terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Residências: etiquetas para quem consome menos

Da Agência Ambiente Energia

As primeiras etiquetas de eficiência energética residencial foram entregues, no final de novembro, a nove projetos, entre os quais a Casa Eficiente da Eletrobras Eletrosul (foto). Elaborada pela Eletrobras e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalizaçao e Qualidade Industrial (Inmetro), a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia busca estimular a redução do consumo de energia em residências e edifícios multifamiliares, fazendo a classificação dos imóveis, assim como já acontece com os eletrodomésticos.

Voluntária, a certificação é concedida dentro do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). “A população já entende a etiquetagem e as empresas da construção civil certamente vão querer obtê-la como um diferencial para o seu produto”, avalia o diretor de Tecnologia da Eletrobras, Ubirajara Rocha Meira. Para o presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentábel, Marcelo Takaoka, apenas com a adoção de tecnologias de eficientização já existentes é possível obter uma redução de até 40% da energia consumida nas residências brasileiras.

Segundo dados da Eletrobras, atualmente, edificações residenciais, comerciais, de serviços e públicas representam quase 45% do consumo brasileiro de energia, sendo que as residências respondem por 15% desse total. A economia que pode ser obtida a partir da redução do consumo com imóveis planejados, construídos ou reformados de forma eficiente interessa também ao governo, pois significa mais disponibilidade de energia para o crescimento rápido do país.

“A avaliação das edificações residenciais baseia-se em aspectos que apresentam consumo significativo de energia elétrica, ou seja, o desempenho térmico de fachadas e coberturas, com ênfase na iluminação e ventilação naturais, e na eficiência do sistema de aquecimento de água”, explica Solange Nogueira, gerente da Divisão de Eficiência Energética em Edificações da Eletrobras/Procel Edifica.

Metodologia – Para criar a etiqueta de eficiência energética residencial, o Inmetro selecionou diversas metodologias e combinou-as num processo sintetizado. A etapa seguinte foi a acreditação dos organismos de inspeção para emiti-las. Atualmente, o Laboratório de Eficiência Energética da Universidade de Santa Catarina (LabEEE), que colaborou no desenvolvimento dos Requisitos Técnicos da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais (RTQ-R), é o único autorizado pelo instituto.

De acordo com Roberto Lamberts, supervisor do LabEEE, a metodologia de avaliação foi definida a partir de 150 mil simulações feitas para os diferentes climas brasileiros. Os critérios são diferentes para as oito regiões bioclimáticas do país. O engenheiro explica também que a etiquetagem está constituída de três índices, que avaliam o nível de eficiência do imóvel no verão, no inverno e o aquecimento de água. Há também um índice para avaliar o desempenho da edificação quando refrigerada artificialmente.

No caso de edifícios multifamiliares, cada unidade de apartamento terá etiqueta individual correspondente ao seu nível de eficiência energética e o prédio como um todo receberá sua própria etiqueta com o número de unidades por estágio de eficientização, que varia de “A” a “E”. Também serão avaliadas e receberão etiqueta as áreas de uso comum dos prédios.

Conheça os primeiros projetos certificados:

* Eletrobras Eletrosul, pela Casa Eficiente – Florianópolis (SC)

* Parceria Finep, Caixa e Núcleo de Pesquisa em Construção da UFSC, por meio do Programa Habitare, pelo protótipo de habitação de interesse social – Florianópolis (SC)

* Central de Crédito Rural com Interação Solidária, por duas residências – Chapecó (SC) e Frei Rogério (SC)

* Construtora Sphera Quattro, pelo empreendimento multifamiliar Residencial SJ1 – São José (SC)

* Empresa Cidade Pedra Branca, pelo empreendimento multifamiliar Travertino – Palhoça (SC)

* Construtora Rossi, pelo empreendimento multifamiliar Condomínio Atlântida – Xangri-lá (RS)

* Construtora Tecnisa, pelos empreendimentos multifamiliares Residencial Moai e Residencial Flex Guarulhos – São Paulo (SP) e Guarulhos (SP).

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