A vinda da Copa do Mundo de 2014 para o Brasil não vai apenas mexer com a infraestrutura das cidades escolhidas para serem sub-sedes, mas trará luz aos estádios brasileiros. Hoje construções inadequadas para um evento desta magnitude, eles terão a oportunidade de agregar o que há de mais moderno em termos de engenharia e se adequar ao século 21. Uma tendência, pelo que os projetos mostram, é que as obras tendem a perseguir o conceito de arquitetura sustentável. Até por que, o tema do mundial no país deverá ser a “Copa Verde”.
Imagem: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Das 17 capitais candidatas, pelo menos cinco abraçaram a tese do “estádio verde”. A começar pelo possível palco da final da Copa, o Maracanã. O estádio, cujas obras de reconstrução começam ainda neste ano, terá acoplado à sua arquitetura uma praça arborizada e será autossustentável na produção de energia. Isso será possível através de painéis solares que serão acoplados à cobertura de vidro que irá revestir o estádio.
A inovação tecnológica está orçada em R$ 200 milhões, mas, segundo a secretária estadual de Esporte, Turismo e Lazer do Rio de Janeiro, que administra o Maracanã, em 10 anos esse investimento estará pago, já que o estádio deixará de consumir energia elétrica em pelos menos 70% de suas instalações. “A vantagem é que o Estado não bancará sozinho a obra”, avisa a secretária Márcia Lins.
A cobertura com painéis fotovoltaicos para o Maracanã geraria 3,7 MWp. “É o suficiente para suprir energia para mais de duas mil residências”, explica o diretor técnico do Instituto Ideal, Ricardo Rüther, responsável pelo projeto. Rüther coordena também o Laboratório de Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina (Labsolar/UFSC), que já pesquisa e aplica há alguns anos esta tecnologia. Estádios com painéis fotovoltaicos já usados em estádios europeus. O exemplo mais bem sucedido é o Stade de Suisse Wankdorf, em Berna, na Suíça. Com 10.738 células solares, o estádio gera 1,134 gigawatts hora (GWh) de energia por ano.
Imagem: Estádio Vivaldão, em Manaus.
Em Manaus, a tese da sustentabilidade ainda é mais escancarada. A cidade adota o slogan “A Copa mais verde do mundo” e promete construir uma arena com 46 mil lugares, levando em conta relatórios ambientais do Greenpeace, do World Winde Fund for Natures (WWF) e da Conservation International (CI). A empresa a ser contratada é a alemã Gerkan Marg und Partner (GMP), que construiu boa parte das arenas utilizadas na Copa de 2006.
Imagem: Arena da Floresta, em Rio Branco.
No Acre, o estádio candidato é a Arena da Floresta. O estado também aposta no conceito “verde” e projetou uma cobertura em madeira e bambu para cobrir a obra. O material virá de reflorestadoras certificadas, compromete-se o governo acreano, garantido que materiais a base de alumínio e acrílico, considerados poluentes, não serão usados na obra. “Teremos todo um processo de manejo sustentável”, explica o secretário de Esportes, Turismo e Lazer do Acre, Cassiano de Oliveira.
Brasília também está engajada e, além da arena para jogos, pretende construir um estádio de apoio para treinamentos das seleções. A construção vai se chamar Arena Biogol. No estádio, cada gol marcado reverterá dinheiro para o reflorestamento de uma área do tamanho de um campo de futebol. Os gols também reverterão recursos para as favelas do entorno do Distrito Federal, financiando painéis solares nas escolas destas localidades. O dinheiro para o projeto virá de parcerias com a iniciativa privada.
Imagem: Estádio das Dunas, em Natal.
Outro estádio que será construído dentro do conceito da arquitetura sustentável será o que está planejado para Natal, no Rio Grande do Norte. No projeto, 35% dos 82 hectares onde se erguerá a obra serão destinados à preservação ambiental. Haverá ainda uma estação de tratamento de esgoto para a reutilização dos efluentes.
Quando a Fifa bater o martelo sobre as sub-sedes, ainda este ano, começaremos a se saber quais desses projetos se tornarão de fato sustentáveis ou não.
Fonte: Portais dos governos de RJ, DF, RN, AM e AC Agência Brasil
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