sábado, 16 de abril de 2011

IPT desenvolve linha de atuação para avaliar desempenho de empreendimentos, serviços e produtos

Publicado originalmente em www.recriarcomvoce.com.br

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) está desenvolvendo uma linha de atuação que se tornará uma ferramenta para avaliar os aspectos de sustentabilidade de edificações residenciais e comerciais, e também de materiais e produtos no mercado de construção.


A ideia dos pesquisadores do Centro Tecnológico do Ambiente Construído (CETAC), do IPT, é consolidar critérios em uma ampla abordagem que identifique os impactos de projetos, produtos e serviços do ponto de vista de três áreas estratégicas – econômica, ambiental e social.

“Esse conceito reflete as demandas do mercado, já que muitas construtoras e fabricantes hoje buscam qualificação em abordagens sustentáveis”, afirma Fulvio Vittorino, diretor do CETAC.

A abordagem sustentável deve abranger todas as etapas de um empreendimento, contemplando projeto, execução e uso. “No caso de edificações, o custo da adoção de medidas sustentáveis varia entre 2% e 7% do dispêndio da obra”, diz Vittorino.

Pela abordagem proposta, uma edificação deve não apenas ser eficiente do ponto de vista do consumo de energia e de água, aspectos que atualmente são valorizados pelas consultorias, mas saudável e confortável para seus ocupantes.

Esse conceito está também presente no Processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental), adaptado pela Fundação Vanzolini à realidade brasileira. Desde que esse sistema de certificação foi criado, em 2008, mais de 20 processos foram iniciados, envolvendo 150 mil metros quadrados.

“O prédio deve ser também um bom vizinho, tendo harmonia com as edificações de entorno”, afirma Fulvio. Isso requer, por exemplo, estratégia para conceber os acessos às garagens, evitando impactos que gerem mais trânsito no sistema viário. O empreendimento precisa ainda de uma boa inserção urbana, em área que seja servida por transporte coletivo, entre outros fatores.

FINANCIAMENTOS – Um das razões que impele as empresas para as abordagens sustentáveis é o setor governamental, que deverá cada vez mais exigir critérios de desempenho para a concessão de financiamentos. A linha de atuação desenvolvida no IPT ganha assim uma interlocução com o mercado.

Na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), do governo do Estado, os critérios de sustentabilidade pouco a pouco ingressam na rotina de desenvolvimento de projetos.

A companhia já adotou, por exemplo, coletores solares em empreendimentos de caráter popular, disseminando um recurso que até então era restrito aos projetos para consumidores de alto poder aquisitivo.

A reciclagem de resíduos de construção também é uma frente de destaque na CDHU, lembra Vittorino. Um projeto de recuperação socioambiental da Serra do Mar está desmobilizando habitações localizadas no parque de Cubatão. Os moradores estão sendo removidos para habitações legalizadas e as áreas degradadas serão recuperadas. “Esse projeto contribuirá para que não existam mais demolições no conceito tradicional”, afirma.

O programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, por sua vez, é orientado com cadernos de encargos que apresentam as diretrizes para que as moradias sejam sustentáveis, o que também acaba por proporcionar maior produtividade no canteiro de obras. Cada vez mais, a Caixa Econômica Federal terá um papel fundamental no mercado imobiliário, promovendo a disseminação desses critérios entre os segmentos da construção civil.

Há ainda as iniciativas em favor das construções sustentáveis no Sistema Nacional de Avaliação Técnica de Produtos Inovadores (SINAT), vinculado ao Ministério das Cidades. Essa frente foi criada para estimular a inovação tecnológica e orientar o mercado na escolha de produtos.

Referência:
http://www.ipt.br/noticia/313-sustentabilidade_na_construcao.htm
IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas

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