quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Investimento em tecnologias verdes em um imóvel pode ser recuperado em até 4 anos


Investimento em tecnologias verdes em um imóvel pode ser recuperado em até 4 anos
por Fernanda Dalla Costa — Publicado em 21/07/2009 em Revista Sustentabildade

O custo adicional de construção de edifícios com tecnologias de baixo impacto ambiental e eficiência energética, estimados entre 3% a 7% do valor de uma obra convencional, pode ser recuperado em três a quatro anos por meio de economia nas contas de luz, de água e condomínio, disse o Nelson Faversani Jr, gerente de obras da incorporadora Tishman Speyer Properties, no Fórum Ecotech.

"O investimento tem que se pagar por economia ou pela sua estratégia nos negócios", disse.
Segundo Faversani, estudos comparativos feitos pela própria empresa, a aplicação de tecnologias de preservação água reduz o custo de manutenção mensal de R$ 4,00/m2 para R$ 2,50/m2 e enquanto projetos de eficiência energética reduzem de R$ 6,40/m2 para R$ 3,50/m2 a conta de energia elétrica. Juntas, essas economias representam R$ 4,40/m2 ao mês a menos
que o usuário desembolsará.
O engenheiro calculou que o custo convencional de construção por metro quadrado de um edifício comercial de altíssimo padrão está cerca de R$ 3.700, incluindo o preço do terreno em São Paulo. Mas a inclusão de tecnologias que preservem o meio ambinete aumentam este custo uns 5% do valor da obra em média, ou seja, R$ 185,00/m2. Portanto a economia de R$ 4,40 por metor quadrado por mês pode ser recuperada em 42 meses, concluiu.

Estes cálculos, no entanto precisam estar evidentes para o comprador para diferenciar um projeto mais completo de outros que, segundo Faversani, que querem apenas fazer uma ação mercadológica.

Arq. Antonio Macêdo, Arq. Roberto Loeb e Eng. Nelson Faverani, durante os debates, no Forum EcoTech.
"Investir em publicidade de sustentabilidade é muito importante e as iniciativas que são só marketing confundem o cliente", disse.
Diante disso, ele enfatizou a importância da clareza e da transparência com relação aos dados de sustentabilidade na hora da negociação.

Assim, diversos aspectos devem ser apresentados, como a questão da durabilidade dos materiais, o fato de estar na vanguarda da nova revolução na construção, o fato de retardar a obsolescência dos edifícios, além da economia financeira e de recursos naturais na operação do edifício.

O melhor jeito, acrescentou o engenheiro, é argumentar em termos de economia total na manutenção do prédio, que é responśavel por cerca de 80% to custo no ciclo de vida de 50 anos de um imóvel. Os estudos comparativos entre edifícios convencionais e edifícios com as tecnologias novas mostraram que as economias em um prédio sustentável podem chegar a 30% na taxa de condomínio, 40% na conta de energia elétrica, 50% na conta de água e 30% na manutenção.

Para Faversani, o Brasil possui todas as técnicas necessárias para que essas reduções sejam efetivas nas construções, mas para isso o usuário deve estar sensibilizado e saber aproveitar ao máximo a tecnologia.

Entre as mais empregadas estão automação da iluminação, projeção que conta com elevadores e sistemas de ar condicionados de com sistemas de economia de energia, reuso de águas da chuva a cinzas, aproveitamento de água de condensação nas torres de resfriamento, metais e lavatórios com baixo aproveitamento de água, descargas com duplo disparo, sistemas de coleta seletiva e reciclagem além de um projeto que aproveite ao máximo as características físicas naturais do terreno.

"Os critérios de sustentabilidade dão o potencial ao edifício, mas não garantem que ele será sustentável ao longo de toda a sua vida útil, porque depende da educação do usuário", disse.
Assim, conclui que os melhores resultados no segmento são conseguidos quando além de uma qualidade do projeto e dos materiais, o cliente necessita ser conscientizado para aproveitar os recursos e as tecnologias sejam simples e de fácil manutenção.

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