Por Daniel Tremelde, São Paulo
Publicado em Folha de São Paulo, 25/08/2013
Peso
no PIB das edificações de projetos candidatos a selo saltou de 3% para 8% em
dois anos
Adotada
em edifícios corporativos, 'certificação verde' para residências ainda está em
formatação
O
valor das construções registradas para receber certificação sustentável
alcançou 8,3% do total do PIB (Produto Interno Bruto) de edificações em 2012,
segundo pesquisa realizada pela auditoria Ernst Young a pedido da GCB Brasil
(Green Building Council).
Segundo
o levantamento, o valor total dos imóveis registrados atingiu R$ 13,6 bilhões
no ano passado. O PIB das edificações --uma subdivisão do PIB da construção
civil que exclui obras de infraestrutura-- foi de R$ 163 bilhões no mesmo
período.
A
pesquisa levou em conta construções registradas para o selo Leed, concedido
pela organização americana Green Building Council.
No
Brasil, além do Leed, existe o Aqua, selo da Fundação Vanzolini (que tem 133
empreendimentos certificados no país). Mais dois selos, o britânico Breeam e o
alemão DGNB, desembarcaram recentemente no país.
Segundo
a pesquisa da Ernst Young para a GCB Brasil, o valor total dos empreendimentos
registrados para receber o selo quase quadruplicou nos últimos dois anos. A
parcela no PIB das edificações pulou de 2,6% em 2010 para os 8,3% do ano
passado.
O
número de novos pedidos também deu um salto de 2010 para 2011, passando de 72
para 198. Em 2012, chegou a 216. Com a desaceleração da economia neste ano, a
expectativa da GCB Brasil é que esse número seja similar ao do ano passado.
ALTO
PADRÃO
Além
do aumento dos pedidos de certificação, o alto padrão dos empreendimentos que
buscam a certificação ambiental é outro motivo para o crescimento da
participação no PIB de edificações, diz a Ernst Young.
"A
certificação dá ganhos econômicos", afirma o diretor-gerente do GBC
Brasil, Felipe Faria, que promove o Greenbuilding Brasil, a partir de
terça-feira (27), no Expo Center Norte, em São Paulo.
"Há
valorização do metro quadrado, aumento da velocidade de ocupação e retenção de
usuários. Para o investidor faz todo sentido porque reduz o risco."
Enquanto
ganha espaço em prédios comerciais, a certificação sustentável ainda patina
entre os imóveis residenciais.
"Nosso
desafio é fazer com que o consumidor residencial seja tão crítico quanto está
sendo o de prédios comerciais", diz Faria.
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Editoria
de Arte/Folhapress
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