Texto resumido a partir de reportagem publicada originalmente em FINESTRA Edição 50
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Hospital Sarah Fortaleza por João Filgueiras Lima (Lelé).
Texto resumido a partir de reportagem publicada originalmente em FINESTRA Edição 50
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Primeiro estádio verde para a Copa.
Texto resumido a partir de reportagem de Adilson Melendez, publicada originalmente em PROJETO DESIGN Edição 350.
O primeiro estádio verde do país, criado pelo arquiteto Carlos de La Corte, pode receber 20 mil pessoas e incorpora uma arena multiuso.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Governo incentiva uso de energia alternativa
Acredito que, entre os colegas, a maioria já deve conhecer o suficiente a respeito, mas acho que permanece oportuno o comentário que acrescento a seguir.
O uso de coletores solares é simples, relativamente barato e, para uso residencial unifamiliar, de elevada eficácia no fornecimento de água quente para consumo doméstico. Mas o melhor mesmo é que para isto, utiliza apenas uma fonte de energia limpa, renovável, gratuita e praticamente infinita, o sol.
No Brasil, apesar de ser um dos países que mais recebem radiação solar no mundo, o sistema mais utilizado para aquecimento de água é ainda o chuveiro elétrico, equipamento que transforma energia elétrica, forma nobre de energia (que precisa ser produzida, transformada e transmitida), em calor, forma pobre de energia, resultante não aproveitável de qualquer processo de transformação de energia, que equivale, em muitos casos, a perda de rendimento, ou baixa eficiência no processo.
Um chuveiro elétrico pode custar menos de R$ 20,00, mas pode ter potências de 8.000 W, frequentemente o equipamento mais potente de uma residência, que, para a classe média brasileira, pode facilmente ter 3 banheiros, cada um com um chuveiro elétrico.
Consideremos agora o seguinte: Todo o sistema elétrico brasileiro, das usinas às tomadas elétricas, está dimensionado para atender à demanda de pico, que é representada por um verdadeiro "pão de açucar" no gráfico da curva de carga de um dia típico padrão nacional, por um período de aproximadamente 3 horas, entre 17:30 h. e 20:30 h., todos os dias. Boa parte desta demanda é devida ao uso do chuveiro elétrico em todo o país. Em cidades médias ou grandes isto pode representar 20% de tudo o que se consome na ponta, que é, não por acaso, quando a energia é mais cara para o consumidor.
Gráfico: Curva de carga típica nacional - fonte: Procel - Eletrobrás
Ou seja, o uso de coletores solares para aquecimento de água para uso doméstico, além de trazer benefícios econômicos diretos para o próprio usuário e consumidor, traz ainda importantes benefícios para o país como um todo, uma vez que colabora para diminuir a demanda futura de energia, quando ela é mais necessária, na ponta.
Toda esta introdução se justifica por que parece que o assunto finalmente chegou às esferas superiores do poder executivo do nosso país. O programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, ambicioso projeto para habitação social, está prevendo o uso de coletores solares para aquecimento de água para estas residências populares. O governo está preocupado com o conforto do banho do brasileiro de baixa renda? Acho que não é caso. O governo está preocupado com a demanda energética nacional, por que sabe que se não fizer isto, o usuário fatalmente porá chuveiros elétricos e o problema apenas crescerá. Não há mesmo outra opção.
Mas tem que fazer bem feito, dimensionar adequadamente, especificar adequadamente, considerando-se as características regionais de insolação, os hábitos de consumo, etc. Sei que há no Ministério de Minas e Energia técnicos bem capacitados a fazê-lo. Espero que sejam bem sucedidos no processo.
Acrescento a seguir matéria a respeito do assunto, que reproduzo com autorização dos colegas da revista Sistemas Prediais.
Boa leitura.
Arq. Antonio Macêdo Filho.
As tecnologias e materiais ambientalmente sustentáveis vão variar dependendo da região do país. Em algumas localidades, por exemplo, poderão ser instalados sistemas de coleta e reaproveitamento de água de chuva. Já as placas solares devem ser utilizadas em todas as cidades.
A proposta em pauta prevê procedimento uniforme e simplificado para o licenciamento de empreendimentos até 100 habitações; licença única para todo o empreendimento; um critério único para todos os estados; e um prazo máximo de 60 dias para a expedição da licença ambiental. As condições para o licenciamento serão: preservação de áreas de proteção permanente; o empreendimento não pode estar localizado em área de risco e terá que ter infra-estrutura de esgoto, entre outros.
O programa prevê imóveis padronizados. As casas térreas possuirão 35m², e os apartamentos, 42 m².
Especificação da tipologia 1 (casa térrea com 35 m2)
- Área da unidade: 35 m².
- Área interna: 32 m².
- Piso: cerâmico na cozinha e banheiro, cimentado no restante.
- Revestimento de alvenarias: azulejo 1,50m nas paredes hidráulicas e box. Reboco interno e externo com pintura PVA no restante.
- Forro: laje de concreto ou forro de madeira ou pvc.
- Cobertura: telha cerâmica.
- Esquadrias: janelas de ferro ou alumínio e portas de madeira.
- Dimensões dos compartimentos: compatível com mobiliário mínimo.
- Pé-direito: 2,20m na cozinha e banheiro, 2,50m no restante.
- Instalações hidráulicas: número de pontos definido, medição independente.
- Instalações elétricas: número de pontos definido, especificação mínima de materiais.
- Aquecimento solar/térmico: instalação de kit completo.
- Passeio: 0,50m no perímetro da construção.
Especificação da tipologia 2 (apartamento com 42 m²)
• Compartimentos: sala, cozinha, área de serviço, banheiro, 2 dormitórios.
• Prédio: 4 pavimentos, 16 apartamentos por bloco – opção: até 5 pavimentos e
20 apartamentos.
• Área da unidade: 42m².
• Área interna: 37 m².
• Piso: cerâmico na cozinha e banheiro, cimentado no restante.
• Revestimento de alvenarias: azulejo 1,50m nas paredes hidráulicas e box. Reboco
interno e externo com pintura PVA no restante.
• Forro: laje de concreto.
• Cobertura: telha fibrocimento.
• Esquadrias: janelas de ferro ou alumínio e portas de madeira.
• Dimensões dos compartimentos: compatível com mobiliário mínimo.
• Pé-direito: 2,20m na cozinha e banheiro, 2,40m no restante.
• Instalações hidráulicas: número de pontos definido, medição independente.
• Instalações elétricas: número de pontos definido, especificação mínima de materiais.
• Aquecimento solar/térmico: instalação de kit completo.
• Passeio: 0,50m no perímetro da construção.
Acrescento este vídeo, que ilustra a reportagem acima da revista Sistema Prediais, explicando como é o funcionamento de um aquecedor solar.
O sistema de aquecimento solar já é bastante conhecido no Brasil, porem poderia ser mais utilizado nas edificações.
O futuro das lâmpadas incandescentes
Aqueles que já estiveram em meus cursos já sabem, mas quero aqui compartilhar a minha visão sobre um assunto relevante e, no momento, oportuno: o futuro das lâmpadas incandescentes comuns.
Quando Thomas Edison inventou a lâmpada incandescente tinha provavelmente noção de que estava fazendo algo importante. Não sabemos, no entanto, se ele esperava com isto mudar o mundo. Mas mudou. Além da lâmpada, ele também criou um novo negócio: o serviço de iluminação pública elétrica, em Nova York, na década de 1860. As cidades e forma como as pessoas viviam nelas, mudaram definitivamente.
Sua mais famosa invenção, no entanto, a lâmpada incandescente, não mudou muito, na verdade, em todos estes anos. É basicamente a mesma. Mudou o material do filamento, a quantidade de ar (e oxigênio) dentro do bulbo, e ponto. Ou seja, ainda usamos hoje a mesma tecnologia criada no século 19.
Nós estamos falando de um equipamento que utiliza apenas 5% da energia que consome para efetivamente produzir aquilo a que se propõe: luz visível. Os restantes 95% são desperdiçados em forma de radiação não visível, basicamente infra-vermelho, ou seja, calor. Se fosse um aquecedor, teríamos uma eficiência de 95%, seria ótimo. Mas estamos falando de lâmpadas, e de uma eficiência de 5%.
A conta fica ainda pior se consideramos que muitas delas são utilizadas em ambientes condicionados artificialmente (em restaurantes, shoppings, lojas), o que quer dizer que todo o calor que estas lâmpadas despejam nos ambientes tem de ser retirado com ar condicionado, gastando-se ainda mais energia e dinheiro. Me parece um contra senso.
No Brasil inteiro as pessoas compram lâmpadas incandescentes achando que estão fazendo um excelente negócio pagando menos de R$ 2,00 por cada uma. Daí as acendem acionando os seus 60 watts e deixando-as acessas a noite inteira do lado de fora de casa, por exemplo. Economizariam muito, elas próprias e o país como um todo, se utilizassem, por exemplo, fluorescentes de 15 watts.
Então, não resta dúvida, temos que banir de uma vez por todas as incandescentes, certo?
Bem, não é tão simples assim. Vamos devagar.
Quem vai bancar esta susbstituição?
E a questão do mercúrio das fluorescentes?
E as indústrias de lâmpadas incandescentes, que têm no Brasil um dos maiores mercados do mundo?
E a reciclagem das lâmpadas, como anda?
Há ainda o fato de que há algumas aplicações nas quais somente as incandescentes dão certo.
Então, o que eu recomendo é o seguinte:
Tente não usar nenhuma incandescente comum. Se encontrar alguma por aí, substitua.
Se se trata de instalações novas, não há por que usá-las. Basta projetar sem elas.
Mas, especialmente em ambientes residenciais, sempre haverá aquela arandela, abajur ou lustre onde só cabem incandescentes comuns, de rosca E27, e colocar fluorescentes não dá, mesmo as de temperatura de cor baixa, ou seja, de luz quente. Aí não tem jeito. temos que ir mesmo para as incandescentes. Pelo menos certifique-se que sejam luminárias de uso eventual, para iluminação secundária, não funcional.
O texto que segue, publicado na revista Lume, da minha amiga Maria Clara, que me autorizou a reprodução aqui, evolui o assunto e traz, quase literalmente, luz (e calor) à discussão.
Boa leitura.
Arq. Antonio Macêdo Filho
SUSTENTABILIDADE. ESTA É A PALAVRA DE ORDEM.
No que diz respeito à eficiência energética, o mundo parece ter elegido o seu grande vilão, ou melhor, vilã – a velha lâmpada incandescente. Países como a Austrália e a Irlanda e o Estado norte-americano da Califórnia já saíram na frente e proibiram o uso do produto.
-São consideradas lixo comum, o que significa que o descarte não causa grandes danos ao meio ambiente;
- Têm índice de reprodução de cor de 100, valor ainda não alcançado por nenhuma outra tecnologia;
- São em média de 5 vezes mais baratas do que as concorrentes.
Contras:
- Utilizam apenas 5% da energia que consomem, transformando os outros 95% em calor;
- Têm vida curta, em torno de 700 a 1000 horas (um ano).
- Consomem de 4 a 5 vezes menos energia que as lâmpadas comuns (incandescentes);
- Têm longa vida; algumas chegam a durar até 6000 horas (seis anos);
- Trabalham em baixa temperatura;
- Estão disponíveis com aparências de cor desde o branco-quente até o branco-frio.
Contras:
- Possuem mercúrio em sua composição, que é altamente tóxico;
- Têm um índice de reprodução de cor de até 85;
- Praticamente todas as lâmpadas fabricadas no mundo têm baixo fator de potência;
- São mais caras que as incandescentes.
Para a Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux), o projeto de lei, se aprovado do jeito que está, será danoso ao País, por não haver produção nacional de lâmpadas fluorescentes e o prazo não permitir que o setor se ajuste às novas regras. “A substituição abrupta das lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas causaria danos aos consumidores, aos fabricantes e ao País, disse o coordenador do Grupo Setorial de Lâmpadas da associação”, Isac Roizenblatt.
A troca, segundo Isac, deveria ser progressiva e abrir exceções para alguns usos. “Sou a favor de um programa de conservação de energia que limite a comercialização das lâmpadas incandescentes de forma gradativa, a exemplo dos programas europeu “Make the Switch” e norte-americano “H.R. 6”, que consideram um período de cerca de dez anos e ainda permitem algumas exceções para lâmpadas de aplicações especiais”, declarou.
Isac lembra também que o Brasil, desde o apagão, tornou se um dos maiores consumidores, per capita, de lâmpadas fluorescentes compactas, o que, segundo ele, demonstra que a lei é desnecessária para transição de uma tecnologia para outra. “Praticamente uma de
cada quatro lâmpadas residenciais comercializadas é fluorescente compacta e, em relação às instaladas, a proporção deve estar em torno de uma compacta para três incandescentes”, avaliou.
Outra questão levantada pela Abilux é a qualidade e o desempenho das lâmpadas importadas, que, segundo a associação, devem ser regulamentados e fiscalizados.
“Já foram importadas mais de 500 milhões de lâmpadas fluorescentes compactas e se estas tivessem a vida que está escrita nas embalagens, não haveria espaço hoje para as lâmpadas incandescentes. Logo, fica claro que há lâmpadas no mercado de baixa qualidade”, calculou Isac.Reciclagem
Um dos principais desafios dos governos para viabilizar a utilização massiva das lâmpadas fluorescentes sem grandes prejuízos para as populações e o meio ambiente é a reciclagem, já que o mercúrio, um de seus componentes, pode contaminar os lençóis freáticos. Um trabalho árduo a ser feito, visto que ainda existem poucas recicladoras no mundo. No Brasil, existem em torno de dez, apenas.
Para Guinter o grande obstáculo a ser vencido é fazer com que os equipamentos utilizados em residências retornem à cadeia produtiva. “Enquanto uma lâmpada fluorescente tubular é bem empregada numa empresa, onde a reciclagem pode ser feita facilmente sob orientações dos governos, nas residências esta operação se torna inviável, porque o uso é pulverizado” opinou Guinter.
O lighting designer adianta que tem um projeto, ainda em desenvolvimento, para suavizar o impacto desses produtos no meio ambiente e viabilizar a reciclagem. Trata-se de um sistema de troca de lâmpadas usadas pelas novas, com abatimento no preço, como acontecia com os “cascos” de refrigerantes, cerveja etc.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Energia Solar Fotovoltáica na Arquitetura
Há pouco mais de uma década, em 1998, eu estava estudando eficiência energética no IEE -Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP e conheci o prof. Roberto Zilles, entusiasta da energia solar fotovoltaica. Se ainda hoje a coisa ainda continua precisando "pegar", naquele tempo era preciso mesmo muito entusiasmo.
Mas, eu também acredito que os painéis fotovoltaicos são uma grande solução e que quando nos apercebermos disto, o Brasil tem tudo para assumir posição de destaque, mundialmente falando.
Há muitos exemplos de sucesso por aí, em lugares com muito menos sol, com sistemas integrados à rede pública, economizando grandes quantidades de energia para os seus países, que incentivam o uso dos painéis por consumidores de todas as escalas.
Estou certo que isto acontecerá também aqui e que o entusiasmo do prof. Zilles, que já se conta em décadas, não será em vão. Mas está demorando muito!
Há algumas iniciativas louváveis de técnicos e pesquisadores, para os quais os problemas de aplicação estão resolvidos, mas a coisa só irá mesmo para frente quando houver compromisso sério dos organismos reguladores no sentido de tornar viável a utilização em larga escala dos painéis fotovoltaicos no Brasil. Com tanto sol de graça, é mesmo uma pena não usarmos mais.
A seguir reproduzo video do Discovery Channel sobre o processo de fabricação dos painéis fotovoltaicos e matéria a respeito do cenário brasileiro, publicada na Finestra, com texto da Cida Paiva.
Antonio Macêdo Filho.
No Brasil, o meio acadêmico sai na frente não apenas na pesquisa, como também na implantação de projetos com uso de energia fotovoltaica
Por Cida Paiva, Em FINESTRA Edição 56
Cobertura do prédio administrativo do Instituto de Eletrotécnica da USP ganhou painéis fotovoltaicos
Aproveitando a demanda por instalações esportivas, que virá com a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, os pesquisadores também trabalham para alinhavar o projeto Estádios Solares, que propõe a implantação de módulos fotovoltaicos nas coberturas, a exemplo do que vem ocorrendo na Alemanha e em outros países europeus. “Estamos na fase de produção piloto, domínio de tecnologia, sem produção comercial significativa”, observa Trajano Viana, pesquisador do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LabEEE), da Universidade Federal de Santa Catarina. Em novembro de 2008, a UFSC sediou o 2º Congresso Brasileiro de Energia Solar, mais uma prova do interesse em aproveitar esse recurso natural como fonte de calor e de geração de eletricidade.
Exemplos de módulos fotovoltaicos
EXPERIMENTO NO IEE
Em São Paulo, o prédio administrativo do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (IEE/USP) ganhou painéis fotovoltaicos, com potência nominal de 12 quilowatts, instalados em 120 metros quadrados de sua fachada. O sistema produz, em média, 50% das necessidades de energia elétrica da edificação, cuja demanda nos dias de semana é de cem quilowatts-hora. Aos sábados e domingos, o excedente é injetado na rede elétrica. Integrados na fachada como elementos construtivos, os módulos fotovoltaicos produzem energia, reduzem a carga térmica do prédio e também funcionam como brises.
O sistema conectado à rede (on-grid) não permite acúmulo de energia em bateria - se não for consumida, a eletricidade é devolvida automaticamente à rede. Nos países onde essa tecnologia é bem desenvolvida, o ponto de conexão da energia fotovoltaica ocorre antes do contador, fora da instalação da residência. Dessa forma, não há redução de consumo do ponto de vista da concessionária, mas o proprietário do sistema recebe uma tarifa prêmio por quilowatt-hora produzido com o sistema solar, chegando a cinco vezes mais que o valor da tarifa média de referência. “Essas bonificações são uma forma de incentivar os sistemas conectados às redes elétricas”, observa Roberto Zilles, professor do IEE.
Edifício Bionordica AG, Neumarkt / Alemanha
MERCADO DÁ PEQUENOS PASSOS
Ainda não há demanda do mercado brasileiro para a aplicação de painéis fotovoltaicos em edificações. E a oferta existente é de produtos importados, como os oferecidos pela fabricante alemã Schüco, detentora de tecnologia de ponta em sistemas de fachadas. Mas já há mudanças nesse quadro, e a empresa deu um dos primeiros passos nesse sentido, em 2008, ao criar um Departamento de Energia Solar em sua unidade na Argentina, após pesquisas que apontaram a receptividade para o uso desse tipo de energia em obras residenciais. E há planos de propor a mesma ação para o mercado brasileiro em 2010.
Desde a década de 1990, a Schüco desenvolve tecnologia que possibilita aproveitar a luz solar para a geração de energia elétrica. Os projetos amplamente aplicados em edificações em países europeus incluem estudos que indicam o investimento necessário para gerar a energia fotovoltaica desejada para determinada obra. O pacote tecnológico envolve células fotoelétricas, cabeamento, transformadores e sistemas de integração, que podem ser ligados à fachada, à cobertura de vidro, a brises ou outras partes do edifício. Por serem fechadas, as células fotoelétricas impedem a visibilidade entre áreas internas e externas. Assim, os painéis são utilizados, geralmente, em fachadas cegas ou coberturas. “Caso haja interesse no mercado brasileiro, a empresa pode atender a solicitação num prazo entre 30 e 120 dias”, observa Michael Eidinger, gerente geral da Schüco no Brasil.
Placas semitransparentes da Heliodinâmica
A Alcoa, outra grande produtora de sistemas de fachadas, também começa a voltar sua atenção para possíveis movimentos do mercado brasileiro. Na mais recente edição da Fesqua (feira de esquadrias e componentes), realizada no final do ano passado, em São Paulo, a empresa mostrou um protótipo de caixilhos com sistema fotovoltaico, tendo como base uma de suas linhas, a Unit. “Nosso objetivo foi apresentar a tecnologia aqui no Brasil e constatamos que houve grande interesse”, observa Cíntia Figueiredo, coordenadora de novos produtos da Alcoa. Ainda é cedo para detalhar como será o produto final, desenvolvido em parceria com empresas especializadas na tecnologia fotovoltaica, como a Heliodinâmica, fornecedora dos painéis para o protótipo. Apesar da experiência da Alcoa no exterior, onde já oferece os painéis fotovoltaicos entre seus produtos, os estudos para o mercado brasileiro consideram as características regionais, principalmente quanto às tipologias. “Mas é importante frisar que o edifício que vier a utilizar essa tecnologia já deve ser projetado com essa finalidade, o que também envolve a orientação solar e a necessidade de não sofrer sombreamento, entre outros fatores”, explica Cíntia. Ela observa que os painéis fotovoltaicos não devem ser encarados como limitação aos projetos arquitetônicos - ao contrário, como demonstram excelentes exemplos em outros países.
Protótipo da Alcoa, com caixilhos da linha Unit
“O mercado brasileiro ainda está por descobrir a energia fotovoltaica. Trata-se de um dos investimentos mais rentáveis e a durabilidade das placas solares fotovoltaicas é de 25 anos, pelo menos”, afirma Bruno Topel, diretor da Heliodinâmica. Pioneira nessa tecnologia no Brasil, a empresa fabrica placas de até 140 Wp para o setor de telecomunicações e para utilização em locais desprovidos de rede elétrica. Em algumas rodovias de São Paulo há painéis em funcionamento, para os sistemas de controle de tráfego, instalados em postes com cerca de seis metros de altura.
“As placas fotovoltaicas fabricadas pela Heliodinâmica podem ser transparentes nos espaços intercelulares, característica que permite a passagem parcial da luz solar e um efeito visual high-tech”, comenta Topel. Esses painéis podem ser aplicados em fachadas, janelas, coberturas ou sacadas e em diversos tamanhos, formatos e acabamentos, de acordo com as exigências do projeto. “Até mesmo a disposição das células fotovoltaicas pode seguir o padrão desejado”, ele acrescenta.
Sistemas fotovoltaicos isolados
Sistemas fotovoltaicos conectados a rede
MUDANÇAS NA LEI
A produção de energia elétrica a partir de fontes alternativas deve corresponder, até 2020, a 25% de toda a energia gerada e consumida no Brasil. Essa é a proposta do projeto de lei 523/2007, do deputado Mendes Thame (PSDB/SP), em tramitação na Câmara dos Deputados. Ele estabelece ainda que esse índice atinja 35% até 2030. Caso isso não ocorra, ficará proibida a expedição de licenças ambientais para novos empreendimentos convencionais de geração de energia elétrica, mesmo estando em fase de instalação e operação. Atualmente, no Brasil, a tecnologia fotovoltaica vem sendo utilizada em áreas desprovidas de rede elétrica ou onde a energia fornecida é de má qualidade. Nesses locais, a eletricidade fotovoltaica faz funcionar bombas de água, televisores e geladeiras, além de iluminar postos de saúde, escolas, centros comunitários e de pesquisa. Alimenta, ainda, telefonia, internet e cercas elétricas. Em regiões urbanas brasileiras, já é aplicada na sinalização (viária, fluvial, aeroportuária), iluminação pública, semáforos, alimentação de sistemas críticos e energia de backup, entre outros usos, conforme a resolução 83/2004 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
domingo, 21 de junho de 2009
Green Buildings em Nova York 2009
Acabo de retornar da II Missão Técnica Green Buildings em Nova York que foi, na opinião de todos, um sucesso!
Na semana de 14 a 21 de junho cumprimos uma agenda repleta de visitas e experiências que, sem dúvida, ficarão gravadas de maneira definitiva na memória (e nas milhares de fotos) de todos os que tiveram oportunidade de acompanhar.
Além de termos tido uma visão um pouco mais aprofundada da evolução da arquitetura e do urbanismo de Nova York, pudemos visitar, com orientação e acompanhamento técnicos adequados, alguns dos mais representativos edifícios sustentáveis da cidade, alguns dos mais ativos escritórios de arquitetura sustentável, inclusive dois dos maiores escritórios do mundo, instituições e entidades relacionadas à promoção da sustentabilidade, além de visitar as feiras Buildings NY e GreenBuildings NY.
Isto para tratar apenas da agenda oficial, que foi complementada por oportunidades de relacionamento e descontração entre os participantes, arquitetos e engenheiros das 4 mais importantes regiões do país.
Trarei mais informações sobre a missão, com mais ilustrações e detalhes, nos próximos dias aqui no blog.
Até breve.
Arq. Antonio Macêdo Filho
sexta-feira, 19 de junho de 2009
WTorre Nações Unidas.
Na primeira edição das Visitas Guiadas Green Buildings em São Paulo, realizada em março passado, visitamos uma série deles, inclusive este WTorre Nações Unidas, elegante edifício de escritórios projetado por Edo Rocha para a WTorre.
O empreendimento é um dos que estão buscando a certificação LEED e incorpora o que, na minha opinião, é o que parece ser o mais efetivamente viável para se fazer em um edifício de escritórios que vise obter a certificação internacional.
Acompanhe a seguir matéria a respeito do empreendimento, publicada em Projeto Design.
Passarelas unem edifícios com áreas de laje diferentes
O pavimento-tipo do edifício maior soma 1,5 mil metros quadrados de área de laje, com pilares centrais que formam vãos de aproximadamente dez metros
Perspectiva do empreendimento já incorporando a terceira torre, que deve ser concluída no final de 2010
terça-feira, 16 de junho de 2009
Chad Oppenheim
Com satisfação informo que obtivemos na semana passada confirmação para a palestra do arquiteto norte-americano Chad Oppenheim no Fórum EcoTech, para a edição do Rio de Janeiro, em novembro.
Chad Oppenheim é um ativo arquiteto de Nova York que estudou em Cornell e fundou seu Oppenheim arquitetura + design em 1999, em Miami. É professor na Universidade Internacional da Flórida, é ganhador de prêmios de arquitetura e tem grande atuação não só nos EUA, Emirados Árabes, França, Grécia, Ilhas Turcas e no Japão.
Este último, um interessante projeto que integra algumas soluções úteis para a sustentabilidade da construção. Acompanhe a seguir breve matéria sobre o projeto:
Com a utilização de modulações e do aço como sistema estrutural, obtém-se boa flexibilidade espacial tanto externamente na edificação como internamente, nas plantas dos pavimentos.
Para conhecer melhor o trabalho do arquiteto Chad Oppenheim, recomendo participar do Fórum EcoTech, para o qual é um convidados internacionais.