase 45% do consumo brasileiro de energia, sendo que as residências respondem por 15% desse total. A economia que pode ser obtida a partir da redução do consumo com imóveis planejados, construídos ou reformados de forma eficiente interessa também ao governo, pois significa mais disponibilidade de energia para o crescimento rápido do país.

“A avaliação das edificações residenciais baseia-se em aspectos que apresentam consumo significativo de energia elétrica, ou seja, o desempenho térmico de fachadas e coberturas, com ênfase na iluminação e ventilação naturais, e na eficiência do sistema de aquecimento de água”, explica Solange Nogueira, gerente da Divisão de Eficiência Energética em Edificações da Eletrobras/Procel Edifica.

Metodologia – Para criar a etiqueta de eficiência energética residencial, o Inmetro selecionou diversas metodologias e combinou-as num processo sintetizado. A etapa seguinte foi a acreditação dos organismos de inspeção para emiti-las. Atualmente, o Laboratório de Eficiência Energética da Universidade de Santa Catarina (LabEEE), que colaborou no desenvolvimento dos Requisitos Técnicos da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais (RTQ-R), é o único autorizado pelo instituto.

De acordo com Roberto Lamberts, supervisor do LabEEE, a metodologia de avaliação foi definida a partir de 150 mil simulações feitas para os diferentes climas brasileiros. Os critérios são diferentes para as oito regiões bioclimáticas do país. O engenheiro explica também que a etiquetagem está constituída de três índices, que avaliam o nível de eficiência do imóvel no verão, no inverno e o aquecimento de água. Há também um índice para avaliar o desempenho da edificação quando refrigerada artificialmente.

No caso de edifícios multifamiliares, cada unidade de apartamento terá etiqueta individual correspondente ao seu nível de eficiência energética e o prédio como um todo receberá sua própria etiqueta com o número de unidades por estágio de eficientização, que varia de “A” a “E”. Também serão avaliadas e receberão etiqueta as áreas de uso comum dos prédios.

Conheça os primeiros projetos certificados:

* Eletrobras Eletrosul, pela Casa Eficiente – Florianópolis (SC)

* Parceria Finep, Caixa e Núcleo de Pesquisa em Construção da UFSC, por meio do Programa Habitare, pelo protótipo de habitação de interesse social – Florianópolis (SC)

* Central de Crédito Rural com Interação Solidária, por duas residências – Chapecó (SC) e Frei Rogério (SC)

* Construtora Sphera Quattro, pelo empreendimento multifamiliar Residencial SJ1 – São José (SC)

* Empresa Cidade Pedra Branca, pelo empreendimento multifamiliar Travertino – Palhoça (SC)

* Construtora Rossi, pelo empreendimento multifamiliar Condomínio Atlântida – Xangri-lá (RS)

* Construtora Tecnisa, pelos empreendimentos multifamiliares Residencial Moai e Residencial Flex Guarulhos – São Paulo (SP) e Guarulhos (SP).

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O que o brasileiro pensa sobre sustentabilidade

Da redação da revista Época, dezembro 2010
Estudo mostra que aumentou a preocupação com o aquecimento global e que o brasileira leva em conta a responsabilidade social das empresas na hora de comprar. Entre 2009 e 2010, o brasileiro ficou mais preocupado com o meio ambiente e com as escolhas que influenciam o futuro do planeta

O brasileiro leva em conta as iniciativas sustentáveis das empresas antes de fazer compras e está ficando cada vez mais preocupado com problemas ambientais como a quantidade de lixo gerada e o aquecimento global. As conclusões são do estudo Futuros Sustentáveis, realizado pela consultoria Havas e pelo instituto de pesquisas GlobalScan.

Entre os nove países pesquisados entre março e abril deste ano, o Brasil ficou em terceiro lugar na lista daqueles onde as pessoas disseram se preocupar “sempre” com as questões ambientais, sociais e éticas na hora de fazer uma compra. Responderam desta forma 16% dos 2,5 mil entrevistados no Brasil, contra 20% dos indianos e 18% dos mexicanos. Na Alemanha e no Reino Unido, os últimos colocados, apenas 3% responderam à questão desta forma.

Os brasileiros também se mostraram mais propensos a premiar uma empresa que se mostra responsável do ponto de vista socioambiental do que a punir outra que não seja. Dos entrevistados, 90% disseram já ter recompensado uma empresa, enquanto 82% disseram já ter punido. Segundo os números dessa pesquisa, essa tendência é verificada em outros países em desenvolvimento, como a China, Índia e México, mas não nos países desenvolvidos pesquisados. Na França, por exemplo, 78% dos entrevistados disseram ter premiados empresas responsáveis enquanto 76% afirmaram ter punido as que não são.

Esse comportamento aparentemente se deve ao espaço que temas ambientais têm na lista de preocupações dos brasileiros. O estudo mostrou que 65% dos entrevistados se dizem “muito preocupados” com a poluição ambiental, terceiro assunto mais citado em uma lista de dez temas, atrás apenas da violência e da educação. Na comparação com a pesquisa anterior – realizada entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009 – a preocupação com a poluição cresceu quatro pontos porcentuais, mesma tendência de outros temas semelhantes.

O excesso de lixo gerado, quarto tema mais citado, foi classificado como de “muita preocupação” por 62% dos entrevistados, antes 54% em 2009. O mesmo nível de preocupação foi obtido pelo tema “esgotamento de recursos naturais”, que tinha 58% em 2009 e passou a preocupação com a saúde, que se manteve estável em 59%. Se disseram muito preocupados com o aquecimento global 58% dos entrevistados, ante 49% de 2009. No mesmo período, houve redução das preocupações com pobreza (de 56% para 54%), desemprego (52% para 48%) e a economia (44% para 42%).

A pesquisa também mostra que 91% dos entrevistados acreditam que as grandes empresas devem estar ativamente envolvidas na resolução dos problemas sociais e ambientais do país, enquanto em 2009 os que tinham essa opinião somavam 88%. Para 85%, o apreço por uma companhia aumentaria se ela estivesse ligada a uma entidade de caridade ou ONG e 64% disseram que aceitariam pagar até 10% a mais em um produto fabricado de maneira socioambientalmente responsável.
O estudo deixa claro que, além de investir na própria imagem de responsabilidade social, as empresas devem divulgar seus produtos desta forma. Segundo os entrevistados, o que mais dificulta a compra de produtos sustentáveis é a falta de informação e a dificuldade de descobrir se eles realmente são sustentáveis. A segunda razão mais citada para não comprar os produtos foi o preço – para 52% – e a terceira foi a falta de acesso a esses produtos (37%).
Na lista de companhias mais responsáveis do ponto de vista socioambiental apareceu em primeiro lugar a Natura (27%), seguida por Petrobras (22%), Nestlé (15%), Vale (14%), e os bancos Bradesco e Real (9%).

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Blog do Macêdo atinge 11.000 visitas no mês de novembro

Caros,

É com satisfação que informo que o Blog do Macêdo ultrapassou as 11.000 visitas no mês de novembro, ou seja, mais de 360 por dia, em média. É uma marca que impressiona.

É também mais um indicativo de que as pessoas de fato estão cada vez mais se interessando e buscando se informar a respeito das sustentabilidade na Arquitetura e Construção.

Fico satisfeito em poder contribuir para a qualificação de profissionais e estudantes na área em todo o país, como faço também com os cursos que realizamos pela EcoBuilding, com a graduação em Arquitetura Sustentável pela UNICID, que dirijo, e com os cursos de Pós-graduação em Construção Sustentável pelo INBEC, em convênio com o GBC Brasil.

Agradeço aos colegas que seguem, incentivam, indicam, comentam ou apenas visitam o Blog do Macêdo. Vocês são o principal estímulo.

Obrigado a todos!

Arq. Antonio Macêdo Filho
amacedo@ecobuilding.com.br
amacedo@unicid.br

Santa Catarina terá centro de certificação para painéis fotovoltaicos

Da redação do Jornal da Energia - São Paulo, 29 de Novembro de 2010

Portugueses assinam acordo para transferir tecnologia para o Estado; ideia é atrair investidores do setor solar

O Estado de Santa Catarina deve receber em breve um laboratório de energia solar fotovoltaica que, com capacidade para certificar painéis de geração de energia a partir do sol, que poderá servir para incentivar os investimentos na fonte no País. O negócio começou a ser tratado neste mês, em Portugual, durante a realização de um fórum sobre energias renováveis. Ao final do evento, o Estado assinou um protocolo de intenções com a estatal Lógica, gestora do Parque Tecnológico da cidade portuguesa de Moura.

O documento prevê a instalação do laboratório em parceria com a Fundação Científica e Tecnológica em Energias Renováveis, criada por várias instituições de ensino e pesquisa de Santa Catarina. A intenção é certificar os equipamentos fotovoltaicos não só no Brasil, mas também na América Latina. “A implantação de um laboratório em parceria com a instituição responsável pela maior central de energia solar do mundo pretende estimular a produção desses painéis no Brasil e fazer nosso país avançar na geração de energia solar, ainda pouco explorada pelo potencial que temos”, explica o deputado estadual Pedro Uczai, que articulou a negociação.

O parlamentar, que coordenou as três edições do fórum Sustentar em Santa Catarina, esteve na edição portuguesa do evento e destacou a importância dos investimentos no setor solar não somente pela questão ambiental, mas também pela "oportunidade econômica e social". De acordo com o deputado, a construção de um laboratório semelhante na cidade de Moura, em Portugal, estimulou a criação de uma nova cadeia produtiva e a geração de mão de obra na área.

O protocolo de intenções firmado com os portugueses ainda prevê o desenvolvimento de esforços para instalar no Brasil duas fábricas de produção de painéis fotovoltaicos, a partir de diferentes tecnologias.

Residências ganham etiqueta de eficiência energética

Por Vanessa Barbosa, para Exame.com - 30/11/2010

No Brasil, as edificações respondem por 45% do consumo nacional de energia elétrica, sendo as residências responsáveis por 22% desse total. Para promover a economia e o uso racional da energia elétrica nas habitações familiares, a Eletrobras e o Inmetro lançaram nesta segunda-feira (29), em São Paulo, a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia para casas e edifícios residenciais.

A etiqueta será concedida pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), que já emite outras duas certificações semelhantes voltadas para eletrodomésticos e edifícios comerciais, públicos e de serviço. Mas dessa vez, os consumidores estão sendo munidos de mecanismos para escolher um novo lar levando em conta o seu desempenho energético. Uma escolha amiga do meio ambiente e boa para o bolso: morar em um prédio eficiente em energia pode reduzir de 30% a 40% a conta de luz no fim do mês.

Os empreendimentos participantes do programa (de adesão voluntária), são avaliados quanto ao desempenho térmico durante o inverno e o verão, e aos sistemas de aquecimento de água, iluminação e refrigeração. Para cada um dos pré-requisitos é dada uma classificação, que vai de "A" a "E", dependendo dos niveis de eficiência energética verificados. A média ponderada das categorias determina a nota final do prédio.

Segundo o diretor de tecnologia da Eletrobras, Ubirajara Moreira, aos poucos os programas de eficiência energética ganham mercado e despertam o interesse social. "É um processo em formação que vem envolvendo o setor privado e ganhando reconhecimento do consumidor", afirmou.

Durante o lançamento, também foram entregues as primeiras etiquetas de eficiência energética residenciais. Ao todo, nove empreendimento receberam a certificação. Um deles foi a Casa Eficiente da Eletrobras Eletrosul, em Florianópolis (SC), que possui soluções de eficiência energética como geração de energia fotovoltaica. O empreendimento é atualmente a sede do LMBEE - Laboratório de Monitoramento Ambiental e Eficiência Energética, responsável pela realização das avaliações técnicas das edificações do programa Procel Edifica.