sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A cidade de Boston decreta que edificações novas de grande porte devem atender a critérios LEED.


A cidade de Boston decreta que edificações novas de grande porte devem atender a critérios LEED.

(Adaptado a partir de artigo de Michael dEstries para o jornal Boston Globe)

A cidade de Boston adotou desde o ano passado novas emendas à legislação de uso do solo obrigando todas as novas edificações e grandes reformas com área superior a 50.000 pés quadrados (aprox. 4.600 m2) a atingirem ao menos 26 pontos na classificação LEED NC (new constrution). Esta é a pontuação mínima para a obtenção do primeiro nível de certificação LEED.

O novo código de construção envolve tanto edificações públicas quanto privadas e visa reduzir o impacto negativo das novas edificações no meio ambiente, especialmente no que se refere a: planejamento de implantação da obra, uso da água, eficiência energética, uso de energias renováveis, uso racional dos materiais construtivos e qualidade do ar interno.

A exemplo de Boston, a capital federal, Washington D.C., está considerando também adotar medidas semelhantes. O estado da Califórnia também está adotando critérios da certificação LEED para suas novas construções. Parece que esta é uma tendência que de fato está tomando corpo nos EUA, a oficialização do selo verde.

Um aspecto interessante do caso de Boston é que, ao passo em que os projetistas e construtores são obrigados a atenderem aos padrões mínimos LEED, eles não são obrigados a de fato buscar obter a certificação, o que poderia onerar o processo. No entanto, ao menos um profissional responsável pela obra deve ser LEED AP (acredited professional), de forma a que se garanta que os critérios serão atendidos.

Acredito que podemos esperar que em futuro bem próximo a exigência se estenderá a edificações menores e os requisitos deverão exigir pontuações mais elevadas na classificação.

Foi o que ocorreu, por exemplo, na França, onde as primeiras regulamentações para eficiência energética dos edifícios surgiram em decorrência da primeira crise do petróleo, de 1973. De lá para cá, novos e mais exigentes critérios foram adotadas e fizeram com que os edifícios atuais franceses sejam em torno de 75% mais eficientes quanto ao uso da energia do que seus antecessores de algumas décadas atrás.

É um exemplo interessante para o nosso país, onde o assunto é muito mais recente, mas tem merecido atenção de diversos agentes do setor. Nós temos a chance de começar do jeito certo, aproveitando a experiência dos que já passaram por esta fase.

Este é um dos objetivos da missão técnica que estamos organizando em conjunto com o Green Building Council Brasil, em novembro deste ano, para Boston para participar da GreenBuild Conference & Expo 2008, evento anual do US Green Building Council, que seguramente abordará este e muitos outros temas relacionados à sustentabilidade das construções. Passaremos também em Nova York para visitar alguns edifícios certificados. Mais informações podem ser obtidas em: http://www.camaradearquitetos.com.br/.

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