domingo, 24 de maio de 2020

Palestra Custos, Benefícios e Oportunidades da Construção Sustentável

Assistindo a algumas palestras online estes dias, promovidas pela Ademi-Ba, deparei com o vídeo de uma palestra minha, realizada na 8a edição do Fórum de Sustentabilidade daquela entidade, que ocorreu em Salvador, em 2017.

O tema, "Custos, Benefícios e Oportunidades da Construção Sustentável", sobre o qual já tratei em algumas ocasiões, segue oportuno, razão pela qual compartilho aqui o link da palestra:

terça-feira, 12 de maio de 2020

Agora você pode se credenciar um profissional LEED sem sair de casa!

Boa notícia:
O U.S. Green Building Council acaba de anunciar (12/05/20) que os exames LEED Green Associate e LEED Accredited Professional estão agora disponíveis online! Ou seja, você pode se credenciar um profissional LEED sem sair de casa!

Para se preparar adequadamente para o exame, você também pode estudar de casa. Acesse o link que segue e se inscreva no curso preparatório para o exame LEED Green Associate do EcoBuilding Fórum, pioneiro no Brasil, tanto presencialmente, desde 2010, quanto online, desde 2016, com milhares de profissionais já treinados, com DESCONTO DE 50% (promoção por tempo limitado). Solicite cupom de desconto por e-mail: cursos@ecobuildingforum.com.br Mais informações em: https://ecobuildingforum.com.br/como-se-tornar-um-leed-ga/


quarta-feira, 22 de abril de 2020

O Dia da Terra mais estranho da História e a outra curva a ser achatada


Por Antonio Macedo Filho
amacedo@ecobuilding.com.br
Abril 2020

Hoje, quarta-feira, 22 de abril de 2020, é o Dia da Terra!

Este ano se celebra o cinquentenário do surgimento do movimento hoje global, que ocorreu pioneiramente em 22 de abril de 1970, por iniciativa de alguns professores e alunos da Universidade de Michigan, nos EUA.

Estou seguro em afirmar que nem os seus criadores, nem quaisquer outros dos seus participantes poderiam antecipar o cenário no qual estamos vivendo hoje em dia.

Reunião recente de alguns dos fundadores do Dia da Terra na Universidade de Michigan.
Fonte: 
University of Michigan School for the Environment and Sustainability
























Ontem, 21 de abril, uma notícia foi anunciada com relativa banalidade, em meio a tantas outras alarmantes dos últimos dias: O barril de petróleo no mercado internacional estava sendo negociado com cotação negativa!! Isto quer dizer que quem tem petróleo para vender está literalmente pagando para quem quiser levar (US$ 37,00 por barril, exatamente)!

Ou seja, o mais importante e desejado recurso do planeta, responsável por revolucionar o modo de vida de toda a Humanidade, no século 20, agora literalmente não vale nada!!

A Terra pode se curar

E este é só um de muitos indicadores que fazem deste um Dia da Terra de fato especial, pois, pela 1ª vez na História, estamos de fato dando uma chance à Terra!

A inédita e abrupta redução das atividades humanas, em todo o planeta, consequência direta das medidas de controle e prevenção da pandemia da Covid-19, possibilitou que fenômenos antes impensáveis pudessem ocorrer. Estamos vendo a natureza recuperar espaço e efetivamente começar a se curar dos efeitos nocivos da ação humana.

As emissões de CO2 (assim como as de NO2, dióxido de nitrogênio, e CO, monóxido de carbono, gases extremamente nocivos, emitidos por veículos a combustão) despencaram em todo o mundo.

A temperatura média do planeta caiu. O mês de janeiro de 2020 já tinha sido registrado 
como o mais quente da história, na média global, e o mês de fevereiro de 2020, o segundo mais quente da história, segundo a NOAA – Agência Estadunidense para os Oceanos e Atmosfera. Março 2020 não apenas inverterá esta tendência, como são esperadas temperaturas mais amenas, com as menores médias históricas dos últimos anos para o mês.  De fato, o inverno já parece estar chegando mais cedo no hemisfério sul este ano.

A poluição do ar nas grandes metrópoles do planeta praticamente sumiu. Os paulistanos agora podem ver estrelas no céu. Contemplar o horizonte. Poluição sonora também já não há.

Aves, peixes e uma variedade de outras espécies animais estão voltando a aparecer e desfrutar dos rios, mares e lagoas (inclusive a Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro) e também das ruas, parques e praças, em muitas cidades pelo mundo.

As pessoas estão preferindo andar ou pedalar, quando possível, ao invés de usar carros, ônibus ou metrô. Muitos estão cultivando alimentos em casa ou nos condomínios para consumo próprio.

Muitas empresas estão percebendo que é possível funcionar e serem produtivas com espaços de trabalho mais econômicos e eficientes, com equipes trabalhando de diferentes formas, em diferentes lugares, o que impacta em sensíveis reduções dos deslocamentos e dos consumos de energia, de água, materiais e insumos e, portanto também, menores impactos ambientais.

O novo "Normal"

Por estas razões, para citar apenas algumas, quero crer que lições importantes serão aprendidas, a partir desta pandemia, a primeira da era moderna. Não podemos e quero crer que não vamos mais voltar a agir da mesma forma que antes. Um novo "normal" deve ser criado. 

Os negócios, de forma geral, não poderão mais ser conduzidos da mesma forma, com as mesmas diretrizes. O próprio conceito do que é um bom negócio deve mudar. O resultado econômico só será considerado um bom resultado se vier acompanhamento de bons desempenhos ambientais e de valorização do capital humano. Do contrário, não será sustentável. Resultados econômicos, sem respeito ao ambiente e ao fator humano simplesmente não se sustentarão.

Negócios sustentáveis não serão mais uma opção, uma alternativa. Serão, simplesmente, negócios. Ponto.

A curva a ser achatada

Existe uma outra curva, com a qual já lidamos há bem mais tempo, bem mais ampla e de prazo mais longo, da qual não temos como escapar, e que ainda precisa ser bastante achatada, para podermos garantir o desenvolvimento sustentável: A curva da oferta de recursos do planeta versus a nossa demanda por recursos, ao longo no tempo.

Fonte: GreenBiz Group



Estamos provando, na prática, por força de um agente externo, invisível mas poderoso, que é possível diminuirmos bastante as nossas demandas e permitirmos que a Terra se cure. 

A questão que permancece é como encontrar e manter este delicado equilíbrio, de maneira dinâmica e consistente, num ponto em que todos os povos possam ter garantidas saúde, segurança (em todos os sentidos) e qualidade de vida. 

É o que propõe a ONU, por meio dos seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de Paris, para citar apenas duas das principais iniciativas. 

Estamos diante da oportunidade, inédita e valiosa, de repensarmos o nosso modo de vida, nossos hábitos, a forma como vivemos em sociedade, e como nossas sociedades se relacionam entre si, globalmente.

Estamos presenciando, ao vivo e a cores, páginas importantes da História sendo escritas. Podemos  recomeçar, de uma nova forma, mais humana, mais leve, mais sustentável e mais saudável. Estamos, quero crer, no começo de uma nova era. A Era da Resiliência.

Tratarei mais a respeito, em outros posts futuros. 

Até breve.


segunda-feira, 30 de março de 2020

"Eu vejo um novo começo de era..." Nossas relações com o meio e lições que podemos aprender com a pandemia de Covid-19

Por Antonio Macedo Filho
LEED AP / WELL AP / DGNB Consultant

Março 2020

É hora de repensar, de revalorizar as coisas.
Toda crise gera oportunidades. Estamos diante de uma enorme janela de oportunidades. 
Quando esta crise de pandemia viral passar, será que precisamos mesmo voltar a ser exatamente como éramos?
Tanto no campo das relações humanas e sociais, quanto nas nossas relações com o meio em que vivemos, há muitas lições a serem aprendidas.
Compartilho aqui algumas das que já podemos antecipar, no que se refere às nossas relações com o meio:

1 - Temos que deixar a Terra se curar

Os céus estão limpos!
Os paulistanos, que normalmente não veem as estrelas no céu, porque o ar geralmente poluído da cidade não permite, agora podem admirar o firmamento de casa.
O rio Tietê, assim como os canais de Veneza, está mais limpo.
Poluição sonora também já não há.
São Paulo não é mais a mesma, assim como também não são as demais principais cidades do mundo.

Céu de São Paulo limpo, em março de 2020
Impacto ainda maior, de escala global, já se está sentindo com relação à dramática redução das emissões de CO2 para a atmosfera, como resultado da redução da queima de carvão e derivados de petróleo, nas últimas semanas. 

O mesmo foi verificado para as emissões de NO2, dióxido de nitrogênio, e CO, monóxido de carbono, gases extremamente nocivos, emitidos por veículos a combustão, responsáveis por dezenas de milhares de mortes todos os anos, globalmente, cujas reduções foram ainda maiores nas últimas semanas, em especial na China, mas também na Itália e outras regiões da Europa onde o regime de quarentena geral foi implementado.

Especialistas já apontam para a real possibilidade, mesmo após a retomada do funcionamento normal da sociedade, que deve ocorrer no segundo semestre, de que o mundo consiga em 2020, pela primeira vez, alcançar a meta de redução das emissões em 7,6%, ao longo de um ano, prevista pelo Acordo de Paris de 2015, que propõe metas de reduções ambiciosas para buscar conter os efeitos do aquecimento global.

O mês de janeiro de 2020 já tinha sido registrado como o mais quente da história, na média global, e o mês de fevereiro de 2020, o segundo mais quente da história, segundo a NOAA – Agência Estadunidense para os Oceanos e Atmosfera. Março 2020 não apenas inverterá esta tendência, como são esperadas temperaturas mais amenas, com as menores médias históricas dos últimos anos para o mês. 

Ou seja, involuntariamente, estamos efetivamente colaborando para a diminuição dos efeitos nocivos do aquecimento global do planeta.

2 - A forma como nos movemos nas cidades importa

Todos os anos, mais 1,5 milhão de pessoas morrem em acidentes de trânsito em todo o mundo, segundo a OMS. O Brasil, com mais de 35 mil mortes por ano, é 5º no mundo número de mortes no trânsito. Em se considerando apenas os casos de mortes de motociclistas, o país passa a 2º no mundo, tendo a cidade de São Paulo como líder mundial em número de motociclistas mortos todos os anos em suas ruas.

Estes índices, por força da quarentena à qual estamos submetidos, já caíram abruptamente em todo o país e não gostaríamos que eles retornassem aos níveis anteriores, inclusive por que o contingente de acidentados no trânsito (número muito maior do que de mortos) ocupa boa parte das redes públicas e privadas de saúde, que poderá ser dirigida para atender a outros pacientes, inclusive aqueles com a Covid-19. A relação é direta: menos trânsito, menos poluição, menos mortes.

De posse destas informações (emissões de CO2 e NO2 e mortes no trânsito), se somarmos o fato de que muita gente passou a trabalhar em home office (empresas inteiras, em todo o mundo), me parece claro que o nosso modo de vida anterior não deve mais ser retomado.

3 - Cidades Inteligentes e Sustentáveis são melhores

Temos que garantir serviços de transporte público de qualidade e desestimular o uso do automóvel como meio de transporte preponderante. Pequenos deslocamentos a pé no próprio bairro ou via transporte público ou serviços compartilhados de transportes para outras partes, além de mais recomendáveis para a saúde do indivíduo e da comunidade, são também para a saúde do planeta, na medida em que colabora de forma eficaz para a redução das emissões de CO2, como estamos vendo ocorrer na prática nestas últimas semanas.

Está provado que cidades mais adensadas, com boa oferta de comércio e serviços, boa infraestrutura de transporte públicos, com segurança e espaços públicos de qualidade, são mais agradáveis, mais humanas, mais sustentáveis e provocam menores impactos ao meio do que outras de foram planejadas prevendo o uso intensivo do automóvel.

Como ilustração do conceito, um trabalho realizado pelo WRI com o Banco Mundial apresenta uma interessante comparação entre os casos de Barcelona e Atlanta. Ambas têm número de habitantes semelhantes, mas densidades e modos de transporte predominantes muito diferentes. A maioria dos moradores de Atlanta usa carros particulares, enquanto os de Barcelona usam principalmente o transporte coletivo e caminham. Parte do resultado é que Atlanta tem 18 vezes mais mortes de trânsito em média, do que Barcelona, todos os anos.


4 - Construções Sustentáveis e Saudáveis são necessárias

Escritório central da Hyatt Hotéis, em Chicago, cujos 11
andares são certificados LEED Platinum e WELL Gold.
Foto: Visita técnica realizada durante a Missão Técnica
GreenBuild Chicago 2018, organizada pela EcoBuilding
Consultoria e ArqTours . 
Passamos a maior parte das nossas vidas (90% do tempo) em ambientes construídos. Os espaços onde moramos, trabalhamos, estudamos, nos divertimos e socializamos impactam de maneira profunda a nossa saúde, bem estar e qualidade de vida.
Nossas edificações precisam estar capacitadas para atuar, ativa e positivamente, na promoção da saúde e qualidade de vida dos seus ocupantes e comunidades onde se encontrem.

Sede da Delos, empresa que liderou as pesquisas 
que levaram ao desenvolvimento da certificação 
WELL Building Standard para empreendimentos saudáveis.
O empreendimento é certificado LEED e WELL Platinum.
Fotos: Visitas técnicas realizadas durante Missão Técnica 
WELL Experience Tour Nova York, promovida pela 
EcoBuilding Consultoria e ArqTours, em Novembro 2018.
Os chamados “Empreendimentos Saudáveis” (que vão além das questões já bem conhecidas da sustentabilidade, que se baseiam nos pilares econômico, ambiental e social), trazem as pessoas para centro das tomadas de decisão no projeto, construção e operação dos espaços construídos, com o objetivo de criar ambientes mais salubres, agradáveis e confortáveis para as pessoas, para viverem com saúde e mais qualidade de vida.

Empreendimentos sustentáveis e saudáveis devem ser o novo “normal”. Políticas, normas, certifcações e programas de incentivo que promovam ações neste sentido, devem ser desenvolvidos, implementados e estimulados.

5 - É hora de repensar

Estamos diante de uma oportunidade, inédita e valiosa, de repensarmos o nosso modo de vida, nossos hábitos, a forma como vivemos em sociedade, e como nossas sociedades se relacionam entre si, globalmente.

Temos oportunidade, aprendendo com lições como estas, de recomeçarmos, de uma nova forma, mais humana, mais leve, mais sustentável e mais saudável.

Estamos, quero crer, no começo de uma nova era.

E nós, profissionais do design, arquitetura, urbanismo, construção e operação de edifícios, temos o importante papel, do qual não devemos e não iremos escapar, de criar um mundo melhor para as futuras gerações.

terça-feira, 17 de março de 2020

Empreendimentos Saudáveis podem ser poderosos aliados na luta contra o Coronavírus (e outros agentes patógenos)

Por Antonio Macedo Filho
LEED AP / WELL AP / DGNB Consultant
Março 2020


Estamos vivenciando neste primeiro trimestre de 2020 algo que, muito provavelmente, a história irá registrar como o 1o evento em que a noção de Humanidade pôde ser efetivamente percebida, globalmente. Algo que foi capaz de, pela primeira vez, unir todo o planeta, todos os povos, por um objetivo comum. Fronteiras perderam o sentido, assim como conceitos elementares, como o que é ser desenvolvido ou em desenvolvimento, rico ou pobre, famoso ou anônimo, preto, branco, vermelho ou amarelo. Todos somos iguais. Algo tem que ser aprendido a partir disto.

Quando tiver passado o pior desta batalha, que fique a lição de que o que realmente importa, afinal, somos nós, as pessoas, como vivemos, como nos relacionamos em sociedade e com os próximos, e como podemos garantir segurança, saúde e qualidade de vida para todos, agora e, de forma definitiva, para as futuras gerações.

Compartilho neste breve artigo informações que podem ser úteis para compreender como nós, profissionais do setor de design, arquitetura, construção e operação de edifícios, podemos contribuir de maneira mais direta, agora e no futuro, para o combate à transmissão de doenças como a COVID-19.


Empreendimentos Saudáveis podem ser poderosos aliados na luta contra o Coronavírus (e outros agentes patógenos)

Passamos a maior parte das nossas vidas (90% do tempo) em ambientes construídos. Os espaços onde moramos, trabalhamos, estudamos, nos divertimos e socializamos impactam de maneira profunda a nossa saúde, bem estar e qualidade de vida.

Edifícios podem ajudar a propagar doenças e até mesmo provocar uma grande variedade de enfermidades, tanto físicas quanto psicológicas. A boa notícia é que, com os avanços da ciência, os espaços construídos agora também podem atuar, ativa e positivamente, na promoção da saúde e qualidade de vida dos seus ocupantes e comunidades onde se encontrem.

Terraço no escritório de arquitetura CookFox, Nova York.
Certificado WELL Gold
Os chamados “Empreendimentos Saudáveis” (que vão além das questões já bem conhecidas da sustentabilidade, que se baseiam nos pilares econômico, ambiental e social), trazem as pessoas para centro das tomadas de decisão no projeto, construção e operação dos espaços construídos, com o objetivo de criar ambientes mais salubres, agradáveis e confortáveis para as pessoas, para viverem com saúde e mais qualidade de vida.

Sede da Delos, empresa que liderou as pesquisas que
deram origem à certificação WELL, em Nova York.
Empreendimento certificada LEED e WELL Platinum
(Visita realizada durante a missão técnica
WELL Experience Tour, promovida pela EcoBuilding /
ArqTours - 2018)
Recentemente, a partir de 2014, em resposta a demandas por mais qualidade de vida, em especial nos espaços de trabalho (parte de um movimento mais amplo, o chamado “Movimento Wellness”), surgiram, nos EUA, ferramentas que constituem eficazes instrumentos para aferir, por meio de indicadores precisos, o nível de desempenho e a qualidade dos espaços, em função do bem que fazem para as pessoas e a qualidade de vida destas. São sistemas de certificação para identificação e desenvolvimento de empreendimentos saudáveis.

O WELL Building Standard, promovido pelo IWBI – International WellBuilding Institute, foi desenvolvido a partir de pesquisas baseadas em evidências que exploram as inter-conexões entre as ciências da construção, da saúde e comportamentais, e fornece uma ferramenta poderosa e eficaz para designers, engenheiros, construtores, operadores e proprietários de edifícios criarem e manterem ambientes que promovam a saúde, o conforto e bem estar das pessoas nos espaços construídos, de diferentes tipologias e usos.

Empreendimentos WELL e o Coronavírus

Em tempos pandemia viral, com a perda de milhares de vidas, quarentenas e severas restrições aos deslocamentos e reuniões de pessoas em escala global, com prejuízos ainda imensuáveis, resultados da rápida expansão das contaminações pelo novo Coronavírus, torna-se especialmente relevante a divulgação das ações e estratégias como as previstas no sistema WELL que podem especificamente contribuir para prevenir e combater a propagação de doenças virais como a COVID-19, tais como:

1. Categoria Ar

·       Recurso A03 - Eficácia da ventilação
Resolver problemas de qualidade do ar interno através do fornecimento de ventilação adequada.

·       Recurso A06 - Ventilação aprimorada
Expulsar poluentes gerados internamente e melhorar a qualidade do ar na zona respiratória através de um aumento fornecimento de ar externo ou aumento da eficiência da ventilação.

·       Recurso A07 - Janelas Operáveis
Aumento do suprimento de ar externo de alta qualidade e promoção de conexão com o ambiente externo, por meio do incentivo aos usuários para abrir janelas, sempre que a qualidade do ar externo seja aceitável.

·       Recurso A11 - Separação de fontes
Preservar a qualidade do ar interno e maximizar o conforto olfativo em espaços ocupados, através do isolamento e ventilação adequada de eventuais fontes de poluição interna e áreas de armazenamento de produtos químicos e de limpeza.

·       Recurso A12 – Filtragem do ar
Redução de contaminantes transportados por via aérea, internos e externos, através de eficaz filtragem do ar e contínuo monitoramento.

·       Recurso A 14 - Controle de micróbios e umidade
Redução do desenvolvimento de fungos e bactérias através do gerenciamento da umidade do ar e condensação e redução dos níveis de micróbios dentro de espaços ocupados.

2. Categoria Água

·       Recurso W08 - Lavagem das mãos
Este recurso WELL requer a instalação de pias suficientemente grandes, recipientes descartáveis ​​para sabão e toalhas de papel descartáveis para uma lavagem eficaz das mãos, com água e sabão, e secagem, para reduzir o risco da transmissão de patógenos.

·       Recurso W02 - Contaminantes da água
Oferta de acesso fácil e amplo à água potável, com qualidade que cumpra os mais rigososos limites de contaminantes dos órgãos de saúde.

·       Recurso W05 - Consistência da qualidade da água
Monitoramento e manutenção consistente da alta qualidade da água potável servida aos ocupantes.

3. Categoria Materiais

·       Recurso X09 - Protocolos de produtos de limpeza
Redução da exposição a patógenos, alérgenos e produtos químicos de limpeza perigosos.

4. Categoria Alimentação

·       Recurso N01 - Frutas e Legumes
Promoção do consumo de frutas e legumes, tornando as frutas e legumes facilmente acessíveis

·       Recurso N10 - Produção de Alimentos
Oferecimento de espaços e instalações de apoio para a adequada preparação de refeições no local.

5. Categoria Movimento

·       Recurso V06 - Oportunidades de atividade física
Incentivo à atividade física regular e exercícios, por meio da oferta de oportunidades gratuitas de atividade física e de informações a respeito.

6. Categoria Luz

·       Recurso L01 – Exposição à luz e educação
Promoção do acesso à luz do dia e oferta de informação a respeito.

7. Categoria Mente

·       Recurso M11 - Suporte ao sono
Apoio à incorporação de hábitos de sono saudáveis, restauradores e consistentes entre os ocupantes.

Tais medidas fazem parte de uma relação com mais de 100 recursos disponíveis no sistema de certificação WELL, para a promoção da qualidade de vida das pessoas nos ambientes construídos. Para a certificação, a adoção de uma parte destes recursos é obrigatória, e a aplicação de recursos facultativos garante níveis superiores de desempenho ambiental e, consequentemente, a conquista de níveis mais elevados de certficação.

Todas as estratégias implementadas devem ser verificadas por meio de medições in loco, realizadas por auditores do IWBI. A manutenção da certificação requer uma revisão periódica dos desempenhos ambientais, a cada três anos, de forma que os gestores e apoiadores se mantenham consistentes na aplicação das medidas implementadas e busquem a incorporação de melhorias, continuadamente.

Desta forma, empreendimentos saudáveis podem seguir promovendo a saúde e qualidade de vida das pessoas, de forma continuada ao longo de toda a sua vida útil e assim, melhor prevenir e minimizar os efeitos de situações como a que estamos vivenciando neste início de 2020, com a deflagração da pandemia provocada pelo Coronavívus, com graves consequências, em diversos setores, em escala global.

Edifícios podem ajudar de maneira efetiva, assim como os profissionais envolvidos no projeto, construção e operação destes empreendimentos e isto deve ser estimulado.

Mas, medidas e estratégias por mais bem planejadas e implementadas que sejam, sempre dependerão do mais importante agente que é, e sempre será, o elemento humano. São as pessoas que, informadas, bem orientadas e motivadas, fazem a verdadeira diferença. 

Façamos nossa parte e lideremos pelo bom exemplo.

Antonio Macedo Filho
amacedo@ecobuilding.com.br