quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Rick Fedrizzi: Buildings that are good for the worker are also good for the bottom line. (Edifícios que são bons para as pessoas são também bons para os negócios)

Reproduzo abaixo interessante artigo de Rick Fedrizzi, Fundador e Chairman do USGBC, originalmente publicado na versão online do jornal britânico The Guardian, em 29 de Dezembro 2015.

Next Year (2016) builders and businesses will realize that buildings that are good for the worker are also good for the bottom line. (Em 2016, construtores e gestores de negócios vão se dar conta de que edifícios que são bons para as pessoas são também bons para os negócios)

Over the past 20 years, green construction has gone from a niche enterprise to a major driver of new business. But in 2016, erecting sustainable, profitable green buildings will no longer be enough to stand out. Buildings will also be expected to directly contribute to the health and wellbeing of the people who live, work and learn inside them. For buildings, healthy will become the new green.
 41 Cooper Square in Manhattan, New York City.
The nine-story academic center was completed
in September 2009 and has achieved a Leed Platinum rating.
Photograph: Alamy
The performance of a green building – be it energy usage, water efficiency or just lower utility bills – is important to companies looking for rental space. As this healthy revolution emerges, more of these commercial renters will start concerning themselves with a building’s impact on the performance of the humans who use it every day.
There’s already some evidence to suggest healthy buildings have positive effects on the businesses and workers who occupy them. In a recently released peer reviewed study, researchers from Harvard’s Center for Health and the Global Environment found that a building’s air quality can affect the quality of its residents’ thinking. The study demonstrated that exposure to common indoor pollutants, such as carbon dioxide and volatile organic compounds (VOCs) that are found in everything from paint to carpets, can affect cognitive functions. The researchers wrote: “For seven of the nine cognitive functions tested, average scores decreased as CO2 levels increased to levels commonly observed in many indoor environments.”
At the same time, researchers found that, on average, environments with better ventilation doubled their participants’ performance, especially in critical areas such as crisis response, strategy and information usage.
As the connection between where you work and how well you work becomes better established and understood, companies that hope to differentiate themselves as employers of choice will focus on healthier buildings for their employees.

Sustainability will mean transparency

Of course, understanding the built environment also requires understanding everything in it. 
Think about the room you’re in right now: you might be sitting on a couch or a chair treated with flame-retardant chemicals that are linked to memory loss or fertility problems. Your carpet might be emitting more of those VOCs, leading to throat irritation or headaches. Your wood floor might be off-gassing formaldehyde. Almost every product in your room contains chemicals that even manufacturers don’t know about or don’t completely understand. And many of these chemicals have health impacts that we have hardly begun to study.
Fortunately, transparency is coming to the building industry. Already, there has been a push for more environmental product declarations, health product declarations and other labels that disclose the makeup of building materials, along with their environmental and human health concerns. And as these standardized reporting measures become more commonplace, so too will the use of materials that prove to be less hazardous to our health.

Rating your building – and your health

As healthy buildings become more mainstream, market-based rating systems such as the Well Building Standard, developed by Delos, will help businesses and building professionals use health and wellness to differentiate their spaces. The first protocol to focus specifically on health in building construction, it prescribes technology enhancements and performance-based measures in seven categories: air, water, nourishment, light, fitness, comfort and mind.
Formally launched in 2014, the Well standard is administered by the International Well Building Institute, a B Corp – meaning it has been certified as providing social and environmental benefits beyond the financial bottom line – that has partnered with the Green Building Certification Institute to provide third-party certification. More than 20m square feet of real estate in 12 countries across five continents arenow Well certified or registered, according to Well’s website.
As the world continues to focus on sustainability for the sake of the planet, our definition of environmental sustainability is moving beyond flora and fauna to include the humans in the ecosystem as well. And there is no better front line than the buildings where we spend most of our time. In the coming year, buildings will no longer be considered green if they only do less harm. More of the places where we live, work and learn will begin to actively and intentionally protect and restore our health.

Jardins Verticais: Vantagens e Aplicações

Originalmente publicado em SustentArqui - http://sustentarqui.com.br/dicas/jardins-verticais-vantagens-e-aplicacoes/

Compartilho aqui interessante artigo de uma ex-aluna do MBA em Construções Sustentáveis, Cristiane Nunes, sobre Jardins Verticais.

O que é um Jardim Vertical?

Também conhecido como parede verde, o jardim vertical é uma intervenção paisagística em paredes externas e/ou internas dos edifícios, que são cobertas por vegetação através de técnicas especializadas . Patrick Blanc esse é o nome do botânico francês responsável por modernizar e popularizar o jardim vertical, criado pelo seu professor Stanley White Hart em 1938. “As cidades estão cada vez mais verticais, daí a ideia de criar jardins antigravitacionais”, diz Blanc.

O uso da vegetação é uma das opções para que as construções tornem menos agressivas ao meio ambiente, se tratando de um elemento natural, gera benefícios ao local amenizando a radiação solar, graças ao sombreamento de galhos e folhas, através da fotossíntese elas ajudam a filtrar e descontaminar o ar, além de que estar próximo a uma parede verde proporciona sensação agradável, aproximando o contato com a natureza.

10 vantagens dos jardins verticais:

1. Isolamento térmico – protege contra as altas temperatura no verão e ajuda a manter a temperatura interna no inverno.

2. Redução de gastos energéticos – melhora a eficiência energética do edifício, devido à redução da temperatura no ambiente interno, diminuindo a necessidade de refrigeração.

3. Redução de ruídos externos – a vegetação absorve e isola ruídos.

4. Protege a fachada – cubrir uma superfície exterior com vegetação forma um escudo contra a chuva, o vento e os danos da radiação UV, aumentando assim a sua vida útil.

5. Baixa manutenção, a rega pode ser automatizada.

6. Diminui a poluição e melhora a qualidade do ar – A vegetação absorve as substâncias tóxicas e a libera oxigênio na atmosfera.

7. Ajuda a combater o efeito de Ilhas de Calor nas grandes cidades

8. Maior retenção da água das chuvas – A vegetação auxilia na drenagem da água da chuva, reduzindo assim a necessidade de escoamento de água e de sistemas de esgoto e ainda filtra a poluição dessas águas.

9. Embeleza e valoriza os centros urbanos e a edificação.

10. Contribuem para o aumento da biodiversidade, atraindo pássaros, borboletas entre outros.




Podem ser aplicado em vários métodos, seja com blocos cerâmicos, em elementos nas fachadas, no próprio concreto, em elementos metálicos. Vejamos a seguir diferentes tipos de aplicação dos jardins verticais:

PAREDES: Na arquitetura bioclimática, estas superfícies vegetais tem uma vantagem sobre outros revestimentos, pois podem aumentar a espessura da parede, o que dificulta a fuga e a entrada de calor. Neste tipo de instalação a vegetação pode ser trepadeiras que pregam naturalmente na parede ou vegetação instalada diretamente na parede coberta com uma placa de feltro ou fibra natural, a fim de fixar suas raízes, como na imagem apresentada do shopping Metropolitano no Rio de Janeiro.

SUPORTES: Na imagem apresentada é uma empena de um edifício em Barcelona onde a vegetação esta em um suporte instalado distante da parede, criando um colchão de ar, onde a incidência solar é barrada na vegetação, ocasionando um conforto térmico apropriado, tanto no inverno como no verão. Suportes para propiciar o desenvolvimento da vegetação é o mais comum. Estas treliças podem ser feitas de madeira, ferro batido, estruturas de alumínio, plástico. Também pode ser usadas buchas com parafusos e um cabo de aço esticado pode propiciar suporte, pois são afastados da superfície da parede, melhora a circulação de ar e não mancha a parede.

TRELIÇAS: O valor estético é de grande valia, pois temos uma fachada viva sem desgastes do tempo, que não apresenta bolhas, rachaduras e outras patologias. A simples manutenção, que pode ser mensalmente uma poda, obtemos uma fachada contemporânea de alto valor bioclimático para a arquitetura, é o caso do edifico Consórcio em Santiago no Chile, que possui treliças sobre jardineiras.

DIVISÓRIAS INTERNAS: Esse tipo de jardinagem utiliza plantas que não possua manutenção. A maior parte das plantas de pequeno porte, com pequenas raízes, pode ser utilizada nos jardins verticais como divisórias ou decoração de ambientes, desde que eles sejam instalados em locais de acordo com suas características. Lembre-se sempre de consultar um especialista para verificar as condições de luminosidade, ventilação, incidência do sol, umidade, o substrato para plantio e principalmente quais espécies são mais adequadas ao seu projeto. Usar espécies que combinem umas as outras é o mais adequado.

Artigo enviado pela Arquiteta Cristiane Nunes – MBA em Construções Sustentáveis pelo Inbec e Mestre em Arquitetura Sustentável pela Universitat Ramon Llull (Barcelona-Espanha).

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Seminário gratuito sobre a certificação WELL - Terça, 29/01, 15 h. (Brasília)

Caros, Indico e recomendo aos colegas o seminário abaixo, sobre a nova certificação de empreendimentos WELL.


Pesquisa aponta satisfação de usuários de edificações sustentáveis

Publicado originalmente no Portal Vanzolini, em 15/01/2016

A cultura da sustentabilidade na construção no Brasil chega a novo estágio e começa a mostrar resultados positivos para a sociedade.  A Odebrecht Realizações realizou pesquisa de pós-ocupação com os moradores do Park One Ibirapuera – primeiro edifício residencial sustentável entregue aos usuários e certificado pela Fundação Vanzolini, como AQUA-HQE (Alta Qualidade Ambiental) – e os resultados mostraram que a percepção de qualidade integrada ao empreendimento é cada vez mais forte nos usuários finais.


100% dos moradores do Park One Ibirapuera
afirmaram que a certificação AQUA-HQE
 agrega valor ao empreendimento
 
O edifício conta hoje com 95,2% das unidades comercializadas e 38% dos moradores entendem como fundamental a importância da edificação ter sido certificada como AQUA-HQE. Já 61,9% entendem a certificação como um diferencial para o empreendimento.
93,2% dos investidores que adquiriram os apartamentos o fizeram, entre outros motivos, por entender que a certificação AQUA-HQE é essencial ou representa um diferencial para o prédio em relação aos demais no mercado. E 100% dos usuários afirmaram que essa certificação agrega valor ao empreendimento.

A pesquisa perguntou quais tecnologias ambientais os usuários acham que deveriam ser incorporadas em outros empreendimentos residenciais, e 30% afirmaram que o reuso de água cinza nas áreas comuns é a solução mais importante; a captação e o reuso de água da chuva e a captação e a geração de energia solar tiveram 25% das escolhas cada uma; o aproveitamento de recursos naturais para barateamento de contas teve a escolha de 15%; e 5% ressaltaram a importância da sustentabilidade do edifício como um todo.

De acordo com Amélia Caetano, subsíndica do Park One, os benefícios são sentidos no bolso. “O aquecimento da piscina, estimado em R$ 7.000, caiu para R$ 3.000 com o sistema solar”.

O edifício foi entregue aos moradores em 2014 e, entre as soluções de sustentabilidade, possui janelas amplas, que favorecem a iluminação e ventilação natural; emprego de sistema de reuso de águas cinzas nas áreas comuns; locais internos para triagem e armazenamento de resíduos; e projeto luminotécnico, que visa a otimização da energia consumida.

Além disso ,o edifício possui piso drenante no Port Cochere do empreendimento, o que permite que as águas pluviais infiltrem naturalmente no solo. O projeto, que contou com a consultoria de Inovatech Engenharia, atendeu aos 14 critérios da certificação AQUA-HQE, que vão desde a relação do edifício com o entorno durante o processo construtivo, passando pela gestão eficiente da água e energia, até o conforto acústico e olfativo dos moradores.

Ficha Técnica
  • Nome: Park One Ibirapuera
  • Localização: Rua Said Aiach, 277– São Paulo – SP
  • Construção: Odebrecht Realizações
  • Incorporação: Odebrecht Realizações
  • Comercialização: Lopes
  • Tipo: Residencial
  • Categoria: Alto Padrão
  • Área do terreno: 284,69 m²
  • Projeto de arquitetura: Jonas Birger Arquitetura
  • Projeto de paisagismo: Benedito Abbud
  • Design de interiores: Patrícia Anastassiadis
  • Apresentação: uma torre composta de térreo, 25 pavimentos, apartamentos com 4 dormitórios ou 3 suítes;
  • Total de unidades: 50 unidades; duas por andar
  • Opções na planta: 171 m², quatro quartos com duas suítes, ou com três suítes e sala ampliada, e três vagas na garagem; cobertura com 296m², quatro suítes e quatro vagas na garagem.
  • Valor da unidade tipo: R$ 2,00 milhões aprox.
  • VGV: R$ 100 milhões
  • Itens de lazer: quadra de tênis oficial, piscina coberta aquecida (com raias de 25 m), sauna, sala de massagem, piscina infantil, piscina adulto com deck molhado -e spa na água, lounge lareira, play aventura, pet place, academia, espaço gourmet, salão de festas, brinquedoteca, churrasqueira.
  • Diferencial:  academia desenvolvida em parceria com a Assessoria Esportiva  Marcos Paulo Reis (MPR)
  • Valor do metro quadrado: R$ 11.700 mil
  • Lançamento: setembro de 2011
  • Previsão de início de obras: março de 2012
  • Data de entrega: abril de 2014

sábado, 16 de janeiro de 2016

Etiquetagem de edifícios: prédio com etiqueta A reduz consumo de energia em mais de 30%

Originalmente publicado em  em Outubro 2015

Programa Brasileiro de Etiquetagem, que concede a Etiqueta de Eficiência Energética, já popular no mercado consumidor de eletrodomésticos e lâmpadas, também prevê a certificação de edifícios comerciais e residenciais. Para construções, no entanto, o processo é pouco conhecido e praticado. Em Pernambuco, apenas a Arena Itaipava consta na lista de etiquetados. No caso do estádio, foi averiguado o projeto, que recebeu A. É a Celpe quem faz a avaliação, que pode ser do projeto, do prédio já construído ou de ambos, conforme a solicitação do construtor. Já o Inmetro e o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) emitem a etiqueta

“O consumidor não demanda isso às construtoras, que teriam muito o que pensar. Quando o consumidor não demanda, a construtora não oferta”, expõe a gerente de Eficiência Energética da Celpe, Ana Mascarenhas, 
sobre a falta de prédios com selo. Similar ao que ocorre com eletrodomésticos e lâmpadas, adquirir, por exemplo, um apartamento num prédio com etiqueta A seria garantia de uma redução superior a 30% no consumo energético da residência.

No caso dos prédios comerciais, são estudados a envoltória (a cobertura e a fachada), a iluminação (qual o tipo da lâmpada?) e o sistema de condicionamento de ar. São feitos cálculos a partir de informações que levam em conta inclusive o material utilizado na construção. Vidro, por exemplo, tão em alta nos projetos recentes de empresariais, é material que impulsiona o uso do ar-condicionado, porque esquenta e o aparelho tem de trabalhar mais, para retirar o calor do ambiente. Ana Mascarenhas alerta que mesmo os vidros com baixo fator solar elevam o consumo. “O problema é que [na arquitetura] a gente copia modelos de países frios, que estão acima da Linha do Equador. Tem que pensar no conforto interno”.
Vidros e concreto armado impulsionam o consumo do
sistema de ar-condicionado
Em se tratando de residenciais, são levadas em conta a cobertura e fachada (envoltória) mais os projetos de ventilação e iluminação naturais de todo o prédio, inclusive das áreas comuns, como salão de festas. A nota, logo, é dada pelo prédio, e não por apartamento. Ana orienta: “Tem que pensar em materiais que tenham uma transmitância térmica baixa. Quanto mais compacto o material, mais calor passa. É o caso do concreto armado. As moléculas estão tão próximas que a parte de fora, quando esquenta, passa mais rápido para a parte de dentro. O concreto armado é um grande inimigo da arquitetura tropical. Melhor o bloco de quatro, seis, furos. Ele diminui a carga de calor, que se dissipa e passa lentamente”.
A especialista em energia eficiente credita à valorização das formas, ao invés da função, o grande responsável por construções naturalmente desconfortáveis que necessitam de artifícios que exigem custos. “O prédio pode ser lindíssimo, mas se for desconfortável, não adianta. As pessoas focam muito na forma, mas esquecem da função. Coloca-se um ar-condicionado e está tudo resolvido… sendo que tem um custo bastante alto. Ele é o vilão das nossas contas e um consumo que a pessoa vai ter durante toda a vida”, defende ela, que relembra modelos da arquitetura de décadas passadas, como o pé-direito alto e as janelas com venezianas, como ideais para o Nordeste. “A gente não tem esses artifícios simplesmente porque saíram de moda”, conclui.
O pé-direito alto e o aproveitamento da iluminação natural aparecem nesse projeto moderno

Projetos arquitetônicos investem em eficiência energética

Originalmente publicado em www.ambienteenergia.com.br

A chegada do verão, com previsão de altas temperaturas, volta a atrair a atenção do mercado da construção para a importância de projetos arquitetônicos que garantam maior conforto térmico, simultaneamente à redução do consumo de energia, incorporando a eficiência energética aos projetos. Os recursos disponíveis se ampliam de forma crescente, com novas tecnologias ou ideias. O arquiteto Marcio Gifford, do escritório Gifford Arquitetos, destaca algumas sugestões que podem tornar o calor mais ameno nas residências.
Com excelente resultado em termos de conforto térmico, impacto visual e aproveitamento do espaço, a instalação de coberturas verdes, sobre as lajes dos telhados, é um recurso que reúne uma série de benefícios. “Esse tipo de cobertura reduz a temperatura em torno de dois ou três graus e permite a instalação de um espaço verde e de lazer na cobertura da residência, ampliando a área útil do imóvel”, destaca Marcio Gifford, que desenvolveu um projeto residencial nesses moldes, na cidade de Araras – região de elevadas temperaturas no decorrer do ano (foto ao lado) -, com projeto paisagístico do escritório de paisagismo Alex Hanazaki.

Na cobertura verde, o dono da residência pode instalar o projeto paisagístico que mais lhe agradar – desde que observe a exigência de plantas com raízes menos profundas, como arbustos, flores ou algumas árvores de pequeno porte -, além de colocar bancos e cadeiras. Gifford apenas alerta sobre a importância de se fazer o tratamento de impermeabilização da laje, com a posterior instalação de manta bidin e argila expandida, antes da terra e vegetação.

Outro recurso para garantir uma temperatura interna mais amena são as telhas térmicas, também chamadas de “telhas sanduíche”, que chegam a bloquear até 95% do calor e do frio e são compostas por uma telha comum, por material de propriedade térmica e acústica e pelo material de acabamento.

“O uso das telhas térmicas, antes restritas às edificações comerciais e industriais, vem se ampliando em residências, porque asseguram um excelente isolamento térmico e também acústico, são de fácil instalação, têm um custo de manutenção baixo e preços atrativos”, observa o sócio do escritório Gifford Arquitetos, que também utilizou este recurso no projeto em Araras.

As telhas térmicas têm a vantagem de permitir um alto nível de customização, com opções diferentes de matéria-prima (aço galvanizado, aço galvalume ou aço pré-pintado), espessura, tamanho, acabamento e cor – podendo inclusive ser usada como forro. Há inclusive produtos que se assemelham às telhas convencionais de barro.

Outro recurso importante para garantir o conforto térmico é a utilização de vidros de controle solar. Embora sejam mais frequente em projetos corporativos e edifícios comerciais, também começam a conquistar a preferência dos donos de residências, devido às inúmeras vantagens em termos de economia de energia e redução do calor do sol, sem prejuízo da claridade, e por seu impacto visual interessante, dando uma característica mais contemporânea aos projetos.

Uma opção mais em conta, segundo Gifford, para quem não quer investir nos vidros de controle solar, é a instalação de películas adesivas, que também reduzem a entrada do sol.
Também o tipo de lâmpadas utilizado faz uma grande diferença em termos da temperatura do ambiente. As lâmpadas de LED são recomendadas, sob esse aspecto, por gerarem menos calor, além de ter a vantagem de economizar energia.

“Todos os recursos que asseguram uma temperatura mais amena no interior do ambiente contribuem também para reduzir a utilização de ar condicionado ou mesmo de ventiladores no verão, contribuindo para poupar energia”, completa ele.
Fonte: GPCOM

Meus comentários: 
Com a adoção de uma certificação, como o Referencial GBC Brasil Casa, várias medidas, como estas comentadas neste artigo, contribuem para a elevação do desempenho ambiental, do conforto dos usuários e da eficiência no uso da energia e da água nas residências. Incorporadores, construtores, projetistas e proprietários devem se informar a respeito, procurar um especialista na área, para viabilizar a implantação destas medidas, muitas das quais simples e baratas, mas de efeitos muito relevantes.
Na EcoBuilding Consultoria, temos atuado na certificação de casas e prédios residenciais, com resultados muito bons, a custos acessíveis. Consulte-nos: www.ecobuilding.com.br.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Infográfico: O Negócio da Construção Sustentável / The Business of Green Buildings

Reproduzo a seguir um interessante infográfico que resume muito que tenho falado sobre a construção sustentável:

An infographic on green building principles, benefits, as well as recent industry statistics on business drivers and predictions for future growth:

From husspost.com

Em tempo:
Para saber mais e se aprofundar no tema da Construção Sustentável, indico o EcoBuilding Fórum - Educação à Distância para a Sustentabilidade
e o curso online:


Mais informações e inscrições:


Programação de Cursos EcoBuilding 2016

Estão abertas as inscrições para as primeiras turmas de Cursos EcoBuilding de 2016.
Para mais informações sobre a programação completa e inscrições, favor acessar o link da imagem abaixo.


sábado, 19 de dezembro de 2015

Residencial Double, certificado AQUA-HQE com consultoria EcoBuilding, é premiado pela Ademi-AL

Compartilho, com satisfação, que o projeto do empreendimento Residencial Double, da V2 Incorporações, de Maceió, certificado AQUA-HQE nas fases de Pré-Projeto e Projeto pela Fundação Vanzolini, com consultoria de sustentabilidade da EcoBuilding, recebeu o Prêmio Master 2015 da Ademi-AL para os melhores empreendimento do Estado, na categoria Eficiência Energética.

O empreendimento é o primeiro do Estado de Alagoas a buscar a certificação AQUA-HQE e contará com uma série de estratégias de sustentabilidade, não apenas para uso eficiente de energia, mas também redução do consumo de água, gestão de resíduos, qualidade dos ambientes e conforto dos usuários, além de iniciativas de inclusão social previstas para a fase de obras do empreendimento.

Eng. Ronald Vasco recebe prêmio da Ademi-AL
Parabenizo a todos os envolvidos, em especial as equipes de projetos e gestão da V2, que afirma assim sua liderança de mercado e também a nossa equipe de consultores EcoBuilding em Maceió e em São Paulo, todos comprometidos de fato em alcançar os melhores resultados possíveis.

A seguir compartilho algumas notas de imprensa sobre o empreendimento e o certificado AQUA-HQE da Fundação Vanzolini, que destaca os itens e estratégias de sustentabilidade previstas para o empreendimento. 

Ficamos muitos satisfeitos em fazer parte deste time e em poder colaborar com mais esta importante iniciativa em favor da Construção Sustentável.




 

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Conheça as vantagens de utilizar a energia solar para aquecer água

Da Redação - Correio da Bahia, publicado em 24/11/2015

Economia gerada por um Sistema de Aquecimento Solar Térmico (SAS) pode chegar a 50%.


A luz do sol já mostrou que é capaz de ajudar a gerar economia de energia com a iluminação de ambientes, a partir do aproveitamento da iluminação natural por portas, janelas, vitrais etc. Mas também é possível economizar usando a luz solar para outros fins. O aquecimento de água, por meio da instalação de um Sistema de Aquecimento Solar Térmico (SAS), é um deles.
O princípio é simples: para que o sistema funcione, são instaladas placas metálicas no telhado das construções, também conhecidas como coletores solares, além de um reservatório térmico, chamado de Boiler. Na prática, as placas captam a radiação solar e transferem o calor para a água que circula dentro da tubulação de cobre do Boiler.

Dentro desse reservatório, a água é mantida aquecida, o que possibilita que ela seja usada posteriormente. Para que o reservatório seja mantido sempre cheio, ele é alimentado para água fria da caixa d’água do imóvel. Também é possível ter reservatórios de várias capacidades, indo de apenas 100 litros – o equivalente a cinco garrafões daqueles de água mineral – até cerca de 20 mil litros – o mesmo que 20 piscinas plásticas infantis cheias. 
Segundo dados levantados pela Eletrobras, o chuveiro elétrico responde por 7% de toda a energia elétrica produzida no país, mas representa, em média, 40% de toda a energia consumida nas residências brasileiras. Utilizando o chuveiro elétrico, uma família e cinco pessoas no Brasil gasta cerca de 3.240 kWh por ano. Aquecendo a água com energia solar, o consumo cai para 2.400 kWh/ano.De acordo com dados do Departamento Nacional de Aquecimento Solar (Dasol), ligado à Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), cada metro quadrado de coletor solar instalado em determinado imóvel e usado durante um ano equivale a 56 metros quadrados de áreas inundadas para usinas hidrelétricas, 215 quilos de lenha, 66 litros de diesel e 55 quilos de gás.
A economia gerada pela instalação do SAS, segundo o Dasol, pode chegar a 50% na conta de energia elétrica. O investimento em um aquecedor compacto de 200 litros é de cerca de R$ 5 mil e, com a economia gerada, o retono vem em até 24 meses. Em compensação, o sistema tem uma vida útil de 15 a 20 anos, em média. Segundo a Abrava, este mesmo aquecedor gera uma economia de cerca de R$ 840 ao ano.

Outra vantagem do SAS é que a tecnologia é viável em todo o território brasileiro, por conta das condições climáticas. Isso também é possível porque, segundo informações publicadas pelo Atlas da Energia Solar, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), um aquecedor solar precisa de uma temperatura relativamente baixa – inferir a 100ºC – para aquecer a água.
Além do SAS, outra possibilidade, mais moderna, é o Sistema de Aquecimento Solar Híbrido, que não possui um sistema auxiliar, como o elétrico ou a gás. Ou seja, quando o dia não é quente o suficiente, o chuveiro elétrico liga a resistência. Já quando os raios solares estão mais fortes, a resistência do chuveiro é desligada, o que faz com que se gaste e polua menos do que nos sistemas convencionais.
Segundo simulação feita pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) nacional, o uso de um aquecedor solar híbrido em uma residência no lugar do chuveiro elétrico gera um economia de 33 kWh por mês, o que significa uma queda de 19% no consumo médio mensal de energia elétrica.
Além de reduzir o valor da conta de energia, o aquecimento da água por meio de energia solar significa menos gastos com geração de energia elétrica e menos poluição, já que a emissão de gases poluentes, como o CO2, passa a ser menor.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Construções eficientes: etiquetagem

Da Redação - Correio da Bahia, publicado em 29/10/2015

Selo Procel Edifica classifica prédios de acordo com o nível de eficiência energética; tabela vai de A a E e economia pode chegar a 30%


O Selo Procel é um indicativo de eficiência energética em eletrodomésticos já bastante conhecido e respeitado nacionalmente. Mas o que talvez você não saiba é que o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – o Procel – também atesta a eficiência de edificações. O Procel Edifica foi um programa instituído em 2003 pela Eletrobras e que hoje, somado ao Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) deu origem ao PBE Edifica.
Por que é importante que um prédio também seja eficiente? Um estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Eficiência Energética em Edificações (CB3E), afirma que um prédio público de nível A de eficiência consegue economizar até 30% de energia em relação ao mesmo prédio de nível D. No caso dos prédios, a eficiência também é medida por letras – que vão de A, sendo a mais eficiente, até E – a menos eficiente.
De acordo com o PBE, a partir desse tipo de etiquetagem é possível “informar o nível de eficiência energética das edificações, reduzir o consumo de energia, aprimorar o conforto térmico, incentivar as inovações tecnológicas eficientes e garantir edificações energeticamente mais eficientes”.
Hoje, o PBE Edifica faz a etiquetagem em prédios comerciais e de serviços, edificações públicas e construções residenciais, com itens diferentes a serem observados. No caso dos prédios comerciais, é avaliada a envoltória – que controla as condições ambientais dentro do edifício –, a iluminação e o condicionamento de ar. Já nas construções residenciais, a etiqueta também leva em consideração, além da envoltória e da iluminação, o sistema de aquecimento de água, de elevadores e até mesmo de bombas centrífugas.
Desde agosto de 2015, a etiquetagem passou a ser obrigatória em todos os prédios da administração pública direta federal, além de autarquias e fundações, como hospitais, postos de saúde, clínicas, escolas, museus e centros de pesquisa e edifícios administrativos.
A Instrução Normativa 2/2014, que estabeleceu a regra, diz que precisam ser etiquetados todos os prédios construídos ou adaptados com recursos públicos federais, com área construída superior a 500m². A partir da data da publicação da Instrução, todos os novos prédios públicos federais já deverão ser construídos de forma que se encaixem nos critérios de eficiência nível A.
Para quem quer obter a etiqueta em uma construção, é importante saber que a certificação acontece em dois momentos: na fase de projeto e após a construção do edifício, sendo que, depois de pronto, a avaliação precisa ser feita in loco. É neste momento que a etiqueta é emitida.
Para solicitar a etiqueta, é preciso contratar um Organismo de Inspeção Acreditado (OIA) – cuja lista pode ser consultada no site do Instituto Brasileiro de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). O custo do processo de varia em função da área construída.
No site do Inmetro também dá para conferir quais os prédios que já foram etiquetados e qual o nível de eficiência energética deles. Em Salvador, prédios como o Hotel Ibis Aeroporto Hangar, o Salvador Norte Shopping, a agência da Caixa Econômica Federal de Cajazeiras e o prédio da Petrobras, no Itaigara, já têm a etiqueta. Nos dados divulgados pelo Inmetro, ainda não há nenhuma edificação residencial na Bahia que tenha recebido a Etiqueta de Eficiência Energética.
Quando a edificação recebe a classificação A na envoltória, A na iluminação e A no ar condicionado, ela recebe o Selo Procel de edificações mais eficientes.
Meu comentário: Na EcoBuilding, trabalhamos com consultorias para etiquetagem de empreendimentos, com aplicação da etiqueta PBE Edifica e inclusive contamos com consultor local em Salvador, dentre outras capitais. Consulte-nos.

3 projetos verdes indicam as principais tendências da arquitetura sustentável

Por Mariana Barros, para Veja.com, em 19/11/2015

Intervenção em prédio corporativo, casa no litoral e outra na cidade grande destacam preocupação ambiental

Casa com horta e telhado gramado projetada
pelo escritório AMZ Arquitetos

Com a escassez de recursos, especialmente energia e água, e a crescente preocupação com o aumento da temperatura global, a arquitetura se apresenta como uma frente de propostas para vivermos melhor nas próximas décadas. Já estamos perto do dia em que projeto verde será uma redundância. Mas, enquanto esse momento não chega, conheça o que tem sido pensado por arquitetos e ambientalistas para reduzir impactos e buscar qualidade de vida para as próximas gerações.

Residência em São Paulo, AMZ Arquitetos

A casa desenhada pelo escritório AMZ Arquitetos e que está sendo construída no bairro de Alto de Pinheiros atualiza o conceito de chácara e ainda o insere no meio da cidade grande. O projeto traz uma solução inovadora ao transformar o telhado em um enorme gramado com acesso por rampa. Isso permite multiplicar a área permeável e proporcionar conforto térmico. Há espaço até para horta, localizada sobre o bloco de serviços. Painéis foto voltaicos geram energia elétrica, enquanto um sistema solar garante o aquecimento da água. “A construção respeita a topografia original do terreno, que significa menor movimentação de terra”, diz Pablo Alvarenga, um dos sócios do escritório ao lado de Manoel Maia e Adriana Zampieri. Ventilação cruzada e iluminação natural ajudam a reduzir a dependência energética.



Imagem do projeto do arquiteto David Ito 
no condomínio Recanto, em Ubatuba, no litoral paulista
Residência no litoral
Por David Ito

O arquiteto paulista David Ito realizou um feito ao vencer o International Property Awards, premiação realizada em Londres, com seu projeto L23, construído em Ubatuba, no litoral paulista. A região, bastante chuvosa, o fez criar sistemas de aproveitamento de água e também de ventilação natural que oferecesse conforto térmico. Seu novo projeto é novamente localizado em Ubatuba, no condomínio que está sendo construído pela Bio Empreendimentos e batizado de Recanto. O desenho tem a preocupação de interferir o mínimo possível no terreno e de se fazer valer do sol e do vento para reduzir o gasto energético. Haverá captação de água da chuva, aquecimento solar e mecanismos para garantir baixa manutenção. A casa, de 130 metros quadrados em um terreno de 420 metros quadrados, servirá de referência para as próximas construções. Futuros moradores receberão um guia de construção sustentável e informações sobre a estação de triagem de recicláveis e compostagem coletivas.


Edifício do Citibank Brasil na Avenida Paulista,
em São Paulo
Corporativo
Por Ricardo Cardim/SkyGarden Envec

A parede verde do edifício do Citibank, na Avenida Paulista, em São Paulo, recebeu revestimento de 90 metros quadrados. “Foi um desafio por causa da luminosidade baixa, o que nos levou a escolher uma vegetação acostumada ao chão de floresta e que recebe pouca luz”, explica Ricardo Cardim, diretor da empresa SkyGarden Envec de paisagismo sustentável. A parede utiliza um tipo de terra não estraga e pode se manter estável por mais de vinte anos, sem que a vegetação tenha de ser trocada.

A irrigação é automatizada e feita por gotejamento, na hora de menor evaporação do dia, para economizar o máximo possível de água. Por outro lado, a água usada pelas plantas retorna através da transpiração vegetal, umidificando o ar, reduzindo a temperatura local e amortecendo o barulho. Também foi planejada para servir de abrigo a pássaros. “Nosso sonho é replicar o que foi feito lá em outros prédios da Avenida Paulista, que, embora seja um cartão postal cidade, é uma ilha de calor pela falta de verde”, diz Cardim. O Citibank planeja replicar o projeto na face que dá para os fundos do edifício.

Meu comentário: Na EcoBuilding, trabalhamos com consultorias para certificação de casas sustentáveis, com aplicação do Referencial GBC Brasil Casa, desenvolvido especificamente para residências e condomínios brasileiros. Consulte-nos.


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Soluções inovadoras reduzem poluição e aumentam eficiência de prédios

Por Paula Moura, para o UOL, em São Paulo (SP), 14/07/2015

A luta contra a poluição nas grandes cidades conta com a tecnologia em diversos aspectos, mas, recentemente, inovações na área de arquitetura vêm ampliando essa participação. Há alguns anos, quem imaginaria um prédio cuja fachada absorve a poluição? O projeto é do escritório de arquitetura Elegant Embelishments, que fica em Berlim, capital da Alemanha e já foi implantado em um hospital no México. O escritório agora estuda baratear a cobertura que absorve a poluição das fachadas, que ainda custa cerca de 330 euros por metro quadrado.


Torre de Especialidades, na Cidade do México, com fachada revestida de dióxido de titânio, que absorve a poluição. O projeto é do escritório de arquitetura Elegant Embelishments, que fica em Berlim, na Alemanha

Segundo Schwaag, ainda não foi possível medir cientificamente o quanto o prédio consegue afetar o ambiente ao redor do prédio. "Os fatores que influenciam os resultados não são possíveis de serem controlados. Direção do vento, nível de poluição e de luz estão sempre mudando", diz. "O que podemos fazer é provar a atividade da fachada, que testes de laboratório provaram uma redução de 70% das taxas (de dióxido de carbono) em condições favoráveis de vento".



A forma da fachada foi inspirada em corais marinhos e é revestida com dióxido de titânio, um pigmento que age como catalisador de reações químicas quando ativado pela luz do sol. Quando os raios UV atingem o material, a reação converte monóxidos de nitrogênio, ou seja, um dos componentes da fumaça, em substâncias menos agressivas como o nitrato de cálcio e água e outras não tão desejáveis como o dióxido de carbono

"A fachada funciona como proteção contra a luz do sol e como fotocatalisador", explica Daniel Schwaag, um dos diretores do escritório. A forma foi inspirada em corais marinhos e é revestida com dióxido de titânio, um pigmento que age como catalisador de reações químicas quando ativado pela luz do sol. Quando os raios UV atingem o material, a reação converte monóxidos de nitrogênio, ou seja, um dos componentes da fumaça, em substâncias menos agressivas como o nitrato de cálcio e água e outras não tão desejáveis como o dióxido de carbono.

No Brasil

A variedade de materiais utilizados para evitar gastos energéticos e contra a poluição é bem grande. Para evitar o efeito ilha de calor nos prédios e a proliferação de fungos e bactérias, por exemplo, foram criadas tintas que refletem radiação e evitam o calor dentro dos prédios, além de serem autolimpantes e antifungo. "Tínhamos brancas, mas agora foram desenvolvidas pigmentações coloridas também", conta Felipe Faria, diretor do Green Building Brasil.

A organização segue parâmetros internacionais de certificação levando em conta a sustentabilidade das edificações comerciais, residenciais e públicas, oferecendo diretrizes sobre o aumento da eficiência energética, racionalização do uso da água, produção de energia renovável e uso de material de baixo impacto não apenas ecológico, mas também social. São 252 prédios certificados e 997 registrados no país, que fica atrás apenas de Estados Unidos e China no ranking de 143 países.

Faria cita que as tecnologias vão desde aproveitar a ventilação natural de um prédio ao uso de vidros que filtram calor, sistema inteligente de gerenciamento de água, ares condicionados com qualidade controlada por computadores, irrigação por gotejamento diretamente na raiz das plantas para evitar evaporação, e, é claro, uso da fotocatálise de várias formas, inclusive para limpar o ar condicionado."O estádio Mané Garrincha, por exemplo, tem uma cobertura autolimpante que sequestra CO2", lembra.

O bom e velho verde

Essas tecnologias conversam também com a boa e velha alternativa: mais verde na cidade. Além de sequestrarem dióxido de carbono do ar, as árvores ajudam a absorver água das chuvas, ajudando a conter enchentes, e elevam a umidade do ar, ajudando contra a formação de ilhas de calor. O telhado verde, que já virou lei para edifícios em Recife neste ano, consegue melhorar a temperatura dentro e fora do prédio. Em nível nacional, ainda está para ser votada uma lei federal sobre o assunto.

Entre 2012 e 2013, o geógrafo Humberto Catuzzo mediu a temperatura em dois prédios no meio da ilha de calor de São Paulo por um ano e 11 dias a cada dez minutos. No Edifício Matarazzo, sede da prefeitura, onde há telhado verde, a temperatura chegou a ser cinco graus mais baixa do que no Edifício Mercantil/Finasa, sem cobertura verde. Além disso, a umidade no prédio da prefeitura foi 16% mais alta.

"Houve redução de gasto de energia internamente, pois, no verão, fica mais fresco, e, no inverno, mais quente dentro do prédio", explica o professor. "A cidade de Chicago é um exemplo da aplicação dos telhados verdes e estudos mostram que há redução de gasto de energia com ar condicionado".  Em março, a prefeitura de São Paulo incluiu fachadas e telhados verdes como possibilidade de compensação ambiental.