quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Resíduos de Construção na TV
Está no ar o programa "Entre Formigas e Gafanhotos", da TV Ideal, do Grupo Abril, que exibe uma série de programas sobre sustentabilidade.
Tive a satisfação de ter sido convidado a participar de um dos programas (foto), a respeito dos Resíduos de Construção de Demolição - RCD, que contou também com contribuição da colega Daniela Corcuera e de outros profissionais de diferentes áreas.
No link a seguir você pode assistir a uma síntese do programa:
http://www.idealtv.com.br/formigasegafanhotos/
Com linguagem fácil e dinâmica, o programa é uma boa introdução a este importante tema.
Vale a pena.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Tecnologia de projetos para a sustentabilidade
Os requisitos da sustentabilidade estão exigindo dos arquitetos mais domínio sobre o projeto, mais dedicação aos estudos preliminares e ao desenvolvimento, que muitas vezes requerem simulações, mais gente envolvida no processo, mais tempo e consequentemente, mais custos.
Neste contexto, recursos computacionais podem ser muito úteis para promover a precisão do projeto, facilitar a comunicação entre projetistas e agilizar a tomada de decisões.
Vejam a seguir interessantes videos (em inglês) nos quais a Autodesk apresenta uma ferramenta que desenvolveu com apoio do USGBC, utilizando a tecnologia BIM - Building Information Modeling, que permite excelente interação entre projetistas e seus projetos, inclusive utilizando a base de dados LEED para pré-avaliação da classificação que a edificação obteria para a certificação ambiental, ainda durante o processo de projeto.
O sistema, muito interessante, ainda está em testes e será apresentado ao mercado durante a GreenBuild Conference & Expo, que ocorre este mês de novembro 2008 em Boston, EUA.
A Câmara de Arquitetos está organizando, junto ao GBC-Brasil, uma Missão Técnica para o evento, que prevê também vistas a green buildings em Nova York e Boston. Eu acompanharei o grupo e trarei notícias aqui neste blog nas próximas semanas.
(Videos reproduzidos aqui com autorização da Autodesk Brasil - agradecimentos a Thalita Tralci e Ruy Gatti)
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
As construções sustentáveis no Brasil
Vale a pena assistir ao video do programa em:
As construções sustentáveis no Brasil
Qui, 02/10/08
por André Trigueiro
GloboNews
domingo, 19 de outubro de 2008
Edifícios giratórios: Será que funcionam?
Alguns projetos de edifícios giratórios estão sendo propostos para diferentes cidades do mundo. Alguns dos mais impressionantes estão previstos para Dubai (onde mais?).
Acompanhe no video que segue uma matéria (em espanhol) sobre um projeto para Dubai que utiliza geradores eólicos localizados entre os pavimentos para produzir energia elétrica para consumo da própria edificação.
Considerando que se encontrarão pessoas dispostas a pagar caro para habitar estas edificações, especialmente em se tratando dos Emirados Árabes, a questão que parece natural a respeito destes projetos giratórios é saber se as pessoas se habituarão a viver com paisagem externa dinâmica e à sensação de movimento (ainda que se possa manter o apartamento parado, que sentido faria habitar um apartamento giratório e não girá-lo?).
Há ainda a questão energética: se produzirá energia suficiente para fazer funcionar o sistema e ainda fornecer energia para o prédio? A manutenção de tantas peças móveis justificaria o esforço?
De qualquer forma, não quero aqui argumentar que não dará certo. A idéia é interessante. Mas toda nova tecnologia tem sua dose de risco de falhar e sua chance de sucesso.
O que me parece coerente observar é que, em se tratando de arquitetura, nem todas as tecnologias que se dizem sustentáveis e aparecem como soluções para a construção sustentável são de fato úteis para a esta finalidade. Todos querem parecer verdes e em meio a tantas novidades tecnológicas algumas aproveitam o momento para de alguma forma se destacarem.
Estas torrres giratórias de Dubai seguramente se destacarão, mesmo em um contexto em que há outras obras impressionantes, mas somente com o tempo saberemos se de fato funcionarão.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Grã-Bretanha apresenta projeto de casa carbono zero
Um novo projeto da primeira casa que atende a padrões de conservação ambiental a serem impostos na Grã-Bretanha até 2016 está sendo apresentado nesta segunda-feira em Watford, próximo a Londres, na feira Offsite 2007.
Painéis solares, aquecedor a biomassa e mecanismos para uso eficaz de água - inclusive com a coleta de água da chuva -, estão entre as características da casa.
O ministro das Finanças da Grã-Bretanha, Gordon Brown, anunciou em seu orçamento, apresentado em março passado, que casas de carbono zero ficarão isentas do imposto sobre a transferência de imóveis.
(foto) Um medidor inteligente vai mostrar se há desperdício de energia
Aquecedores a biomassa funcionam com combustíveis orgânicos como bolinhas de madeira e são classificados como "zero" em emissão de gases do efeito estufa porque a quantidade de dióxido de carbono que expelem quando em funcionamento é compensada pela quantidade absorvida quando o cultivo que deu origem ao seu combustível foi desenvolvido.
A casa tem ainda um sistema de separação de lixo que permite que material combustível seja queimado para contribuir para o fornecimento de energia doméstica. A quantidade de energia tem um medidor inteligente para que os moradores saibam o quanto estão desperdiçando.
1. Estrutura para ventilação no verão.
Energia no Mundo
Fonte: BBC
A demanda global por energia aumentou nos últimos 150 anos, acompanhando o desenvolvimento industrial e o crescimento populacional. Especialistas prevêem que a sede por energia deve continuar a crescer em ao menos 50% até 2030, à medida em que países em desenvolvimento como a China e a Índia procurarem manter seu rápido crescimento econômico. As maiores fontes da energia mundial (responsáveis por cerca de 80% da energia consumida no mundo no momento) são o carvão, o petróleo e o gás natural - os chamados "combustíveis fósseis" por terem surgido séculos atrás a partir de restos de plantas e animais mortos, ricos em carbono. No entanto, essas são fontes que um dia vão se esgotar.
Nas últimas décadas, também tem aumentado a preocupação sobre o impacto ambiental desses combustíveis. Os maiores especialistas em clima alertam que as emissões de gases do efeito estufa, criados pela queima de combustíveis fósseis e por outras atividades humanas, precisam ser reduzidas substancialmente para evitar mudanças climáticas perigosas. A pressão para substituir os combustíveis fósseis colocou em evidência as chamadas fontes renováveis de energia - como, por exemplo, o Sol e os ventos. Mas elas também enfrentam desafios: as tecnologias viáveis ainda estão se desenvolvendo, e os custos de instalação tendem a ser altos. Essas fontes de energia não devem conseguir uma fatia muito significativa do mercado dentro dos próximos 25 anos.
Combustíveis fósseis
(foto) A queima de carvão é uma das principais fontes de emissão de CO2
CARVÃO - O principal combustível associado com a Revolução Industrial continua sendo uma fonte de energia essencial. A produção de carvão mineral em todo o mundo cresceu 65% nos últimos 25 anos. As reservas são abundantes, e estima-se que durem pelo menos mais 164 anos - mais do que o petróleo ou o gás natural. O carvão supre 24% das necessidades primárias de energia mundiais, e é a maior fonte única para a eletricidade no planeta (40%). Mas ele também é o combustível que emite mais gases poluentes proporcionalmente, levando-se em conta a energia que produz).
PETRÓLEO - Apesar de conhecido há muitos séculos, só começou a ser usado como combustível recentemente. Desde o desenvolvimento dos processos de refinaria e o início do boom comercial, há 150 anos, o petróleo assumiu um papel central na economia mundial. Além de ser usado para mover carros, aviões e navios, e para aquecer casas e escritórios, ele também fornece matéria-prima para plásticos, produtos químicos, fertilizantes e tecidos. Ele responde por 6,9% da geração de energia elétrica. A cotação do petróleo vem atingindo altas recordes no mercado internacional desde 2005, por causa da instabilidade em áreas onde ele é mais extraído e por sinais de que os suprimentos podem estar se esgotando.
GÁS NATURAL - É encontrado em bolsões próprios, ou em depósitos de carvão e petróleo. Sua queima é menos poluente que a do petróleo e do carvão, pois ele produz menos dióxido de carbono que esses outros combustíveis. Sua contribuição para a demanda primária total de energia deve subir em 25% até 2030. Ele é uma importante fonte para a geração de energia e a produção industrial. O gás liquefeito e comprimido também é usado em veículos.
Energia Nuclear
FISSÃO - A fissão nuclear a base do atual sistema de produção de energia desse tipo. Ela envolve a divisão dos núcleos de certos isótopos como o urânio-235, durante a qual é liberada grande quantidade de energia. Reatores nucleares comerciais começaram a funcionar nos anos 50 e, atualmente, os cerca de 440 que existem respondem por mais de 15% da energia global. Apesar de prometer energia limpa e abundante, a indústria nuclear enfrenta resistência por parte da opinião pública por causa de acidentes (como o de reator de Chernobyl, em 1986) ou devido à dificuldade de se lidar com o lixo nuclear. Entretanto, com o aumento dos preços dos combustíveis fósseis e a pressão cada vez maior para que diminua a poluição ligada às mudanças climáticas, alguns países contemplam a possibilidade de expandir sua capacidade de produção desse tipo de energia.
(foto) O processo de fusão está associado a altas temperaturas
FUSÃO - Esse sistema parte do princípio de que energia é liberada ao se forçar a união de dois núcleos atômicos com menor massa, em vez de dividir um maior. É o processo que cria a energia nas estrelas. Alguns acreditam que a fusão nuclear irá um dia produzir uma alternativa limpa aos combustíveis fósseis, permitindo criar grande quantidade de energia usando combustíveis abundantes, como água e lítio, sem produzir poluentes como subproduto. No entanto, ainda existem muitas dificuldades científicas e técnicas a se resolver antes de essa tecnologia estar disponível para uso comercial - o que não deve ocorrer antes de 2045 ou 2050.
Energias hidrelétrica e eólica
HIDRELÉTRICA - É a principal forma de produção renovável de energia hoje em dia. Ela se fundamenta no aproveitamento da água, que é canalizada para uma turbina e a movimenta, o que alimenta um gerador. Existe um gasto significativo na construção inicial da usina e da represa, mas a energia hidrelétrica é barata, não tem a desvantagem de produzir dióxido de carbono nem depende da variação dos preços e da oferta de combustíveis. Em 2003, quase 16% da energia produzida no mundo vinha de usinas hidrelétricas. Trata-se do principal tipo de energia produzida no Brasil para uso em residências e escritórios.
EÓLICA - A energia eólica é atualmente a segunda mais comum forma de energia renovável, só perdendo para a hidrelétrica. As turbinas, geralmente com dezenas de metros de diâmetro, não poluem e são fáceis de construir. Elas podem ser instaladas tanto em terra quanto no mar, mas a produção de energia depende da existência de ventos. Os críticos também dizem que as turbinas prejudicam muito o panorama. A Europa é a região do mundo onde mais se aproveita a energia eólica.
Energias solar e maremotriz
(foto) A energia solar está se popularizando
SOLAR - O Sol é uma fonte de energia não-poluidora e renovável que pode ser aproveitada por meio das células fotovoltaicas. Instaladas em painéis, elas transformam os raios solares em energia. Os painéis já estão instalados em telhados de muitas casas e estabelecimentos comerciais em todo o mundo. Em uma escala maior, sistemas de energia solar foram construídos e estão sendo projetados em várias cidades de países como a Alemanha e os Estados Unidos. A solar é possivelmente a forma mais cara de energia renovável. No entanto, os custos estão caindo e, uma vez instalada, a energia é gratuita.
MAREMOTRIZ - Os oceanos têm um grande potencial energético não utilizado. Pouco conhecidas no Brasil, as tecnologias de energia maremotriz são relativamente novas e pouco usadas, em comparação com as tecnologias para aproveitamento das energias solar e eólica. Os custos ainda são altos, o que significa que, pelo menos por ora, é improvável que essa tecnologia seja competitiva do ponto de vista econômico. Segundo o Departamento de Energia dos Estados Unidos, o potencial energético das ondas nas áreas costeiras é de entre dois e três milhões de megawatts. O sul da África, a Austrália e o norte do Canadá são algumas das áreas consideradas ricas em potencial maremotriz.
Outras fontes de energia
(foto) O álcool pode ser produzido a partir da cana e de outras lavouras
BIOMASSA - Um termo amplo, que abrange materiais não-fósseis de origem biológica que constituem uma fonte de energia renovável. Esse material de origem vegetal pode ser convertido em combustíveis. Alguns tipos de biomassa são mais usados hoje em dia, como os óleos vegetais, grãos e a cana-de-açúcar. Há cada vez mais carros em todo mundo que são movidos a biocombustíveis ou a uma mistura de biocombustíveis e combustíveis fósseis. O Brasil é o pioneiro mundial no uso do álcool combustível em larga escala. Em suas viagens internacionais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem procurado incentivar mais países a optar por essa alternativa energética.
GEOTÉRMICA - A energia geotérmica usa o calor do núcleo da Terra, que aquece rochas, fontes de água próximas da superfície ou lençóis subterrâneos, aproveitados com a perfuração de poços. Apenas 0,4% da capacidade de geração de energia no mundo é geotérmica. Na Islândia, água quente é encanada diretamente da natureza e usada no aquecimento das casas. Em vários outros países, como Estados Unidos, Japão e Nova Zelândia, a energia geotérmica também é utilizada.
HIDROGÊNIO - Embora o hidrogênio não seja uma fonte primária de energia (ou seja, ele tem que ser criado a partir de outros combustíveis), estudiosos acreditam que é uma grande promessa para o futuro. O hidrogênio é abundante e não polui. No entanto, a tecnologia para aproveitá-lo ainda tem problemas, e o hidrogênio é difícil de se transportar e armazenar.
ENERGIA DOS OCEANOS - Existe o potencial de se produzir energia se aproveitando a diferença de temperatura entre o fundo dos oceanos e a superfície, aquecida pelo Sol. Há uma estimativa de que menos de 0,1% da energia solar dos oceanos poderia saciar mais de 20% da demanda diária de energia dos Estados Unidos. Mas a tecnologia para aproveitar esse tipo de energia ainda está no futuro distante.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
R4House - Arq. Luis de Garrido - Barcelona, Construmat 2007
Em maio de 2007 estivemos em Missão Técnica em Barcelona por ocasião da Construmat, grande feira da construção que ocorre a cada dois anos na capital da Catalunha. Lá conhecemos a R4 House, interessante proposta de casa sustentável projetada pelo arquiteto valenciano Luis de Garrido.
Todas as peças com as quais se construiu a R4House se montaram a seco mediante parafusos, pregos, abraçadeiras, ou simplesmente por pressão. Deste modo, uma vez desmontadas as habitações (superada sua vida útil), todas as peças podem voltar a ser utilizadas na construção de um novo edifício.
Atualização em Setembro 2010:
Em abril de 2011 voltaremos a visitar Barcelona, em mais uma Missão Técnica, agora organizada pela ArqTours by Raquel Palhares. Assim como também foi em 2009 (mais info em: http://amacedofilho.blogspot.com/2009/04/green-box-casa-sustentavel-na.html), certamente veremos mais uma demonstração da arquitetura sustentável de Luis de Garrido, no ambiente da Construmat.
Fique atento à programação pelo http://www.ecobuilding.com.br/ ou pelo http://www.arqtours.com.br/.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Exposição Arquitetura + Ecologia: uma visão alemã
(publicado em http://www.vitruvius.com.br/)
De acordo com a coordenadora da Exposição, Annsusanne Fackler, do Instituto Goethe, nos últimos anos, surgiram no cenário arquitetônico alemão notáveis perspectivas para a configuração da vida moderna. “Ainda assim, em uma comparação com outros países, a sua importância não é devidamente reconhecida e a idéia de arte arquitetônica alemã está, freqüentemente, mais ligada a nomes do passado, como a Bauhaus, Peter Behrens ou Walter Gropius”, esclarece.
Nos últimos 30 anos do século passado, o setor testemunhou, entretanto, uma sucessão de movimentos e estilos. Alto padrão tecnológico e soluções inovadoras se tornaram marcos dessa época e de seus arquitetos. A partir deste momento, a principal meta dos novos projetos arquitetônicos passou a ser a relação entre a construção e o ambiente em seu entorno. “Não apenas o efeito estético, mas especialmente o efeito sobre todos os aspectos da vida cotidiana ganha em importância e a insere em um contexto muito mais abrangente do que aquele de um simples projeto a ser executado”, comenta Annsusanne.
Do jardim de infância à fábrica livre de emissão de poluentes, do edifício administrativo ao projeto da estação ferroviária, os exemplos mostram uma diversidade de novos desenvolvimentos na área da arquitetura sustentável, que podem ser encontrados atualmente por toda a Alemanha. Essa diversidade de formas de construção, economizando materiais e energia, como também as pesquisas na área de matérias-primas renováveis, equilíbrio energético ou ganho de calor, geram continuamente novas idéias, regulamentos e normas.
Entre os projetos, está um prédio de escritórios em Halensee, Berlim, no qual o espaço entre camadas age ao mesmo tempo como isolante térmico e acústico na barulhenta face oeste do edifício. Há, também, a casa solar Heliotrop®, que gira com o sol, de modo a obter a iluminação e o aquecimento ideais em todas as estações do ano e em todos os períodos do dia. O grande painel de células solares pode se orientar conforme o sol, otimizando o grau de aproveitamento da energia solar.
Debate
Alvorada Hotel - SHTN Trecho 1 Lote 1B Conjunto C
Publicado originalmente em: http://www.vitruvius.com.br/
sábado, 4 de outubro de 2008
Impermeabilização de coberturas vegetais
Tema é discutido durante a Fiaflora ExpoGarden, em São Paulo.
Consumo de energia cresce 4,9% em um ano no Brasil
A demanda por energia na classe residencial cresceu 7,0% em agosto, com taxas acima da média nacional nas regiões Norte (10,6%), Centro-Oeste (10,1%) e Sudeste (7,4%). De acordo com o balanço da EPE, o consumo médio por residência assinalou elevação de 3,4%, ficando em 147,5 kWh/mês na média dos valores mensais de janeiro a agosto. O boletim explica que, “no período de um ano, 1,785 milhão de novas unidades consumidoras residenciais passaram a ser atendidas, aumentando o total de clientes residenciais em 3,5%”.
A expansão do consumo comercial atingiu taxas de 12% nas regiões sudeste e Centro-Oeste, que juntas representaram 64% do total da classe. Entre os estados com aumentos significativos estão: São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Já o consumo industrial, em agosto, teve uma elevação de 5,3%, segunda maior taxa do ano no setor, ficando atrás apenas do mês de julho (5,5%). Os maiores índices foram registrados nas regiões Sudeste e Sul.
Selo verde da Caixa
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Performance verde - Ecoeficiência em conta
As vantagens de negócio para o empresário da construção ao apostar em um edifício ecoeficiente também são atrativas: um produto diferenciado, com maior velocidade de venda (o que aumenta o capital de giro) e valorização do imóvel em 14%, segundo o estudo da Tishman Speyer. Na conta também entram: competitividade, já que a valorização dos edifícios residenciais ecoeficientes é uma tendência global, o que força a desvalorização de empreendimentos convencionais ou "não sustentáveis", e a menor velocidade de obsolescência, pois, para o futuro, a expectativa é que os altos custos operacionais dos edifícios convencionais os tornem cada vez menos atrativos. "Os insumos da construção estão ficando tão caros que o mercado reconhecerá com facilidade os edifícios inviáveis economicamente e, portanto, nada competitivos", diz Ceotto.
Mas os tão mencionados "custos adicionais" da sustentabilidade não são uma verdade absoluta. Na avaliação da pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e conselheira do CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável), Vanessa Gomes, que estuda os custos das certificações ambientais de edifícios, o investimento exigido por um empreendimento sustentável - aqui entendido como aquele que responde a índices mínimos exigidos por certificações como LEED, Green Building, e não restritos à dupla água-energia - nem sempre é mais alto. "Não existe necessariamente correlação entre nível de certificação de um edifício ou restrição ao aumento do nível de desempenho com custo", defende.
Uma alternativa responsável e vantajosa pode ser o emprego de soluções que tenham uma boa relação custo-benefício de implantação, como: metais sanitários de baixo consumo, medição individual de gás e água e redutores de vazão, automação da irrigação das áreas verdes e de iluminação, paisagismo com baixo consumo de água e adequado ao clima local e retenção e reaproveitamento de água de chuva são exemplo de medidas de baixo custo e grande impacto ambiental.
Para edificar esses projetos, a construtora teve um custo adicional com iluminação e ventilação natural (solstícios), incorporação de inovações de instalação elétrica e hidráulica, incremento de área verde e implementação de brises, piso elevado e terra na cobertura. Além disso, desenvolveu um conceito próprio para reúso da água de pré-aquecimento de chuveiro, preservou a vegetação nativa, com área permeável acima dos mínimos - o que significa, para o construtor, reduzir a possibilidade de construção de mais unidades para conservação ambiental. Sem contar os treinamentos e campanhas, além dos programas sócio-responsáveis que englobaram diversas iniciativas incluindo redução de geração de entulho de projeto e ações para redução de embalagens excessivas. (Confira na tabela quanto custaram os itens adicionados.)
4. Segundo o estudo da Tishman, isso significa dizer que o apartamento ecoeficiente vale R$ 3.000/m² (preço do convencional) mais os R$ 426/m² mensais. Portanto, o apartamento ecoeficiente vale R$ 3.426/m², o que, multiplicando pela área do apartamento, dá R$ 411,120 mil - embora o comprador pague apenas 370,8 mil por ele. Ou seja, o apartamento ecoeficiente vale cerca de 14% a mais que o apartamento convencional, de R$ 360 mil. A diferença de um para o outro, portanto, é de cerca de R$ 51 mil.
Criando uma "indústria da construção", como diz Valle, a empresa conseguiu alcançar um custo 2% superior aos empreendimentos convencionais, mas que são absorvidos em sua margem de lucro, de modo que o excedente não é repassado aos clientes, e ainda oferece custos de condomínio até 30% menores. "Esse índice é obtido economizando água, energia, gás, e revendendo, para os coletores, todo o lixo inorgânico que é separado, gerando receita para o condomínio", explica Vale.