quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Programa de Capacitação para Construção Sustentável EcoBuilding 2014-2015

Caros,

Estamos lançando pela EcoBuilding o mais amplo Programa de Capacitação para Construção Sustentável do Brasil, voltados para a formação e desenvolvimento de profissionais aptos a lidar com as mais diversas variáveis relacionada ao projeto, construção e operação de Green Buildings.

Os cursos têm previsão para terem início em Outubro 2014 em São Paulo e novas turmas estão previstas também para o Rio de Janeiro. Para outras capitais, favor entrar em contato, para que seja avaliada a possibilidade de organização de turmas específicas.

Mais informações em: www.ecobuilding.com.br.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

10 medidas que podem tornar sua casa mais sustentável

Publicado originalmente em: Portal EcoD. http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2014/10-medidas-que-podem-tornar-sua-casa-mais?tag=arquitetura-e-construcao#ixzz3DaPiMSa8 

Ter uma casa mais amigável para o meio ambiente é possível, seja de forma global, seja com pequenas alternativas como fazer a compostagem domiciliar ou optar por válvulas de descarga com fluxos distintos para líquidos e sólidos. Confira a seleção de itens e a pesquisa de custos* que ajudam a tornar seu doce lar ecologicamente correto, realizadas pelo Portal UOL. Faça a diferença!
  • TELHADOS VERDES
01-telhado-verde.jpgOs telhados verdes podem ser compostos por vegetação como gramíneas e arbustos instalados no topo dos telhados das casas ou em lajes de concreto na cobertura de edifícios. A principal vantagem dessa tecnologia é a absorção de parte da radiação solar, o que reduz as ilhas de calor e aumenta a qualidade ambiental das cidades.
A cobertura verde também melhora o isolamento térmico interno, o que possibilita temperaturas mais amenas no verão e, consequentemente, a menor necessidade de ar-condicionado e a economia de energia elétrica. Além disso, o isolamento acústico da edificação é melhorado e há uma contribuição para o aumento da biodiversidade na cidade e para a redução da poluição atmosférica.
Para quem quer deseja construir um telhado verde, há diferentes sistemas disponíveis no Brasil. Normalmente, eles são compostos por camada de impermeabilizante, manta geotêxtil, módulos de plástico reforçado, substrato e vegetação. Como referência, um módulo de instalação simples custa, em média, de R$ 50 (sem vegetação) a R$ 150/ m² (com vegetação). O valor é calculado por metro quadrado e a variação deve-se ao tipo de equipamento utilizado, às plantas escolhidas e à logística de instalação. Há também opções mais complexas, que incorporam cisterna para captação de água da chuva (cerca de R$ 190/ m² com vegetação) e minhocário para o tratamento de resíduos orgânicos (em torno de R$ 250/ m²).
  • TINTAS ECOLÓGICAS
02-tinta-ecologica.jpgSão consideradas tintas ecológicas as formuladas com matérias-primas naturais, sem componentes sintéticos ou insumos derivados de petróleo. Um exemplo é a pintura a cal, também conhecida como caiação. Esse tipo de acabamento permite a difusão do vapor d’água (ou ‘respiração’) da parede, porém tem baixa viscosidade, ou seja, escorre e respinga durante a aplicação, apresentando aspecto “manchado” em dias de chuva.
Fácil de executar, a caiação custa menos do que a pintura convencional com tintas sintéticas: para ter uma ideia, um saco de cal (oito quilos) custa cerca de R$ 10 e é o suficiente para cobrir 40 m² por demão. Há, também, as tintas sintéticas livres de compostos orgânicos voláteis (COVs), elas não liberam hidrocarbonetos aromáticos agressores à camada de ozônio e à saúde de quem as manipula.
Porém, antes de adquirir esses produtos, vale conferir se não há o emprego de metais pesados em sua composição, pois eles também fazem mal à saúde e ao ambiente. Também é necessário ter atenção para não cair no apelo de marketing de alguns fabricantes: produtos sem cheiro e à base de água podem ser ótimos em vários aspectos, mas não necessariamente estão livres de componentes tóxicos. São poucos os fabricantes no Brasil que trabalham com tintas efetivamente sem COV. Até por isso, esses produtos chegam a custar o dobro das tintas convencionais: uma lata de 3,6 litros sai por cerca de R$ 100.

  • ILUMINAÇÃO LED
03-lampadas-economicas-led.jpgApontados como o grande salto tecnológico na área de iluminação dos últimos anos, os LEDs (light emitting diode) podem substituir lâmpadas incandescentes e fluorescentes com vantagens ecológicas. Os LEDs são dispositivos eletrônicos feitos a partir de um bulbo de material semicondutor. Quando o sistema recebe a corrente elétrica, os elétrons do semicondutor são excitados, liberando energia na forma de luz. Uma lâmpada com LEDs de alta luminosidade consome em torno 8 W para atingir a mesma emissão luminosa de uma incandescente de 60 W. Além disso, os LEDs não contêm metais pesados e têm vida útil 40 vezes maior que a da incandescente comum.
Em comparação com uma lâmpada fluorescente tubular de 40 W, uma unidade com tecnologia LED de 12 W também sai na frente no quesito economia: são cerca de 28 W/ hora. Hoje em dia é simples aderir ao uso de LEDs, pois grande parte dos modelos oferecidos não exigem a troca de soquete. A restrição ao uso dessa alternativa ainda é o preço.
Embora a indústria ofereça uma gama cada vez maior de dispositivos, uma boa lâmpada LED pode custar até sete vezes mais que uma equivalente fluorescente compacta. Trocando em números, a lâmpada LED de 7 W custa entre R$ 40 e R$ 50, enquanto a equivalente fluorescente compacta sai por cerca de R$ 15. Todavia, se feitos os cálculos a longo prazo, a substituição pode se pagar em poucos meses, devido à redução da conta de energia elétrica.
  • REUSO DE ÁGUA DA CHUVA
04-reuso-agua-de-chuva-cisterna.jpgA variedade de sistemas para captar e reaproveitar a água das chuvas é crescente. No geral, eles são compostos por um filtro, reservatório ou caixa d’ água, clorador e bomba, mas o conjunto depende do uso que se fará do líquido captado. Em princípio, qualquer casa com um telhado está apta a receber esse tipo de tecnologia, o que pode ser feito, inclusive, pelo próprio morador ou por um encanador.
As vantagens associadas ao reuso de água da chuva são várias, desde a redução no valor da conta à contribuição no combate às enchentes. Os sistemas tendem a adaptar-se às calhas e aos condutores já existentes no telhado, porém, quando a intenção é utilizar a água pluvial para descargas, pode ser necessário mexer na cobertura e na hidráulica.
O preço dos kits para reaproveitamento da água da chuva varia em função do tamanho e da complexidade da tecnologia, girando entre R$ 250 e R$ 1,5 mil (para telhados de 50 a 200 m²). Mas estima-se que o retorno do valor investido ocorra em um intervalo entre dois e cinco anos.




  • COMPOSTAGEM DOMÉSTICA
05-composteira-domestica.jpgA compostagem permite que parte dos resíduos orgânicos produzidos em uma casa possa ser transformada em composto orgânico para adubação de plantas.
 A prática, simples e que requer baixo investimento, contribui para a redução das emissões de gás metano na atmosfera e para minimizar a sobrecarga de lixões e aterros urbanos.
Para criar uma mini estação de tratamento de lixo em casa é preciso de uma composteira (recipiente no qual serão armazenadas as sobras orgânicas) de plástico ou madeira.
Também podem ser usadas minhocas para acelerar o processo. Algumas associações ecológicas vendem sistemas de compostagem doméstica já prontas com minhocas, composto e serragem. Os preços variam de acordo com o tamanho do apetrecho, mas partem de R$ 160.




  • CAPTAÇÃO DE ENERGIA SOLAR
06-energia-solar-placas-fotovoltaicas.jpgOs sistemas de geração de energia solar são aliados importantes para quem quer ter uma casa mais sustentável: comumente, a tecnologia é utilizada para suprir parte da energia consumida e requer alguns cuidados, além de um investimento inicial que pode ser vultoso.
Os equipamentos são compostos por placas fotovoltaicas de silício cristalino, controladores de carga, inversores e baterias estacionárias. A quantidade de painéis instalados no telhado deve ser dimensionada de acordo com cada caso.
Recomenda-se que o projeto e a instalação sejam feitos por profissionais especializados. Uma limitação desse sistema é a inconstância, já que a produção varia de acordo com a luminosidade.
O custo do equipamento depende do seu tamanho e dos elementos técnicos selecionados, variáveis em função das características do local da instalação. Para o consumo médio de uma residência (250 kWh/ mês) é necessário um investimento de aproximadamente R$ 20 mil para a aquisição de painéis solares e demais componentes.


  • MATERIAIS RECICLADOS E MADEIRA CERTIFICADA
07-madeira-certificada.jpgA construção ou reforma de uma casa pode utilizar uma série de materiais reciclados ou que geram menor impacto ambiental. Alguns exemplos são o emprego de madeira de demolição para a fabricação de portas e janelas; de tijolos de demolição para paginação de pisos ou paredes e de madeiras de reflorestamento que apresentam rápido crescimento, como o eucalipto, para a composição de peças estruturais.
Aliás, a madeira é uma questão importante para a casa: ela compõem estruturas e mobiliário, portanto, sua procedência deve ser verificada. O uso de madeira legalizada é obrigatório, mas ao classificá-la dessa forma, apenas indica-se que a extração é autorizada por órgãos ambientais. Ou seja, a denominação “madeira legal” não significa que sua produção/ extração seja ambientalmente correta.
Para saber se a madeira é resultado do manejo não predatório da floresta, busque pelos selos de certificação que identificam que o produto é oriundo do bom manejo florestal. É o caso do FSC Brasil (Conselho Brasileiro de Manejo Florestal) e do Cerflor (Programa Brasileiro de Certificação Florestal).
Em comparação com a madeira legalizada, a madeira certificada é mais cara (cerca de 8%). Mas um móvel feito com madeira certificada não precisa, necessariamente, custar mais. É possível comprar madeira certificada pelo mesmo preço da madeira legal, dependendo das condições de negociação, entrega e compromisso de relações de longo prazo.
  • DISPOSITIVOS ECONOMIZADORES DE ÁGUA PARA TORNEIRAS E VASOS SANITÁRIOS
vaso-com-descarga-de-duplo-acionamento.jpgHá uma série de equipamentos e dispositivos que podem ser utilizados nas residências e que minimizam o desperdício de água, sem comprometimento do conforto e da funcionalidade. Um exemplo são as torneiras com temporizadores e sensores, capazes de reduzir em até 40% o consumo.
Há, também, os acessórios que limitam a vazão de torneiras de banheiros e cozinhas, atingindo uma economia de 50% a 70%: a boa notícia é que um arejador custa em média R$ 5 reais e pode ser facilmente acoplado a qualquer modelo.
Desde 2003, todos os vasos sanitários fabricados a partir daquele ano necessitam apenas de seis litros de água para uma descarga completa, uma evolução significativa, uma vez que a norma anterior previa 12 litros para a mesma função.
Todavia, tal progresso não ocorreu nas válvulas de fluxo mecânicas, justamente o equipamento que libera a água. Uma alternativa é adaptar a válvula de descarga convencional para o modelo de dois fluxos: um para descarga parcial, com consumo de três litros de água, e outro para a completa, com vazão de seis litros.
Esse tipo de produto permite uma economia de 30% de água por ciclo de descarga em relação aos modelos mais antigos. O preço do kit adaptador gira em torno de R$ 160. Já o conversor “dual flush” para uma caixa acoplada existente sai por R$ 75, aproximadamente, e pode ser facilmente encontrada em “home centers”.
  • ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA
08-arquitetura-bioclimatica.jpgUm projeto de arquitetura pode, e deve, ser desenvolvido explorando as condições de insolação e ventilação de modo a economizar energia e a proporcionar conforto aos usuários. A mais elementar das estratégias utilizadas nesse sentido é a ventilação cruzada, promovida quando as aberturas de portas e janelas são posicionadas em paredes opostas ou adjacentes no ambiente, favorecendo a circulação do ar.
A ventilação natural pode também ser feita também pelo chamado efeito chaminé, que ocorre por conta da diferença de densidade entre ar quente e frio.
Para tirar proveito desse princípio, a construção deve ter pequenas aberturas instaladas próximas ao piso, para a entrada de ar, e outras mais altas (no teto ou nas paredes) para a exaustão. A ideia é permitir que o ar quente suba e busque saída pelo ponto mais alto do ambiente, aumentando a entrada de ar mais frio pelas aberturas inferiores.
Também é válido evitar a incidência da radiação solar direta na casa e, assim, diminuir a necessidade de resfriamento artificial. Para isso, a arquitetura pode prever proteções solares das aberturas a fim de garantir algum sombreamento através de persianas externas, beirais e brises.
  • VEDAÇÃO EFICAZ
09-vedacao.jpgAs esquadrias são componentes fundamentais para assegurar o isolamento térmico e acústico a uma casa e, consequentemente, aumentar a sua eficiência energética. No inverno, por exemplo, frestas indevidas nas janelas podem tornar o ambiente mais frio e exigir aquecimento artificial. Há diversos materiais disponíveis para a estruturação das esquadrias (alumínio, madeira, PVC) e com preços variados.
O mais importante é que o sistema vede efetivamente e que seja dimensionado de acordo com as condições locais de exposição ao vento. No caso das esquadrias feitas de madeira, por exemplo, é importante a opção por um lenho de boa qualidade (como a teca e a itaúba), com resistência às intempéries.
* Observação: os preços foram pesquisados em agosto de 2014 e podem sofrer variações. ** Fontes: Giuseppe Cafasso, arquiteto; João Manuel Feijó, engenheiro agrônomo; Márcio Augusto de Araújo, consultor em construção sustentável do Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica (Idhea); Prof. Roberto Lamberts, coordenador do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); “Telhado verde: impacto positivo na temperatura e umidade do ar. O caso da cidade de São Paulo”. Tese de doutorado de Humberto Catuzzo. USP/SP; Selo Sustentax.

Fotos: Getty Images

(Via UOL Casa e Decoração)

domingo, 14 de setembro de 2014

Cliente quer economia e sustentabilidade

Reproduzido de Obra24Horas, do original da redação de O Estado de S. Paulo
Eficiência energética é palavra de ordem no controle operacional de edifícios para enfrentar a crise nos reservatórios de água em São Paulo e o aumento da conta de luz. Pesquisa do Instituto Sensus, encomendada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), destaca quatro "inovações tecnológicas" como preferências do comprador na hora de adquirir imóvel. "Economia", na opinião de 30,2%, vem em primeiro lugar, seguida por "segurança" (16,3%), "conforto" (4,9%) e "é ecológico" (4,1%) entre os itens lembrados de forma espontânea.

Economia de água e energia, com a consequente redução de gastos do condomínio e menor impacto ambiental representam eixos das construções sustentáveis. São processos enraizados nos chamados prédios verdes, segmento cuja participação cresce no País, notadamente em São Paulo. As outras duas inovações, apontadas pelos clientes, estão ligadas à automação residencial, uma ferramenta capaz de já trazer a casa do futuro para os dias de hoje.

As lembranças espontâneas coincidem com as respostas às perguntas induzidas. Para 21,4%, a racionalização de energia é a inovação "mais importante" que os entrevistados esperam ver em casa. Alarme elétrico (12,7%), racionalização de água (12,1%), teto solar para geração de energia (8,5%) e monitoramento por câmera (7,5%) completam os cinco itens mais citados.
Realizado pela CBIC, o estudo "A inovação da construção civil no Brasil sob a ótica do consumidor" foi coordenado pelo Sensus, que ouviu 1.100 pessoas em 23 estados e no Distrito Federal. A divulgação ocorreu na Feira da Construção (Feicon), em março.

Prédios verdes têm duas certificações principais: Leed (Leadership Energy and Enviromental Design), do Green Building Council, e Aqua (Alta Qualidade Ambiental), da Fundação Vanzolini. Promovem práticas sustentáveis na construção, ações que aumentam o conforto, redução nos custos operacionais e de manutenção dos imóveis.

Corporativo

Para Hamilton de França Leite Junior, diretor de sustentabilidade do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) e da Casoi Desenvolvimento Imobiliário, há dois lados no mercado. Um é o corporativo, com lajes para grandes empresas. "Está bem desenvolvido", diz. "Locatários e investidores demandam por isso."

Corporações como Google e Microsoft, segundo ele, se instalam lá para ligar a construção sustentável à imagem da empresa e porque sabem que é econômico. "A indústria produz esse tipo de imóvel porque o cliente pede", afirma. "Hoje, é impensável fazer lançamento corporativo em São Paulo que não seja sustentável."

Residencial


Outro lado da moeda é o residencial, diz o diretor do Secovi, destacando que, neste caso, o número de empreendimentos é bem menor. E aponta a razão: "A obra sustentável é um pouco mais cara. Grosso modo, 2% a 5% a mais que a convencional".

O incorporador, segundo ele, não sabe se o consumidor paga o custo adicional. "O consumidor vai querer esse imóvel quando tiver conhecimento dos benefícios, em termos de economia, saúde e bem-estar. Aí vai ver que a conta sai barata."

Barreira


Pesquisa feita por Leite Jr. para dissertação de mestrado, no ano passado, mostra que o custo adicional é o maior obstáculo para construção sustentável decolar no Brasil. Esta foi a avaliação de 82% dos profissionais ouvidos por ele. Segundo relato de quem já fez prédio verde, o acréscimo chega a 8,6%. Na percepção de incorporadores sem experiência no ramo, o adicional pode superar 17%.

"Existe muito desconhecimento", afirma o diretor comercial da Sustentech, Marcos Casado, que participou de painel na Feicon, em que apresentou dados de pesquisa feita pela revista Green Building. "80% dizem que o adicional fica abaixo de 6%", declara. "Nos projetos sob consultoria da Sustentech o índice não passa disso."

R$ 13 bilhões

O mercado da construção sustentável, tendo como base o valor geral de vendas dos imóveis com registros e certificações Leed, somou R$ 13,6 bilhões no País, segundo estudo da EY (antiga Ernst & Young), feito a pedido do GBC Brasil e divulgado em 2013. "Representa 8,3% do PIB de edificações de 2012, que chegou a R$ 163 bilhões", diz o estudo.

Um levantamento do GBC, com empreendimentos certificados nos Estados Unidos, indica que prédios verdes apresentam economia de até 30% nos gastos de energia e até 50% no consumo de água, além da redução de 35% na emissão de carbono.

Esses dados foram incluídos no estudo da EY, que destacou a expectativa do GBC Brasil de fechar 2013 com 900 projetos Leed. "Não atingimos a meta", diz o diretor do GBC Brasil, Felipe Faria. "O total chegou a 829."

Empreendimentos corporativos são maioria em certificações Leed. Faria também vê avanço nas obras para área industrial e de infraestrutura, além de estádios da Copa do Mundo.

O que atrapalha o aumento de construções residenciais, segundo ele, é a "falta de informação" de construtores e clientes. Ele lembra que o maior custo de qualquer construção ocorre durante sua ocupação. "Gastos com operação e manutenção são 75% do total", informa, estimando um ciclo de 30 anos de vida útil da edificação.

Faria diz estar finalizando o GBC Casa para lançar neste ano. "É estudo de caso para testar viabilidade técnica e econômica desse referencial, visando maior inserção do movimento de construção sustentável no maior volume construtivo do Brasil que é o residencial."

Horizonte

Faria considera "bem significativo" o valor de R$ 13,6 bilhões que dimensiona o total de prédios verdes no País, até porque esse número diz respeito somente a registros do selo Leed. "O horizonte é maior. Existem o Aqua e outros, além de construções que adotam práticas sustentáveis sem pedir certificação."

Para impulsionar os projetos verdes, é preciso que o mercado queira esse tipo de edificações, que as pessoas queiram comprar e morar nelas, diz Manuel Martins, coordenador executivo da certificação Aqua-Hqe. "E para querer, elas precisam saber usar." Ele conta ter retorno de clientes que falam de um custo adicional inferior a 3%.

O diretor de incorporação da Odebrecht Realizações Imobiliárias, Saulo Nunes, diz que o custo será 4% a mais para as certificações no Parque da Cidade, na zona sul de São Paulo. "Estudos que fizemos indicam que a taxa de condomínio, tanto do comercial como no residencial, será de 8% a 10% mais barata do que o mercado", afirma.