sábado, 31 de julho de 2010

O Planalto não ficou verde

O governo perdeu uma bela chance de fazer do Palácio do Planalto - o mais importante prédio público brasileiro, sede da Presidência da República - um exemplo de sustentabilidade

Por Angela Pimenta, para a Revista Exame - 30/06/2010

A fim de reinaugurá-lo no dia 21 de abril, para celebrar o cinquentenário de Brasília, o que acabou não ocorrendo em razão de atrasos na obra, o governo decidiu que o novo Planalto contaria apenas com uma acanhada lista de recursos modernos em prol do meio ambiente.

Foram acrescidos um sistema de reúso de águas, um novo ar-condicionado e uma nova subestação de energia. Mas a reforma, que custou 100 milhões de reais aos cofres públicos e agora está prestes a ser entregue, deixou de incorporar várias tecnologias verdes e procedimentos de ponta já assimilados pela indústria da construção brasileira. Ficaram de fora a montagem de uma usina de cogeração de energia e o uso de válvulas de descarga que economizam água, entre outros itens.

No final das contas, a obra não saiu no prazo planejado e será inaugurada já defasada. Aliás, o prédio será entregue sem o Procel Edifica, selo de certificação de eficiência energética da construção, instituído pelo próprio Ministério de Minas e Energia.

O que a reforma ficou devendo

Teto: Painéis fotovoltaicos para armazenamento de energia solar e cobertura ventilada com isolamento térmico.

Canteiro de obras: Gestão susentável da construção, incluindo controle de água e energia.

Janela: Vidros de alto desempenho para controle solar. Eles permitem o aproveitamento da luz natural e barram o calor no ambiente interno.

Revestimento: Uso de tintas e vernizes que não emitem elementos orgânicos voláteis.

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