quarta-feira, 20 de abril de 2011

O BREEAM chega ao Brasil

Por redação do CicloVivo.com.br, postado em 20/04/2011

As construções brasileiras que pretendem ser certificadas podem contar agora com mais uma opção de selo. O Brasil é o primeiro país da América Latina a receber o BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method).

Mais de 110 mil empreendimentos em todo o mundo possuem essa certificação e desde a sua criação o selo só cresce, sendo exportado para diversos locais do planeta. l Imagem: Divulgação / Breeam

A primeira construção na lista da nova certificação é o condomínio Movimento Terras, em Petrópolis, RJ. O arquiteto Sergio Conde Caldas, juntamente com os escritórios Levisky Arquitetos Associados; Miguel Pinto Guimarães Arquitetos e Bernardes e Jacobsen Arquitetura, são os responsáveis pela construção baseada no selo inglês. A construtora Concal e a arquiteta Viviane Cunha, que é a única brasileira licenciada pela BREEAM para ser consultora do processo de certificação, também fazem parte do projeto.

Apesar de ser a certificação para construções sustentáveis mais antiga do mundo, criada na Inglaterra em 1992, o BREEAM chega somente agora ao Brasil. Ele define o padrão para melhores práticas em Design Sustentável e tornou-se uma ferramenta importante para garantir imóveis com baixo impacto ambiental. Mais de 110 mil empreendimentos em todo o mundo possuem essa certificação e desde a sua criação o selo só cresce, sendo exportado para diversos locais do planeta.

Como no Brasil ele possui somente um empreendimento em processo de certificação, o selo possui algumas desvantagens, se comparados a outros que já atuam com maior frequência no país. Entre os problemas está o fato de que os pré-requisitos e direcionamentos não estão totalmente adaptados à realidade brasileira. Além disso, a maior parte dos arquitetos e engenheiros ainda não possuem total conhecimento do selo.

O condomínio Movimento Terra deve colaborar para que essa realidade atual mude e a certificação comece a se popularizar no país. "O projeto vai colaborar para a tropicalização do selo, que poderá ter adaptações regionais", informou a arquiteta Viviane Cunha à revista Arquitetura e Construção. Já Sergio Conde Caldas está animado com a repercussão positiva para o empreendimento. Entre as escolhas criteriosas da vila estão estrutura metálica (com percentual de aço reciclado), telhado verde, madeira certificada, aquecimento solar, captação de água da chuva e ênfase no conforto ambiental (com luz natural e ventilação cruzada). Com áreas entre 350 e 400 metros quadrados, as oito casas têm conclusão prevista para junho.

No Brasil existem outras certificações usadas com maior frequência, alguns exemplos são:

- LEED (Leadership in Energy and Environmental Design): O selo possui origem americana e já certificou 12 mil empreendimentos no mundo. Foi a primeira a atuar no Brasil, em 2007. Desde então, certificou 20 projetos nacionais.

- AQUA (Alta Qualidade Ambiental): É uma certificação nacional, que oferece referencial técnico para residências e prédios comerciais - e tem a credibilidade da certificadora Fundação Vanzolini. Atualmente possui 18 construções contempladas.

- Procel Edifica: Trata-se da etiqueta de eficiência energética para edifícios comerciais e residenciais criada pela Eletrobrás com o Inmetro. Até hoje foram reconhecidos 21 edifícios. O selo traz consigo a tradição da eficiência energética aplicada há anos em eletrodomésticos.

- Casa Azul Caixa: A certificação é voltada para a habitação popular. Ela é concedida a projetos habitacionais financiados pela Caixa Econômica Federal e possui dez candidatos em fase de avaliação.

Leia também (Links para o CicloVivo.com.br):

Cresce busca por construções certificadas no Brasil
Cresce o número de empreendimentos com certificação AQUA

Meus comentários:
Caros, acho conveniente observar o seguinte:

A) O Procel Edifica não é propriamente uma certificação ambiental, mas sim um programa de etiquetagem de desempenho energético, uma vez que não aborda outras questões ambientais, focando-se na eficiência energética dos empreendimentos. Não é por isto menos importante, ao contrário, é fundamental que passemos a adotar a etiqueta, que em breve passará a ser de aplicação obrigatória no Brasil, como já ocorreu em outros países, com grande sucesso.

B) O Selo Azul também não é propriamente uma certificação ambiental de edificações pois é voltado especificamente para empreedimentos residenciais financiados pela Caixa Econômica Federal, com ênfase em baixa renda. É também importante pois o setor de fato carecia de referencias de sustentabilidade, mas não se aplica a outros casos.

C) Considero que entrada no Brasil do BREEAM representará um avanço, pois podemos ser a única nação do mundo, até onde tenho conhecimento, que terá à sua disposição as 3 principais certificações ambientais de edificações do mundo, em plena aplicação: o LEED, americano, o Processo AQUA (baseado no modelo HQE francês) e o BREEAM, inglês, mais antiga delas. Considero um privilégio e também um desafio, uma vez o mercado terá se atualizar ainda mais e se aprofundar nestes assuntos, de forma a poder melhor se posicionar neste cenário.

Comentários de Arq. Antonio Macêdo Filho

Um comentário:

Eficon disse...

Voce sabe se há como ser um BREEAM AP fazendo a certificacao no Brasil? Seu blog é muito bom !!! Meus parabens...