Mesmo não concordando em 100 % com o colega professor, considero o estudo interessante, e por isto reproduzo a seguir:
Texto de Rafael Tonon, para Revista Vida Simples – 06/2010
Por mais conectados que estejamos hoje no mundo moderno, é nas relações diárias que vamos criar nossos laços de afeto e nossas redes profissionais. O planeta é enorme, mas - como nos provam as coincidências - o mundo é mesmo muito pequeno. Florida fez um estudo completo sobre as melhores cidades para se viver nos EUA e no Canadá (ele vive em Toronto). Compilou o resultado e os rankings no livro Who’s Your City (sem previsão para chegar ao Brasil), que é best-seller nos dois países. Ele, que é um dos maiores nomes em tendências demográficas e inovação cultural, promete ampliar as pesquisas para outros lugares. Enquanto não faz isso, ensina como você pode encontrar sua cidade ideal.
Foto: Maquete de Londres, New London Architecture Center. Por Antonio Macêdo.
Por que a escolha do lugar em que vivemos se tornou uma questão tão crucial?
Eu defendo que o lugar que escolhemos para morar é a decisão pessoal mais importante que tomamos, porque ela tem um impacto profundo em nossa trajetória profissional, nossas redes sociais, família e estilo de vida e - sobretudo nos dias de hoje - na forma como conquistamos nossa própria felicidade. E não me refiro a um lugar como sendo necessariamente uma grande cidade, como a maioria pensa. Para alguns, esse ambiente pode ser uma pequena cidade rural ou um município médio - onde, em alguns casos, é possível aliar o sossego do interior com as vantagens de uma cidade. Isso depende muito de cada pessoa.
Hoje o mundo está todo conectado. Isso significa que o lugar em que estamos não tem mais tanta relevância?
Apesar dos benefícios das tecnologias, nada substitui a presença física. Isso porque a colaboração e a interação são elementos necessários à criatividade e à inovação. Acho que precisamos dar mais valor à importância das relações e das redes sociais que temos por perto. Profissionais criativos, por exemplo, precisam estar literalmente rodeados de pessoas inovadoras e com conhecimento para poder progredir. As novas tecnologias podem, sim, melhorar nossas conexões com o mundo, mas não suprir uma presença.
Temos a ideia de que só grandes economias abrigam oportunidades. Por que esse ponto de vista é equivocado?
Na verdade, existe um lado correto nessa forma de encarar a questão. A maior atividade econômica está, na maioria das vezes, concentrada em grandes regiões, que possuem novas e poderosas unidades de negócio. Essas grandes regiões recebem atividades econômicas e de negócios em grande escala. No mundo todo, mapeamos 40 megarregiões importantes, onde vive um quinto da população mundial e que abrigam um terço da economia global. Mas é claro que isso significa que essas regiões são muito mais competitivas - o que indica que em médias cidades pode haver ótimas oportunidades de trabalho, mesmo que não com o mesmo padrão salarial.
Quais características pessoais devemos levar em conta para escolher o lugar em que devemos viver?
Primeiro, é preciso entender que as qualidades dos lugares não são iguais para todos. Alguns preferem uma pequena comunidade com uma cena artística local e vibrante, enquanto outros querem viver em uma enorme metrópole repleta de manifestações culturais. Eu espero que as pessoas entendam que a escolha do lugar certo para elas depende de perceber suas próprias características e anseios. Nós todos escolhemos os lugares nos quais queremos montar nosso lar a partir de uma perspectiva muito pessoal e particular, baseada em atributos e qualidades que são importantes para nossas vidas.
Como encontrar, então, o lugar ideal que atenda nossas expectativas?
Temos que lembrar que, quando se trata da escolha de um lugar para morar, assim como todas as decisões da vida, nós não podemos ter tudo. Sempre há concessões. Muitas das pessoas que se mudam por causa de suas carreiras precisam abrir mão de estar sempre próximas da família e de amigos. Aqueles que escolhem ficar próximos da família podem ter de abrir mão de oportunidades economicamente mais atrativas. Antes de tudo, é preciso determinar o que é mais importante para você e para o estilo de vida que você almeja.
Quando fazemos a escolha de onde viver, é necessário levar em conta oito passos:
1. Conheça bem suas prioridades: determine o que é imprescindível para você.
2. Compare: faça uma relação entre a cidade em que vive e a em que gostaria de morar, enumerando suas necessidades e vontades.
3. Faça sua lição de casa: pesquise tudo sobre o lugar - como é o mercado de trabalho, como vivem as pessoas que moram lá...
4. Pondere: esse lugar pode oferecer a você uma boa qualidade de vida? Tem um sistema de transporte público eficiente? Tente tirar o maior número de vantagens dele.
5. Confira o básico: esse lugar tem saúde básica e segurança, boa estrutura educacional e urbana?
6. Cheque os valores: o custo para viver nessa cidade está de acordo com seu orçamento?
7. Faça um balanço: há aspectos conflitantes no que você elencou em sua lista? Por exemplo: a cidade quase não tem trânsito, mas em compensação possui um péssimo sistema de saúde.
8. Visite os lugares e conheça in loco as ruas e as pessoas de lá.
Com esses pontos traçados, é difícil errar na hora de decidir.
Para saber mais : Who’s Your City, Richard Florida, Basic Books (edição americana)
2 comentários:
Oi, amor! Amei este texto! Vou reproduzir no meu blog também, tok?
Amo você!
Oi...
Tbm achei demais esse texto, e colocarei no meu blog.
Um abraço.
Luciana
Postar um comentário