sábado, 29 de setembro de 2018

Residência Sustentável em São José do Rio Preto será a primeira da região a ser certificada pelo GBC Casa

Antes mesmo de ser concluída a obra, a Residência Sustentável Quinta do Golf, em São José do Rio Preto, já é notícia na região.

A casa, projeto do arquiteto Daniel Ribeiro, está em processo de certificação pelo Referencial GBC CASA com consultoria da nossa equipe EcoBuilding e, quando concluída, em dezembro 2018, será a primeira da região a conquistar o selo de sustentabilidade do Green Building Council Brasil.

O arquiteto, levando em consideração no projeto o clima da região, realizou estudos de insolação para poder criar uma confortável área de lazer, com vista para o campo de golfe, ao mesmo tempo aberta, com muita luz natural e naturalmente ventilada, evitando o excesso de calor. Soma-se a isto a escolha por um sistema de cobertura com telhas isolantes sobre a laje, de forma a minimizar a transmissão de calor e favorecer a eficiência energética da casa.

Os equipamentos especificados, com o suporte da nossa equipe como parte do trabalho de consultoria, para a iluminação, ar condicionado e coletores solares para aquecimento de água para banho, são também de alta eficiência (todos com selo Procel A).

Este conjunto de medidas, conforme pudemos comprovar por meio de simulações computacionais da eficiência energética, farão com o que consumo de energia da casa seja reduzido em mais de 60%, ao longo de toda a sua vida útil. Deste total, o conjunto de painéis fotovoltáicos também instalados na cobertura da casa, será capaz de gerar mais de 60% da demanda de eletricidade ao longo do ano. Ou seja, a casa gastará menos de 1/4 do que gastaria uma casa equivalente usual, muito próxima, portanto, da autonomia plena em energia. E isto com espaços amplos, agradáveis e confortáveis.

Nos interiores, além de peças e metais eficientes no consumo de água, foram especificados, também com nossa orientação, materiais não agressivos à saúde, livres de COV´s, e de baixo impacto ambiental nas suas cadeias de produção, comprovado por meio da apresentação de declarações ambientais de produtos, solicitadas aos fornecedores, criteriosamente selecionados. No paisagismo, espécies nativas e de baixa demanda de água para rega foram especificadas.

Durante a obra, com nosso acompanhamento, diversas medidas para controle da poluição e dos resíduos de obra, por exemplo, foram implementadas, inclusive propocionando o aprendizado de uma série de boas práticas adotadas pelas equipe de obra, também gerenciadas pelo arquiteto, que passaram a entender a importância de se cuidar e controlar melhor as suas obras.

Este trabalho envolveu inclusive uma cooperativa de coleta de resíduos recicláveis da região que foi identificada e contatada para periodicamente retirar os resíduos, já separados e identicados, durante a obra.

Este conjunto de medidas adotadas tanto em projeto quanto em obra, muitas delas sem qualquer custo adicional, trazem importantes benefícios, não apenas para os proprietários, que poderão se orgulhar de ter uma casa confortável, agradável e muito eficiente, mas também para o meio ambiente, na medida em promove melhores desempenhos ambientais e menores impactos, e até para os profissionais envolvidos, tanto  de arquitetura e engenheria, quanto de mão de obra, fornecedores e instaladores, por meio da educação, crescimento e amadurecimento profissional que estas medidas provocam.

Ficamos muito felizes em ter oportunidade de ajudar a proporcionar tais benefícios e esperamos que este seja apenas mais um caso de muitos outros que passem a adotar boas práticas de sustentabilidade não apenas na região, mas por todo o país.

Consulte-nos. Vamos juntos praticar a Construção Sustentável.
Até a próxima.

Arq. Antonio Macedo Filho
EcoBuilding Consultoria

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Chicago, berço dos arranha-céus, é também modelo em Sustentabilidade

Chicago irá sediar, em novembro, a edição deste ano da GreenBuild Conference & Expo, maior evento de construção sustentável do mundo.

Vista de Downtown Chicago
Berço dos arranha-céus, Chicago conta com 10 dos 100 edifícios mais altos do planeta e é sede do CTBUH - Council on Tall Building and Urban Habitat, entidade internacional criada nos anos 60 na Lehigh University em Bethlehem, Pennsylvania, que pesquisa e promove a integração de empresas e organismos ligados à produção e regulação de edifícios de grande altura em todo o mundo, entidade que tenho a honra de representar no Brasil.

Desde 2010, quando a GreenBuild foi realizada em Chicago (eu estive lá, na minha 2a participação no evento), a cidade evoluiu bastante no que se refere à adoção de políticas e práticas voltadas para a sustentabilidade.

Em frente ao John Hancock
Center 
Em 2004 foi aprovada uma regulamentação municipal que determina que todos os prédios públicos municipais novos ou reabilitados têm que atender aos critérios da certificação LEED. Com isto, passaram a construir edifícios de escritórios, delegacias de polícia, bibliotecas e outros espaços públicos para serem certificados como green buildings e a cidade atingiu em 2017 a marca de 92 instalações municipais com certificação LEED, tornando Chicago a cidade com o maior número de edifícios públicos certificados LEED nos Estados Unidos.

A cidade também adotou políticas e programas que incentivam o setor privado a aspirar ao mesmo padrão. A Política de Desenvolvimento Sustentável de Chicago determina que os projetos que recebem assistência financeira ou benefícios de zoneamento da cidade incluam elementos sustentáveis.
Vista do observatório do
John Hancock Center

Por meio do Green Permit Program, os incorporadores obtém incentivos nas taxas (até US$ 25.000,00) e no tempo do processo de obtenção da licença de construção, caso adote em seus projetos alguns dentre 12 itens de sustentabilidade previstos no programa, tais como: telhados verdes, energia solar, sistemas permitam absorção de grandes volumes de águas pluviais, e adotem a certificação LEED.
Com tudo isto, hoje em dia Chicago tem o maior número de edifícios com certificação LEED nos Estados Unidos e a maior área quadrada de telhados verdes implementados.

Mas o assunto não está encerrado. O compromisso de Chicago com a Sustentabilidade a levou a anunciar recentemente o objetivo de migrar as fontes da energia elétrica para os edifícios públicos para 100% de origem renovável, até 2025.

City Hall (Prefeitura)
No início de 2017, o prefeito Rahm Emanuel anunciou que Chicago reduziu suas emissões de carbono em 7% de 2010 a 2015. Tal redução ocorreu no mesmo período em que a cidade registrou um aumento de 25.000 pessoas em sua população e 12% de crescimento na economia e nos empregos da região na cidade (ou seja, sensível aumento da eficiência energética), enquanto que nos EUA como um todo, houve aumento das emissões de CO2.

Em junho de 2017, o prefeito Emanuel entrou com uma ordem executiva formalizando o compromisso de Chicago em adotar as diretrizes do Acordo de Paris, mesmo depois que o Presidente Trump retirou os Estados Unidos do acordo, firmado após consenso por 196 países. A Ordem Executiva compromete a cidade de Chicago com a meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa a níveis inferiores em 26 a 28% em relação ao nível médio nacional de 2005, até o ano de 2025, o que é equivalente ao compromisso original da administração Obama quanto à contribuição dos Estados Unidos ao cumprimento do Acordo de Paris.

Chicago Harbour
Os edifícios e as cidades têm papel fundamental neste processo. Líderes empresariais, do setor público, entidades, universidades, formadores de opinião, todos podemos contribuir com a propagação dos conceitos de sustentabilidade, com o aumento da eficiência no uso dos recursos, com a redução dos consumos e das emissões, com a melhoria da qualidade de vida. A verdadeira Sustentabilidade se faz com o esforço de todos.


Acqua Tower
Procuro dar contribuição não apenas por meio do meu trabalho, tanto em salas de aula, com alunos (presencialmente ou à distância), quanto em salas de reunião com clientes, mas também promovendo oportunidades de levar colegas profissionais do Brasil a conhecer e ver de perto, com acesso privilegiado a informações e contatos com profissionais envolvidos, projetos e iniciativas de referência na área da Construção Sustentável, como as que veremos em Chicago, durante a Missão Técnica EcoBuilding / ArqTours para a GreenBuild Conferente & Expo de 2018, que terei a satisfação de mais uma vez liderar, entre os dias 11 a 18 de novembro.

Será uma semana de intensas atividades, incluindo visitas técnicas a empreendimentos sustentáveis e empresas de referência no setor, além da participação na feira e conferência.

Este ano está também já confirmada uma extensão da missão a Nova York, desta vez com foco na nova Certificação WELL Building Standard, que trata do conforto, saúde e bem-estar nos ambientes construídos. Será a 1a LEED+WELL NYC Experience, de 18 a 23 de novembro 2018.

Àqueles que tiverem interesse em se juntar ao grupo, que é aberto a profissionais do setor no Brasil, recomendo consultar a programação aqui mesmo no Blog (abaixo), ou no site da ArqTours, e entrar em contato para garantir presença, pelo: raquel@arqtours.com.br.

Vamos ajudar a construir um futuro mais sustentável.
Até breve.

Antonio Macedo Filho

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Auditoria de Projetos AQUA-HQE do BSC Tereos em São José do Rio Preto concluída com sucesso

Etapa concluída com sucesso.
E ainda subimos de nível!


Esta semana foi realizada nas instalações do cliente, Tereos Açucar e Energia, a auditoria, pelos auditores da Fundação Vanzolini, do processo de certificação AQUA-HQE do Business Service Center da empresa em São José do Rio Preto, na fase de Projetos.
Foram analisados diversos aspectos do projeto, como sua arquitetura, instalações, as simulações computacionais que fizemos e toda a documentação gerada pela equipe envolvida, incluindo gestores, por parte do cliente, projetistas e nossa equipe de consultoria.

Ao final dos dois dias de auditoria, o projeto foi validado pelos auditores e a certificação da fase de projetos confirmada, no nível "Excelente", ainda melhor do que na fase anterior, quando estávamos no nível "Very Good".

É a prova de que a sustentabilidade não coisa só de empreendimentos grandes e caros.

Parabéns a todos os envolvidos.

Ficha Técnica:
 
• Proprietário: TEREOS Açucar e Energia SA
• Localização: São José Do Rio Preto/SP
• Descrição: Edifício comercial
• Área total do terreno: 1.708,21 m²
• Área total construída: 2.444,55 m²
• Arquitetura: Daniel Ribeiro
• Ar Condicionado: Interar
• Instalações elétricas: Five Systems
• Instalações hidráulicas: Five Systems
• Estrutura: Mtech
• Construção: G5 Construtora
• Consultoria de Sustentabilidade: EcoBuilding Consultoria
(Coord.: Arq. Antonio Macedo e Arq. Larissa Murakami)

Consulte-nos para que possamos ajudá-los em seus projetos: contato@ecobuilding.com.br.

#AQUA #AQUA-HQE #Sustentabilidade #EcoBuilding

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Sustentabilidade não é luxo.

O setor da habitação representa o maior segmento do mercado imobiliário.

KlubHaus Jundiaí, da HausBau,
empreendimento econômico MCMV,
certificado AQUA-HQE
nas fases de Pré-Projeto e Projeto
com consultoria EcoBuilding
A adoção da sustentabilidade garante para o empreendedor não apenas um diferencial de mercado, como também a entrega de um produto melhor, com mais qualidade e melhores desempenhos (o que significa menores custos condominiais para o seu cliente e até redução de despesas com prejuízos e desperdícios nas obras) e produzido por um processo mais bem controlado. 

Representa, portanto, a oportunidade de fazer melhores negócios. Mas, ainda mais importante, estamos falando do jeito certo de se fazer as coisas.

A adoção da sustentabilidade não deveria ser uma opção, um acessório de luxo que se opta por acrescentar num carro novo, por exemplo.

Legend EcoVille, da A.Yoshii, em
Curitiba, certificado AQUA-HQE
nas fases de Pré-Projeto e Projeto
com consultoria EcoBuilding
Os benefícios são reais e não se limitam aos resultados em vendas para o incorporador. Se estendem e tendem a se prolongar por todo o ciclo de vida do empreendimento, impactam nas cidades, no meio como um todo. A rigor, não deveria ser necessária uma lei ou normativa de desempenho de aplicação obrigatória, ou certificação ambiental voluntária para isto. Deveria ser assim. Ponto.

A realidade, contudo, nos demonstra que grande parte do mercado ainda tem pouca ou nenhuma familiaridade com o tema das construções sustentáveis e ainda é muito frequente a percepção de que se trata de algo caro, que agrega um custo adicional que não se justifica.

O desafio que se coloca é, então, como motivar e deixar claro para o empreendedor que a questão fundamental não é quanto custa (e nem custa tanto), mas sim o quanto se agrega de valor e quais oportunidades se abrem a partir da adoção de boas práticas de sustentabilidade em empreendimento imobiliários, inclusive no setor residencial, e não somente no segmento de alto padrão.

O público consumidor já está conseguindo identificar e cada vez mais passa a valorizar iniciativas, produtos e serviços sustentáveis. Há uma questão de mentalidade envolvida. Aqueles que tiverem a visão da sua responsabilidade no setor e das oportunidades que se colocam com esta nova forma de projetar e construir, estarão à frente e seguirão na vanguarda.

Edifícios melhores para as pessoas e para o ambiente são também bons para os negócios. Ponto.

Para saber mais a respeito, entre em contato. Vamos conversar: contato@ecobuilding.com.br.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

We are WELL

WeareWELL
Na semana passada fui aprovado no exame WELL AP. Orgulho em fazer parte de uma comunidade de 3.450 profissionais ao redor do mundo, o sexto no Brasil. Edifícios melhores para as pessoas e para o ambiente são também bons para os negócios. Este é o caminho a seguir.

Last week I passed the WELL AP exam. Proud to be part of a community of 3,450 professionals around the world, the sixth in Brazil. Better buildings for people and the environment are good for business, as WELL. That is the way to go. En la semana pasada fui aprobado en el examen WELL AP. Orgullo en formar parte de una comunidad de 3.450 profesionales alrededor del mundo, el sexto en Brasil. Edificios mejores para las personas y el ambiente son también buenos para los negocios. Este es el camino a seguir.

hashtagwellness hashtagbuildings hashtagbusiness

A indústria do bem-estar é das que mais cresce no mundo e, assim como a sustentabilidade, está sendo incorporada nas mais diversas atividades e esferas de gestão, em empresas, governos e até nos hábitos das pessoas.

Aos colegas do Design, Arquitetura e Construção que desejem saber mais a respeito recomendo uma oportunidade muito interessante que ocorrerá em novembro:

Missão Técnica LEED + WELL Experience. Mais informações aqui no blog em: Missão Técnica GreenBuild Chicago 2018 / LEED + WELL Experience NYC - Novembro 2018

Para incorporar o WELL em seus projetos / empreendimentos, consulte-nos: contato@ecobuilding.com.br

terça-feira, 31 de julho de 2018

Você conhece a certificação WELL?

A certificação WELL se refere a Bem-estar, Conforto e Saúde das pessoas nos ambientes construídos.

Trata-se da "segunda onda da sustentabilidade", segundo Rick Fedrizzi, fundador do USGBC, que criou o LEED, e atual CEO do International WELL Building Institute. (Veja aqui no blog link para entrevista que fiz com Rick Fedrizzi, em 2017)
Em novembro 2018, como parte da agenda da Missão Técnica para GreenBuild Conference & Expo Chicago 2018, teremos uma extensão a Nova York, com foco no WELL.

Além de visitar empreendimentos realizados e escritórios de projetos, teremos um workshop de um dia sobre o WELL, oferecido pelo próprio IWBI, exclusivamente para a nossa delegação do Brasil.



Venha fazer parte deste grupo e ajude a impulsionar a sustentabilidade para o próximo nível.

Mais informações aqui no blog em: Missão Técnica GreenBuild Chicago 2018 / LEED + WELL Experience NYC - Novembro 2018

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Quer fazer uma cobertura verde e não quer infiltrações? Veja o passo a passo



“Sol, Espaço e Verde para Todos”, é um dos epítetos do Arq. Le Corbusier, quando identificou, em seus estudos, uma cobertura verde como a quinta fachada de uma edificação. Entretanto, para que ela possa ter isto, resistência à progressão de raízes e durabilidade são os principais requisitos técnicos a se observar, já que uma correta impermeabilização é pré-requisito para qualquer cobertura verde.
Assim, à ideia inicial de Le Corbusier podemos acrescentar os conceitos de “Green Building”, com as seguintes vantagens de uma cobertura verde:
  • Redução do custo de energia gasto com ar condicionado;
  • da quantidade de particulado sólido na atmosfera;
  • da velocidade no escoamento das águas pluviais;
  • da transmissão de ruídos;
  • de uma melhor qualidade de vida nos centros urbanos, com a redução de emissão de CO2;
  • e do aumento da vida útil da impermeabilização.
Mesmo com todas estas vantagens, todo mundo pensa duas vezes antes de executar uma cobertura verde, e o principal receio é o risco de infiltrações. Afinal, este é um local que quando não chove, colocamos água todos os dias!
Temos normas técnicas em vários países no Mundo com preocupação nas coberturas verdes e entre elas, podemos citar a norma italiana, UNI 11235:2015 –  Istruzioni per la progettazione, l’esecuzione, il controllo e la manutenzione di coperture a verde.
Esta norma define os critérios de projeto, execução, controle e manutenção das coberturas verdes, em função das particularidades do contexto climático, da edificação e da destinação de seu uso.
E com exigências mais severas, podemos citar a norma alemã, da FLL, Sociedade alemã para pesquisa e desenvolvimento da paisagem e paisagismo (Forschungsgesellschaft Landschaftsentwicklung Landschaftsbau e.V.).
Quanto ao desempenho de uma impermeabilização para suportar a agressão das raízes, podemos citar a norma italiana UNI EN 13948 – Determinazione della resistenza alla penetrazione delle radici, que trata dos requisitos a produtos impermeabilizantes com características antiraiz.
Cabe ressaltar, que apesar de termos tipos de impermeabilização com as características técnicas a se evitar a agressão por raízes, podemos afirmar que não temos normas técnicas, que contemplem a exigência ou parâmetro de desempenho à esta necessidade, no Brasil.
Podemos ter uma cobertura verde sim e vamos elencar os principais passos necessários e informações pertinentes para que possamos aproveitar todos os benefícios de um contato com a natureza, ao alcance de nossas mãos.
PASSO A PASSO PARA EXECUTAR UMA COBERTURA VERDE
Temos que começar sabendo se a laje e demais componentes da estrutura, suportam a sobrecarga com a introdução de uma cobertura verde e isto significa a consulta ao Engenheiro Estruturalista ou de se já ter esta previsão no cálculo estrutural da edificação.
A IGRA, International Green Roof Association, cita três tipologias principais, que são variáveis em função do porte da vegetação e da espessura do substrato, para o cultivo:
  • Extensivo: utiliza plantas rasteiras de pequeno porte. A carga prevista varia entre 60 kg/m² e 150 kg/m²
  • Semi-intensivo: tem vegetação de porte médio. A carga prevista varia entre de 120 kg/m² a 200 kg/m²
  • Intensivo: utiliza plantas de porte médio a grande. A carga prevista varia entre 180 kg/m² e 500 kg/m²
Com isto posto, podemos pensar na impermeabilização a ser realizada de acordo com as exigências e recomendações nas normas técnicas, ABNT NBR 9574:2008 (Execução de impermeabilização) e da ABNT NBR 9575:2010 (Impermeabilização – Seleção e projeto).
Essa última exige a aplicação de sistemas e produtos impermeabilizantes com proteção contra raízes, no caso de jardins, jardineiras, coberturas verdes.
Especial atenção no projeto de impermeabilização para compatibilizar as interfaces e respectivos detalhes executivos com os sistemas hidráulicos, elétricos e sanitários.
Começamos a execução da impermeabilização pela correta preparação do substrato, com uma argamassa de regularização com cimento e areia, traço 1:3, garantindo caimento mínimo de 1% para os ralos.
Lembro que os vazamentos ocorrem nos detalhes, portanto todos os arremates/fixações na estrutura, de bocas de ralo, tubulações (hidráulica e elétrica) emergentes, junção nos cantos de piso com parede, juntas de dilatação, detalhes arquitetônicos, entre outros, devem estar perfeitamente executados, antes da impermeabilização.
Ilustro que além do desempenho desejado à estanqueidade, a impermeabilização deve suportar às agressões das raízes, e as soluções comumente indicadas para impermeabilizar coberturas verdes são:
a) Manta asfáltica antiraiz, na qual um biocida é disperso em toda a massa asfáltica, com especial cuidados nas soldas das emendas e arremates.
b) Solução asfáltica antiraiz, aplicada na forma de pintura sobre a proteção mecânica de um outro tipo de impermeabilização (moldada “in loco” ou pré-fabricada), que não seja antiraiz. Esta pintura asfáltica, tem seu desempenho atrelado a ausência de trincas na proteção mecânica e a sua eficácia será diminuída ao longo do tempo, devido ao desgaste, desta película, pelo contato com a água de irrigação ou pluvial.
Após a execução da impermeabilização e sua respectiva proteção mecânica, sobre a superfície impermeabilizada, temos que prever as seguintes camadas:
  • Camada drenante, com brita graduada, para escoar as águas de chuva contínuas e evitar o encharcamento excessivo da terra;
  • Camada filtrante, com um geotêxtil, para impedir o tamponamento da camada drenante por acúmulo das partículas de solo;
  • Camada de terra, para compatibilização com a vegetação a ser plantada na cobertura verde; 
  • Camada de vegetação.
Fica ainda um último lembrete de que uma cobertura verde é um sistema aberto, sendo impossível evitar a entrada de sementes invasoras que chegam ao local pela ação dos ventos, aves e morcegos, portanto a qualidade/beleza de sua vegetação implica em um cuidado “ad eternum”.

Cumprida a primeira fase do processo de certificação AQUA-HQE da filial da Tereos em São José do Rio Preto/SP, com consultoria de sustentabilidade EcoBuilding


Na semana passada, cumprimos a primeira etapa do processo de certificação AQUA-HQE do empreendimento Business Service Center da Tereos Açúcar e Energia em São José do Rio Preto/SP, com a realização, bem sucedida, da auditoria de Pré-Projeto junto à equipe de auditores indicados pela Fundação Vanzolini, em São Paulo, com nossa consultoria de sustentabilidade EcoBuilding. 

A Tereos é uma multinacional francesa, com matriz em Paris que, além do açúcar, produzido continuamente e em larga escala nos canaviais paulistas, também produz energia elétrica a partir do bagaço de cana, em um processo que reaproveita totalmente o resíduo de matéria orgânica no processo e gera eletricidade em volumes excedentes em grande medida à sua demanda.

Com isto, a empresa, além de ser portanto autônoma em energia, com geração própria renovável, vende energia limpa no mercado livre brasileiro e ainda fornece gratuitamente energia elétrica a hospitais, escolas e outras entidades da região. A sustentabilidade para a Tereos é portanto, pode-se dizer, intrínseca ao seu negócio.

Quando nós apresentamos aos gestores a ideia de adotar a certificação AQUA-HQE, criada no Brasil a partir do referencial francês HQE, para o novo edifício de escritórios da empresa em São José do Rio Preto (uma unidade dedicada a atividades administrativas para uma parcela da equipe), a coisa pareceu fazer todo sentido.

O edifício, com aproximadamente 2.500 m2 de área construída, foi projetado pelo arquiteto local Daniel Ribeiro, está sendo construído pela G5 Construtora e será o espaço de trabalho para 200 profissionais.

Diversas estratégias de sustentabilidade estão previstas e estão sendo implementadas como, por exemplo: Uso de energia solar fotovoltaica e solar térmica para abastecer os chuveiros que atendem aos vestiários que dão apoio aos ciclistas, que contarão com bicicletário para mais de 30 racks, equipamentos de ar condicionado e iluminação de alto desempenho energético e funcional, vidros de alta performance, estratégias para minimização e neutralização dos resíduos de obra (para o que contribui fundamentalmente as estruturas pré-fabricadas em concreto), materiais de conteúdo reciclado e baixo (ou nenhum) conteúdo de COV´s, dentre muitas outras.



Trata-se de um empreendimento que pode ser considerado um caso de sucesso, justamente por que é um edifício de proporções e orçamentos normais, no sentido de que não apresenta números especialmente espetaculares, mas demonstra que, ainda assim, é possível se alcançar elevados desempenhos ambientais, para benefício dos usuários, da empresa, do entorno imediato e do meio ambiente como um todo.

Estamos felizes em poder colaborar para a realização de mais este empreendimento sustentável. 

Consulte-nos caso possamos ajudar a implementar a sustentabilidade em seus projetos, sejam eles de empreendimentos normais ou especiais: contato@ecobuilding.com.br / +55 11 2218 0277.

Para saber mais sobre o Processo AQUA-HQE, recomendo o Curso Online EcoBuilding Fórum: Aplicação do Processo AQUA-HQE Habitacional.

Para outros curso online sobre Construção Sustentável: www.ecobuildingforum.com.br.