quarta-feira, 15 de abril de 2009

Genzyme Corporate Headquarters.

Caros,

Em novembro estive em Boston por conta da GreenBuild Conference & Expo 2008 (mais informações em http://amacedofilho.blogspot.com/2008/11/greenbuild-conference-expo-boston-2008.html). Dentre as visitas técnicas que tivemos oportunidade de fazer, visitamos a sede da Genzyme Corporation, certificado LEED platina.

Não é fácil atingir o nível platina. Mais difícil ainda é fazer isto com esta qualidade estética e funcional, com um belo projeto. Após tê-lo conhecido pessoalmente, considero este o mais belo caso de edifício certificado LEED em todo mundo. Sem dúvida excelente exemplo de arquitetura sustentável.

Reproduzo aqui texto do meu ex-aluno de arquitetura Bruno Bertante, que teve também oportunidade de conhecer o Genzyme, após eu ter-lhe comentado a respeito.

Um exemplo a ser seguido.


Genzyme Corporation é uma multinacional da área de biotecnologia, e sua nova sede é localizada em U.S.A,na cidade de Cambridge , no Kendall Square. Uma área que até então era desvalorizada, mas atualmente esta sofrendo grandes mudanças, muitos empreendimentos estão se deslocando para próximo do Genzyme Center.

A edificação recebeu a classificação LEED platina, ela tem o formato de um cubo irregular com volumes que entram saem para fora. Seu gabarito acompanha ao contexto urbano do bairro, e abriga doze pavimentos de escritórios. Para conseguir essa classificação na certificação LEED 75% do material utilizado na construção era de conteúdo reciclável, e 90% de lixo de construção foi totalmente reciclado.
O Genzyme Center tem uma solução bastante interessante para captar iluminação natural. No telhado existem sofisticados sistemas de espelhos que se orientam, comandados por computadores, em direção ao sol. Esses refletem os raios solares para um outro sistema fixo de espelhos que direciona a iluminação para um enorme atrium central que corta os doze pavimentos, diminuindo o uso da iluminação artificial.

O escritório de arquitetura Behnisch responsável pelo projeto do Genzyme, teve a solução cinematográfica de captar essa iluminação que foi focada no atrium e difundi-la com enormes lustres composto por varias laminas de alumínio polido, que espalham a luz solar pelo edifício, formando desenhos, que são projetados por toda a área envolta do atrium.

Existe um sistema de monitoramento que controla a temperatura interna do edifício, em acréscimo há um controle individual da temperatura nos escritórios.Esses sistemas agem em conjunto ao sistema de iluminação ,que pode ser aumentado ou diminuído, ambos comandados eletronicamente. Alem disso, o Genzyme tem uma fachada dupla de vidro ventilada, que retêm a temperatura externa e mantêm um clima agradável internamente, todos esses sistemas chegam a economizar 42% menos energia que uma edificação tradicional, com as mesmas dimensões.

A ventilação trabalha cruzada por toda edificação, entrando pelas aberturas verticais e pelos acessos, e sendo exaustada pelo atrium, que tem o papel de absorver o ar quente e expelir para o exterior, criando ambientes saudáveis. A ventilação cruza por todos os espaços de escritórios e sociais, e o ar interno esta sempre renovado, em constante circulação.


Soluções como 220m² de painéis fotovoltáicos, reaproveitamento de água suja, criando um sistema que trate e faça com que a água retorne para uso, e utilizar carpetes e as tintas que não contenha elementos voláteis tóxicos, foram decisões importantes para obter a certificação LEED.

O interior do Genzyme Center é composto por vários percursos ajardinados, no atrium central, nos pavimentos de escritório e sociais,agregando um caráter humano para o edifício ,o qual muitos funcionários fazem suas reuniões com clientes ou seu coffee break nessas áreas verdes.
Todas essas soluções que qualificam o ambiente e o clima interno foram pensadas no bem estar dos funcionários e visitantes do Genzyme, conseqüentemente há um aumento de produtividade no trabalho.Foi feito uma pesquisa com os funcionários que estão trabalhando no edifício, e houve um decréscimo de 5% de pessoas doentes e 88% das pessoas aumentaram seu bem estar.


Fonte:
Texto: Bruno Bertante de Moraes
Imagens: site http://www.arq.ufsc.br/

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