quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Prédio de São Paulo é eleito um dos dez melhores do mundo


Publicado em InfoMoney em Outubro de 2012

O empreendimento Vitra, que deverá ser lançado em 2013, foi considerado o 6º melhor prédio do mundo, junto com outras metrópoles tradicionais em construir belas edificações

Por Heraldo Marqueti Soares 

SÃO PAULO - A construção na esquina das ruas Horácio Lafer e Lopes Neto, no Itaim Bibi nem ficou pronta e seu resultado já é reconhecido mundialmente. A revista norte-americana Worth listou o futuro edifício “Vitral” no ranking dos melhores prédios do mundo, na 6ª posição.
As práticas sustentáveis adotadas pelo projeto chamou a atenção dos especialistas no ranking. O projeto do prédio paulistano é do polonês Daniel Libeskind, responsável pela revitalização da área do “Marco Zero”, onde ficava o World Trade Center em Nova York.
Vitra edificio
Inclusive, é um edifício de Nova York que está no 1º lugar da pesquisa. O “One57” promete mudar a paisagem de Manhattan com seus 90 andares – o mais alto prédio residencial da metrópole norte-americana.

Confira a lista elaborada pela revista Worth:
Melhores prédios do mundo
       EdifícioCidade/País
* Worth Magazine
One57Nova York/EUA
One Hyde ParkLondres/Inglaterra
OpusHong Kong
Absolute TowersToronto/Canadá
HSB Turning TorsoMalmo/Suécia
VitraSão Paulo/Brasil
Linked HybridPequim/China
AquaChicago/EUA
Millennium TowerSão Francisco/EUA
10ºApogeeMiami/EUA
Vitra
O Vitra em São Paulo está na lista junto com construções de cidades já tradicionais em magníficos edifícios, incluindo Toronto, Londres, Hong Kong e Copenhagen.
O novo empreendimento do Itaim Bibi terá 18 andares e está sendo construído com sistema de reutilização de águas. Todas as suas unidades já foram vendidas por valores que oscilaram entre R$ 9 milhões e R$ 20 milhões.
Segundo a revista, o arquiteto polonês Libeskind afirmou que o projeto do Vitra foi inspirado nas belezas naturais brasileiras e na ambição de São Paulo em tornar-se a “Manhattan do século XXI”.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Novo urbanismo prega reciclar velhas estruturas com tecnologia


Publicado em Folha de São Paulo, Setembro de 2012.

Menos asfalto e mais silício. Urbanistas vêm resumindo dessa forma a solução para cidades caóticas --aplicar alta tecnologia e redes velozes de informação a tecidos urbanos já existentes.
Nomes como o chileno Alejandro Aravena, o italiano Carlo Ratti e os norte-americanos Tod Williams e Billie Tsien defendem que a cidade do futuro não terá uma cara diferente das do presente.
Juntos no Arq.Futuro --série de debates que acontecem na segunda (24) e na terça (25) em São Paulo--, esses arquitetos vislumbram cidades e construções simples aliadas a soluções de alta tecnologia.
"Muitas coisas sempre serão as mesmas, vamos sempre precisar de planos horizontais para ocupar a fachadas verticais que nos separam do espaço externo", diz Carlo Ratti, italiano que coordena o laboratório de urbanismo do Massachusetts Institute of Technology, nos EUA.
"Arquitetura é desenhar nossa interação com o mundo exterior. E a maneira como organizamos e acumulamos informação digital torna essa relação mais flexível."

É pensando nisso que Ratti está projetando agora um novo centro para Guadalajara, no México. Será uma cidade redesenhada com a ideia de que as pessoas vão poder trabalhar ao ar livre, ocupando os tradicionais pátios da arquitetura hispânica.
Na obra da dupla Tod Williams e Billie Tsien, a ideia de reaproveitar estruturas antigas e tramas urbanas estabelecidas também aparece.
Eles, que participam da atual Bienal de Arquitetura de Veneza, acabam de construir a sede da fundação Barnes, na Filadélfia, um museu privado aberto ao público.
No projeto, o edifício parece se mesclar ao resto dos prédios de um parque no centro da cidade, já que usa os mesmos materiais embora tenha tecnologia de ponta.
Em Mumbai, a dupla também constrói agora a sede de uma multinacional que terá elementos tradicionais da arquitetura indiana, como pisos e esquadrias de madeira feitos à mão por artesãos.
"Mesmo com elementos locais, nosso prédio na Índia não seria confundido com outro qualquer", diz Tsien. "Sendo estrangeiro, é possível ter um olhar mais fresco sobre as mesmas coisas."
Alejandro Aravena, que também está na Bienal de Veneza, teve uma experiência semelhante ao reconstruir duas cidades atingidas por terremotos no Chile.
"Se há um poder na arquitetura, é o poder de síntese", afirma. "A ideia é filtrar problemas complexos para oferecer soluções simples."

ARQ.FUTURO
QUANDO segunda (24) e terça (25), programação em arqfuturo.com.br
ONDE Auditório Ibirapuera (pq. Ibirapuera, portão 3)
QUANTO R$ 20

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Aerogerador brasileiro


Publicado em Ambiente Energia, Setembro de 2012 
Um aerogerador totalmente fabricado no Brasil está prestes a ter suas primeiras máquinas montadas, em Suape (PE). Trata-se de um projeto da Impsa Wind (multinacional argentina da área de produção de energia renovável), com financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) no total de R$ 100 milhões.
O aerogerador (gerador integrado ao eixo de um cata-vento, que converte energia eólica em energia elétrica) IWP-100 é único do gênero feito no País. O projeto começou em 2009 e foi totalmente desenvolvido no Brasil, incluindo o desenvolvimento da tecnologia básica e da estrutura tecnológica. O aerogerador tem capacidade de 2 MW, com rotor de 100 metros de diâmetro e pode operar com velocidades de ventos que variam de 4 até 22 metros por segundo. (Fonte: Finep)

Livro explica como elaborar sistemas de geração solar

Publicado em Ambiente Energia, Setembro de 2012

Com a publicação da resolução normativa 482/2012 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a micro e a minigeração podem ser utilizadas a partir de 2013 para compensar o consumo de energia elétrica domiciliar, trazendo descontos à conta de luz.  A publicação de Sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica chega, portanto, em momento oportuno, já que a demanda por profissionais capacitados para a instalação e configuração desses sistemas deve se acelerar nos próximos meses.
Primeiro livro de uma série de publicações da editora Oficina de Textos voltadas à energia solar, Sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica explica os principais parâmetros envolvidos no dimensionamento e na operação de geração fotovoltaica distribuída e interligada à rede elétrica. Esta aplicação, que já se tornou competitiva, pode ser empregada em residências, prédios públicos, estacionamentos, condomínios e diversas outras edificações com reconhecidas vantagens ambientais.
Voltado a engenheiros, técnicos e estudantes interessados na geração de energia por meio de fontes alternativas, o livro apresenta os conceitos básicos associados aos dispositivos de conversão fotovoltaica, ilustra uma nova configuração do setor elétrico em termos de geração distribuída de eletricidade utilizando energia solar e apresenta as figuras de mérito para avaliação do desempenho dessas instalações. Modelos matemáticos representativos das várias partes que constituem os sistemas fotovoltaicos em questão são também apresentados com o objetivo de auxiliar em análises operacionais e no seu dimensionamento.
A apresentação de instalações e configurações usuais desses sistemas, bem como exemplos de sistemas instalados no país e a avaliação de resultados operacionais complementam o conteúdo da obra. Os autores, Roberto Zilles, Wilson Negrão Macêdo, Marcos André Barros Galhardo e Sérgio Henrique Ferreira de Oliveira, dedicam-se há anos ao estudo desses sistemas e já desenvolveram diversos experimentos práticos, nos quais testaram as metodologias e os cálculos descritos na obra.
Os próximos títulos da série, dedicados à eletrificação rural e a sistemas de bombeamento utilizando energia solar, estão previstos para o próximo ano.
Sobre os autores: Roberto Zilles é doutor em Engenharia de Telecomunicações na especialidade de Sistemas Fotovoltaicos pela Universidad Politécnica de Madrid e livre docente na especialidade Energias Renováveis pela Universidade de São Paulo (USP). É professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE/USP) e coordenador da Ação de Coordenação para o Desenvolvimento e Difusão da Geração Distribuída com Sistemas Fotovoltaicos do Programa de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento, CYTED.
Wilson Negrão Macêdo é doutor em Energia pela Universidade de São Paulo, instituição onde trabalhou no período de 2002 a 2006, no Laboratório de Sistemas Fotovoltaicos.  Atualmente é professor do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) e pesquisador do Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Alternativas Energéticas da Universidade Federal do Pará (GEDAE/UFPA).
Marcos André Barros Galhardo é doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Pará (UFPA), universidade onde atualmente leciona e pesquisa, participando do GEDAE/UFPA. Sérgio Henrique Ferreira de Oliveira é doutor em Energia também pelo Programa Interunidades de Pós-Graduação da USP, tendo realizado parte da pesquisa do doutorado no Instituto de Energia Solar da Universidade Politécnica de Madri (IES/UPM). É professor da Universidade Federal do ABC, em Santo André, onde coordena o curso de Engenharia da Energia.
Ficha Técnica
Título: Sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica
Autores: Roberto Zilles, Wilson Negrão Macêdo, Marcos André Barros Galhardo, Sérgio Henrique Ferreira de Oliveira
Editora: Oficina de Textos
No. de páginas: 208
Formato: 21 x 28 cm
Preço: R$ 62,00
ISBN: 978-85-7975-052-6

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Palestra "Os melhores Green Buildings do Mundo"

Caros,

Este mês estarei ministrando palestra em Fortaleza, com fins beneficentes.
Aos que estiverem por lá, recomendo. O tema, a meu ver, é certamente interessante.
Inscrições pelo link da imagem que segue.



Em tempo:

Este é também o tema da paletra que minstrarei nesta manhã de quarta-feira, 12/09, na feira Green Building Brasil, que começou hoje em São Paulo, com grande sucesso, muito maior do que nas edições anteriores, sinal claro do amadurecimento do mercado da construção sustentável do Brasil.

Mais informações em: www.expogbcbrasil.org.br.


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

NOVO SIMULADOR SOLAR

O simulador solar que entra em operação hoje no Laboratório de Instalações Prediais e Saneamento (LIP), ligado ao Centro Tecnológico do Ambiente Construído (CETAC) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), terá a missão de dar suporte ao desenvolvimento de produtos e de realizar testes para atender a certificação compulsória de aquecedores de água que utilizam coletores de energia solar.
O equipamento recebeu investimento de aproximadamente R$ 3,5 milhões, sendo 90% do Governo do Estado e o restante de CNPq e FINEP, estes últimos órgãos do Governo Federal. O simulador será essencial para determinar a eficiência energética de painéis coletores, mas ele também poderá realizar ensaios em sistemas fotovoltaicos para geração deenergia e outras análises de equipamentos submetidos à influência do Sol.

O simulador recebeu investimento de cerca de R$ 3,5 milhões, com 90% dos recursos provenientes do Governo do Estado. O pesquisador Douglas Messina, que coordenará o trabalho no simulador, explica que o equipamento não é destinado a ensaios de envelhecimento, que contam com câmaras específicas para essa finalidade, mas deve verificar o funcionamento em termos de captação e produção energética.

O principal segmento de atuação do equipamento será o de construção civil, considerando aplicações residenciais, comerciais e industriais. Em todos esses nichos, o mercado segue tendência de crescimento, com destaque para a indústria. “A adoção desses sistemas na indústria é cada vez maior, não só para a produção de água quente, mas também de vapor”, afirma Messina. A aplicação de soluções para geração de energia fotovoltaica também segue em crescimento na indústria.

O simulador se compõe de uma estrutura móvel de acionamento hidráulico e elétrico com lâmpadas especiais. O sistema foi instalado em uma sala com oito metros de pé direito e sistema de ar-condicionado que mantém a temperatura constante, com tolerância de mais ou menos um grau, para garantir a precisão das leituras realizadas.

Com potência de 50 kVA (Quilovoltampere), o simulador pode ser colocado em qualquer plano entre zero e 90 graus para produzir cada situação de estudo desejada. Messina afirma também que a intensidade das lâmpadas é dimerizada, para que sejam estabelecidos diferentes níveis de radiação. “O equipamento é todo automatizado e você pode memorizar a configuração de cada ensaio sem risco de perder dados”, diz.

O simulador também trabalha com sistema de aquisição e tratamento de dados realizados por meio de software e hardware exclusivos e dispõe de uma instrumentação específica para fazer a gestão da vida útil das lâmpadas.

Poucas instituições de pesquisa dispõem de simuladores solares no mundo. No Brasil, agora somente o IPT e o Laboratório Green Solar, da PUC Minas, oferecem serviços com o equipamento. “Creio que esses são os dois únicos simuladores do Hemisfério Sul”, afirma Messina.

As informações geradas nos ensaios com o novo equipamento poderão conferir mais segurança aos projetistas de sistemas de aquecimento de água, o que em última instância terá efeitos benéficos para o meio ambiente. Segundo o pesquisador, mais eficiência significa menor consumo de energia elétrica nos sistemas de apoio a esses aquecedores. “O intuito nosso com o serviço será melhorar a qualidade da engenharia que está por trás desses produtos”, diz Messina. Além de subsídios para a qualidade de componentes, o serviço permitirá produzir conhecimento e diretrizes para melhorar também a instalação dos sistemas.

Certificação – O IPT está participando do desenvolvimento de novas diretrizes para a certificação da qualidade de sistemas solares, trabalho que vem sendo conduzido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e recebe apoio de Eletrobras, Laboratório Green Solar (PUC Minas) e Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Esse trabalho terá como instrumentos o Regulamento Técnico da Qualidade (RTQ) de Equipamentos de Aquecimento Solar de Água, aprovado pela Portaria nº 301 do Inmetro/MDIC de junho de 2012, que reúne requisitos e normas do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE Solar); e a Portaria Inmetro/MDIC nº 352 de julho de 2012, que aprova os Requisitos de Avaliação da Conformidade (RAC) para esses sistemas. Com a consolidação dessas regras, os fabricantes deverão reformular seus produtos, o que representará um salto de qualidade para o setor.

“Ainda temos muito a fazer para popularizar os sistemas solares”, afirma Messina, referindo-se também ao projeto de desenvolvimento de sistemas para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), que compatibilizam as placas coletoras com os chuveiros elétricos tradicionais, na perspectiva de obter uma tecnologia confiável e acessível ao consumidor. “Com o apoio do simulador solar, vamos identificar qual a tecnologia ideal para cada uso”, afirma o pesquisador.

O compromisso com o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis tem levado a indústria e os institutos de pesquisa a conceber soluções híbridas, como é o caso do projeto da CDHU. “A hibridização de sistemas é uma verdadeira tendência a ser explorada”, diz Messina, lembrando que os sistemas de aquecimento a gás também podem trabalhar em apoio aos coletores solares.

Fonte: IPT

Chaminé solar como alternativa para conforto térmico

Por Isabel Gardenal – Os edifícios brasileiros nem sempre são projetados ou construídos de modo a auxiliar os processos naturais para promoção de conforto térmico. Mas uma solução estudada pela arquiteta Letícia Neves em sua tese de doutorado mostrou que a chaminé solar pode ser uma boa estratégia à climatização natural, sobretudo em regiões de clima quente, para refrescar os ambientes internos.

Enquanto num experimento com uma chaminé convencional, alcançou-se uma taxa de 3,7 renovações do ar por hora no ambiente interno, com a chaminé solar chegou-se a 5,5 renovações por hora, para o dia típico de verão no clima de São Paulo. Houve então um incremento de quase 50% na ventilação natural. “Outra vantagem do sistema também está no fato de não fazer uso de eletricidade, contribuindo assim para a economia e a eficiência energética das edificações”, assinala a pesquisadora.

A chaminé estudada foi composta por um coletor solar cujo princípio é o mesmo de um coletor para aquecimento de água, só que visando aquecer o ar: possui uma superfície de vidro, uma câmara de ar e uma superfície negra absorvedora na parte interna do canal. A autora empregou o coletor solar na chaminé para aquecer o ar próximo à cobertura da edificação, a fim de induzir a ventilação natural.

Nesse processo, os raios solares atravessam a superfície de vidro do coletor solar e aquecem a placa absorvedora preta, que vem logo abaixo dela. Consequentemente, há o aquecimento do ar no interior do canal. O coletor solar da chaminé funciona pelo princípio do efeito estufa: o calor entra, mas não consegue sair, causando a elevação da temperatura do ar.

Nos coletores solares convencionais, a água se aquece ao circular em tubos que passam sobre essa placa quente. No caso da chaminé solar, em vez de água, passa o ar. A pesquisadora explica que o ar sofre ascensão por diferença de temperatura. Assim, como o ar quente é menos denso, ele tende a se elevar no interior da chaminé, provocando a sucção do ar do ambiente interno. E quanto maior é a temperatura do ar na chaminé solar, maior é o fluxo de ar por efeito chaminé e a ventilação natural no ambiente, contribuindo para melhorar a qualidade do ar e o conforto térmico.

Na tese, defendida na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC), a pesquisadora constatou que, aplicada a um projeto de arquitetura, essa técnica pode fazer uma grande diferença no resfriamento passivo, ou seja, sem uso de fontes convencionais de energia. No Brasil, lamenta ela, nem sempre existe um investimento em projetos. Por isso, esse ônus é carregado para toda a operação da edificação, sendo que, gastando-se um pouco mais em tal etapa, poupa-se energia.

Ao delimitar a abordagem que iria fazer, a autora da tese resolveu propor um estudo para prédios de baixa altura, um edifício térreo. Apesar disso, ela salienta que também é possível levar essa técnica a prédios com outras dimensões.

A lógica da arquiteta foi a seguinte: quanto mais alto for o edifício, maiores são as possibilidades de se aproveitar as diferenças de altura entre a zona ocupada e a cobertura. E esta diferença é muito importante para incrementar o volume de ar removido pelo sistema. Já num prédio baixo, não haveria grande variação de altura e nem diferença de temperatura elevada entre a cobertura e a zona ocupada.

Segundo a autora, em geral costuma-se associar muito o conforto térmico com a temperatura do ar. No entanto, para o conforto térmico, entram ainda em jogo variáveis climáticas como a velocidade do ar, a umidade relativa e a temperatura radiante (que influencia na troca de calor por radiação entre superfícies – como troca de calor entre a pele e uma superfície envidraçada exposta ao sol, por exemplo).

Todas elas, expõe Letícia, trabalham em conjunto. “Quando a umidade relativa do ar é elevada e a velocidade do ar é próxima de zero, é possível sentir um certo desconforto, semelhante ao que sentimos em dias quentes e abafados. Agora, quando se tem uma velocidade do ar mais elevada, é possível suportar temperaturas e umidades mais altas.”

Inverno e verão – Ao avaliar o uso da chaminé solar para promover ventilação natural, a pesquisadora descobriu algumas possibilidades de uso do sistema. Ela poderia ser adaptada para funcionamento em conjunto com uma lareira. “Uma lareira convencional é utilizada para aquecer, mas dá para fazer uma inversão do sistema no período de verão, com vistas ao resfriamento”, sugere.

No inverno, pode-se empregar um sistema que permita criar uma recirculação. Assim, o ar quente próximo à cobertura, ao invés de sair pela chaminé, volta ao ambiente interno e aquece a zona ocupada. No verão, abre-se a chaminé para o ar quente sair, o que garante um resfriamento do ambiente interno. Neste caso, é preciso prever uma abertura para entrada de ar mais fresco em outra fachada da edificação.

“Na nossa latitude, durante o verão, o sol ocupa posições muito altas no céu e este fato provoca o aumento da intensidade da radiação recebida pelas coberturas e superfícies horizontais”, informa a autora.

Foto:
Phoenix Building – Building Research Estabilishment - BRE, Watford, UK - Por Antonio Macêdo Filho 


Já no Hemisfério Norte, há muitos estudos de chaminés solares em latitudes maiores [o Building Research Establishment (BRE), em Garston, no Reino Unido, é uma edificação que tem chaminé solar].

Para o contexto brasileiro, dependendo da latitude e da época do ano, isso não funciona bem, porque a maior parte da radiação solar incide sobre o plano horizontal. Por essa razão, a arquiteta fez uma chaminé solar na cobertura da edificação e com uma inclinação adequada à latitude local.

Potencial – Qualquer chaminé externa pode ser uma chaminé solar, situa a autora da tese, pois o aquecimento de sua face externa pelo sol aumenta a diferença de temperatura entre o ar da chaminé e o ar da zona ocupada. A ventilação natural, no caso, é propiciada pelo movimento do ar por diferença de temperatura.

A proposta de Letícia e de seu orientador, o professor Maurício Roriz, foi incrementar o processo: aquecer ainda mais o ar na região próxima da cobertura e aumentar o fluxo de ar na zona ocupada do ambiente. A pesquisadora fez um projeto de chaminé solar para a construção de uma célula de teste experimental, construída no campus da Universidade Federal de São Carlos.

Financiado pela Fapesp, o projeto desenvolveu um modelo em escala real com um sistema de monitoramento da temperatura do ar, temperatura superficial e velocidade do ar no canal da chaminé. “Comparamos os dados do interior da chaminé com os dados de variáveis climáticas externas”, conta ela.
Com base no monitoramento, calibrou-se um modelo em um software de simulação termoenergética, o EnergyPlus. A partir daí, passou-se a uma análise de quais parâmetros geométricos e construtivos funcionariam melhor: qual seria o comprimento e a inclinação da chaminé, a profundidade do canal e o tipo de material ideais?

A parte experimental foi a mais complexa, relata a arquiteta, com problemas construtivos e de monitoramento para solucionar, mas serviu de base para calibrar o modelo de simulação. Dele se conseguiram extrair os resultados mais interessantes, contrapondo-se uma chaminé convencional – sem coletor solar para aquecimento do ar – com uma chaminé solar.

Mais alternativas – Os exaustores eólicos são um exemplo de mecanismos para ventilação natural muito empregados em galpões, pois são acionados pela força do vento para renovar o ar ambiente. Fazendo uma correlação com o projeto e comercialização de chaminés solares no mercado, daria para partir dessa mesma linha dos exaustores eólicos. Seriam produzidos módulos de chaminés solares para simplesmente serem instalados na cobertura da edificação.

A saída seria criar um método simples para dimensionar e definir as características da chaminé solar a ser instalada em cada caso. “Agora aguardamos que a chaminé solar entre em escala industrial, com o interesse de alguma empresa”, espera a arquiteta. Até onde se sabe, nacionalmente apenas se fazem pesquisas com chaminé solar para secagem de grãos, de madeira. Em outros países, já existe essa chaminé com aplicação para climatização natural, iniciativa que foi retomada da arquitetura vernacular e ganhou mais espaço por volta da década de 1990.

O trabalho de Letícia conseguiu uma solução geométrica diferenciada, em que foi garantida a máxima irradiância solar no plano do coletor e a manutenção de uma diferença na altura adequada entre as aberturas de entrada e saída do ar da chaminé. Sua pesquisa foi financiada pela Fapesp e uma importante parte dos estudos foi feita em Portugal, onde, sob a supervisão do engenheiro Fernando Marques da Silva, ela realizou uma série de ensaios no túnel de vento do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), situado em Lisboa.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A primeira escola sustentável certificada da América Latina é do Brasil

Por Igor Leal Figueiredo, para Revista Superinteressante e Ambiental Sustentável


A Escola Estadual Erich Walter Heine, inagurada em maio de 2011, no Rio de Janeiro, é a primeira da América Latina a receber o certificado LEED Schools (Leadership in Energy and Environmental Design), do Green Building Council. Poucas têm o selo. Fora os EUA, que concentram 118 construções desse tipo, Noruega, Bali e agora Brasil somam 121 escolas certificadas em todo o mundo.
A lista de características que conferem o status à construção é grande. Um exemplo é o sistema que capta água da chuva para uso nas descargas dos vasos sanitários, nos jardins e na limpeza e chega a economizar metade da água potável disponível no local.
Outras medidas interessantes são:
- Iluminação toda feita com lâmpadas LED, o que reduz em até 80% o consumo de energia. Há também painéis solares para geração de energia limpa;
- Formato da construção pensado para gerar maior aproveitamento da circulação do ar e, por isso, menor necessidade de refrigeração;
- Coleta seletiva e espaço para armazenar lixo para reciclagem;
- Uso de “telhado verde” com vegetação que absorve calor (deixando o ambiente com temperatura mais amena) e melhora o escoamento de água da chuva;
- Bicicletário e vagas especiais para veículos com baixa emissão de poluentes;
- Acessibilidade a alunos com necessidades especiais;
- Tratamento acústico nas salas de aula, corredores e ambientes internos próximos às salas;
- Análise prévia da qualidade do solo para a construção e uso de 70% da permeabilidade natural do terreno;
- Reaproveitamento de 100% do material de entulho gerado durante a obra.

Investimento na escola foi de R$11 milhões. A certificação para construções verdes dialoga com a necessidade cada vez maior de soluções que interliguem construção civil e sustentabilidade. Segundo dados da USP, de 40% a 75% dos recursos extraídos da natureza são utilizados nesse setor, responsável por grandes impactos ambientais ao longo do processo de produção de matéria-prima, transporte, montagem e descarte.
Os “restos” gerados pelas atividades de construção e demolição geram uma massa que chega a representar 500 kg de resíduos por habitante ao ano – mesmo que seja possível reciclar ou reaproveitar a maior parte desses materiais. Por isso, iniciativas que buscam melhorar a eficiência e economia das construções são sempre bem-vindas. Você não acha?




quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Visitas Guiadas Green Buildings em São Paulo EcoBuilding / ArqTours 2012

Caros,

Durante a semana da Construção Sustentável em São Paulo, por conta da feira Green Building Brasil, que ocorrerá em São Paulo entre os dias 11 e 13 de Setembro, no sábado dia 15/09 realizaremos mais uma edição das Visitas Guiadas Green Buildings em São Paulo EcoBuilding / ArqTours.

Clique na imagem abaixo para reservar vaga.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

BNDES e Finep oferecem linhas de financiamento para projetos e estudos em eficiência energética

Vanessa Melo, para o Procel Info, 17.08.12
 
Brasil – BNDES e Finep oferecem linhas de financiamento para projetos e estudos em eficiência energética. O secretário de Energia da Finep, Laércio de Sequeira, e o gerente de Meio Ambiente do BNDES, Guilherme Martins falam sobre as linhas de crédito das instituições e eficiência energética
 
Brasil – Atualmente, a preocupação ambiental tornou-se uma condição mercadológica de sobrevivência empresarial. Nesse cenário, os processos e produtos adquiridos devem apresentar e preencher as exigências, não só legislativas, mas também de clientes conscientes que desejam consumir produtos que foram produzidos com o mínimo de impacto ambiental e desperdício.

A forma como a energia é gerada, distribuída e consumida vem ganhando espaço dentro desse novo panorama e ganhando importância no setor que, atualmente, pode contar com diversas formas de financiamento para o estudo, desenvolvimento e para implantação de projetos de eficiência energética.

A Finep - Financiadora de Estudos e Projetos – e o BNDES oferecem linhas de crédito para empresas do setor de energia que desejam alcançar destaque e índices positivos nesse sentindo.

A Finep, que tem o objetivo de promover o desenvolvimento por meio do fomento público à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas, dispõe de diversas opções, como nos mostra o engenheiro, analista e secretário técnico de Energia e Biocombustíveis da Finep, Laércio de Sequeira.

“O apoio da instituição abrange todas as etapas e dimensões do ciclo de desenvolvimento científico e inovação”, afirma Sequeira, que está constituído em pesquisa básica, pesquisa aplicada, melhoria e desenvolvimento de produtos, serviços e processos.

Para a Financiadora, o importante é o desenvolvimento em benefício do país que possa ser usado de diversas formas por empresas futuramente. O secretário de Energia da Finep exemplifica que “a Finep apoia o estudo e desenvolvimento para se adquirir máquinas e equipamentos mais eficientes, ou a indústria que deseja desenvolver uma lâmpada mais econômica. E não o projeto para a substituição dessas lâmpadas ou a aquisição desses equipamentos.”

(...)

O Inova Brasil não é uma linha específica para o setor de energia, porém pode atender às empresas da área com encargos reduzidos para a realização de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. As operações de crédito nessa modalidade são praticadas com encargos financeiros que dependem das características dos projetos. O apoio ocorre conforme três linhas de ação: inovação pioneira, inovação contínua e inovação e competitividade.

(...)

Já no BNDES, é sabido que para o financiamento de projetos de eficiência energética, o banco possui o ProEsco, que é o principal instrumento de financiamento do setor, que tem a finalidade de promover intervenções que comprovadamente contribuam para a economia de energia, aumentem a eficiência global do sistema energético ou promovam a substituição de combustíveis de origem fóssil por fontes renováveis.

Entre alguns focos de ação possíveis do programa estão a iluminação, a otimização de processos, ar condicionado e ventilação, refrigeração e resfriamento, aquecimento, geração, transmissão e distribuição de energia; gerenciamento energético, melhoria da qualidade da energia, inclusive correção do fator de potência e redução da demanda no horário de ponta do consumo do sistema elétrico.

Clique aqui para saber mais...

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Curso Arquitetura Sustentável - Nova turma em São Paulo


Novas turmas MBA em Construções Sustentáveis pelo país

Caros,

Neste final de semana estamos inaugurando a quarta turma do MBA em Construções Sustentáveis INBEC / UNICID / GBC Brasil em São Paulo. Nas próximas semanas, teremos também aberturas de novas turmas em Fortaleza, Salvador e Porto Alegre e a primeira turma em Belém.

Estes fatos refletem o amadurecimento do mercado da Construção Sustentável por todo o país e contribuem para consolidar ainda mais o curso como o de maior êxito do país na área.

Estamos seguros de estarmos dando contribuição relevante, com a capacitação técnica de profissionais na área, para o desenvolvimento sustentável do país.


Mais informações e insrições para turmas em todo o Brasil em: www.inbec.com.br

Para a 4a turma em São Paulo, com início em 17 de Agosto 2012: (11) 2626 9575 / saopaulo@inbec.com.br


Projeto EcoHHouse testa produtos de construção sustentável

Por Gisele Eberspächer, para Atitude Sustentável, publicado em14/03/2011

EcoHHouse testa produtos de construção sustentável. Casa é construída em São Paulo para testar a eficiência de produtos sustentáveis

O projeto EcoHHouse foi fundado por três empresas (JBN Eletronics, Ambiental MS e Signal System) para mostrar como é possível viver de uma maneira mais sustentável. Junto com outros parceiros, o projeto está construíndo uma casa com recursos sustentáveis, com intenção de testar a eficiência dos itens, que podem ser aplicados em outras construções.

Para João Barassal Neto, coordenador geral do projeto, a casa irá apresentar três recursos fundamentais para a sustentabilidade: um sistema de reaproveitamento da água da chuva, a iluminação feita com tecnologia LED e o aquecimento de água por energia solar.

Modelo de fachada da EcoHHouse: recursos sustentáveis em teste. (Imagem: EcoHouse)

“A mudança de paradigma da maneira como as pessoas estão tratando o desperdício dos recursos naturais, está conscientizando cada vez mais as pessoas para se tornarem ecologicamente corretas e sustentáveis”, explica João.

Para repassar as informações para a sociedade e incentivar iniciativas já existentes no mercado, as empresas podem participar do projeto como parceiros – doando os produtos para que seja testados e aprovados pelo Grupo EcoHHouse. Depois de aprovados, esses produtos fazem parte de uma lista de fornecedores que podem usar a marca EcoHHouse em seus produtos.

João ainda fala que um dos maiores desafios da sustentabilidade hoje é a falta de acesso a produtos ou escolhas sustentáveis: “ A sustentabilidade já está fazendo parte do cotidiano, hoje vemos cada vez mais empresas e pessoas preocupam com o tema. Infelizmente ser sustentável ainda é caro, pois não temos políticas de incentivo de governos e prefeituras para que este custo caia ou se tornem mais baratos com a diminuição de impostos para quem as utilizar”, finaliza.

A casa é em São Paulo e as etapas de construção podem ser acompanhadas pelo: http://www.ecohhouse.com.br/

terça-feira, 14 de agosto de 2012

ARQUITETURA HOSPITALAR APOSTA EM PROJETOS SUSTENTÁVEIS .

Por Márcia Brandão, para Segs.com.br

Um dos assuntos mais discutidos no momento é a sustentabilidade. Para se ter uma ideia, no País há mais de 500 empreendimentos com certificado de construções verdes, conforme dados Green Building Council Brasil. Essa tendência está ganhando também adesão nos projetos das edificações hospitalares.

Para o presidente da ABDEH Fabio Bitencourt a construção de hospitais sustentáveis é um conceito que veio para ficar.

Cada vez mais cresce a preocupação com as construções verdes. Só no Brasil há mais de 500 empreendimentos com a certificação ambiental LEED - Leadership in Energy and Environmental Design registradas pelo USGBC - Green Building Council, organização mundial sem fins lucrativos com representação no Brasil. A estimativa é que até o final do ano o número de prédios verdes ultrapasse a 650, o que torna o Brasil o 4° no ranking mundial atrás apenas dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes. Já para 2013 das novas construções entregues nas cidades de São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro pelo menos 50% delas já terão certificação LEED. No Brasil também há a certificação AQUA - Alta Qualidade Ambiental desenvolvido no País a partir da certificação francesa Démarche HQE.

A tendência de projetos sustentáveis também está crescendo nos edifícios hospitalares. No País, estabelecimentos de saúde como Delboni Auriemo, Fleury Medicina e Saúde e o Hospital Israelita Albert Einstein já adotaram elementos verdes nas suas construções. Para a arquiteta Ana Virginia Carvalhaes de

Faria Sampaio, o conforto e as questões relacionadas com sustentabilidade fazem parte hoje da grande maioria dos projetos. “Podemos verificar, principalmente nos últimos 10 anos, uma maior preocupação com as questões ambientais por parte dos arquitetos responsáveis por projetos na área hospitalar e também por parte dos fornecedores de insumos”, ressalta.

A opinião da especialista é compartilhada por Fabio Bitencourt, presidente da ABDEH - Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar. “O hospital sustentável é um conceito que veio para ficar e cada vez mais estará contido em leis, normas, regulamentos e nos princípios da formação dos arquitetos. Além disso, os materiais de construção, os equipamentos prediais e os métodos de trabalho deverão instruir-se nas bases do desenvolvimento sustentável”, afirma. “Este não é um assunto esgotável, muito pelo contrário, ele é dinâmico e complexo, assim como os componentes da assistência à saúde e dos edifícios concebidos para tal”, completa.

Segundo Ana Virginia, autora da tese de doutorado “Arquitetura hospitalar: projetos ambientalmente sustentáveis, conforto e qualidade. Proposta de um instrumento de avaliação”, pela FAUUSP - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, para projetar um edifício hospitalar verde deve-se levar em consideração os seguintes aspectos: ambientais - preocupação em adequar o projeto ao meio ambiente aproveitando os recursos naturais locais; econômico - utilização de sistema construtivo racional, padronização, flexibilidade, modulação, reutilização de materiais evitando desperdícios e produção de resíduos, mão de obra qualificada e tecnologia que permita redução no consumo de energia e de água; sociais - preocupar com a satisfação dos usuários envolvidos em todas as etapas da construção e o que é fundamental, sem se esquecer das questões estéticas. “Projetar um edifício hospitalar sustentável é projetar levando em consideração os princípios básicos da Arquitetura e Urbanismo, é fazer Arquitetura”, assegura.

De acordo com a arquiteta, um projeto que procura utilizar recursos naturais resultará em um ambiente saudável, de qualidade e possibilitará aos seus usuários maior satisfação e bem-estar nas atividades que ali serão desenvolvidas. “Arquitetura sustentável é aquela compromissada com o conforto ambiental, adequada ao clima local, integrada ao entorno, preocupada com a qualidade do ambiente e com a satisfação do seu usuário”, explica. “Também pode minimizar o desconforto de ambientes hospitalares geralmente frios, impessoais, com odores e ruídos peculiares, com pessoas sofrendo e profissionais apressados, tornando-os mais humanos”, completa.

A arquiteta Ana Virginia Carvalhaes de Faria Sampaio estará presente no V Congresso Brasileiro para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar, promovido pela ABDEH no mês de setembro, em São Paulo.

ABDEH (www.abdeh.org.br)

Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar

A ABDEH foi criada, em maio de 1994, com o objetivo de promover, desenvolver, difundir sobre estudos da edificação hospitalar, que vão desde seu planejamento até a operacionalização. Além disso, a Associação conta com a união de profissionais das áreas de arquitetura, engenharia, administração hospitalar e medicina, com o intuito de contribuir para a melhora dos serviços de saúde e também ter representatividade junto aos órgãos governamentais e não governamentais, entidades públicas e privadas, no Brasil ou no exterior.

A Associação conta com cerca de 600 associados espalhados pelo Brasil, entre eles, profissionais liberais e pessoas jurídicas como, escritórios de engenharia e arquitetura, construtoras e empresas de grande porte. Dentre suas atividades estão: cursos, congressos, palestras e visitas técnicas a hospitais, sendo que o principal evento bienal é o Congresso Brasileiro para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar, que terá sua 5ª edição, em setembro, na cidade de São Paulo.

Atualmente, a ABDEH é presidida por Fábio Bitencourt, conta com uma sede instalada em São Paulo e 17 regionais nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Pará, Distrito Federal, Roraima, Santa Catarina, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Piauí.

Comentário:

A ABDEH apóia e recomenda a seus associados, inclusive com a possibilidade de descontos, o curso de ESPECIALIZAÇÃO EM ARQUITEURA HOSPITALAR, promovido pelo INBEC, com chancela da UNICID - Universidade Cidade de São Paulo.

Fábio Bitencourt, da ABDEH, Arthur Brito, da Kahn do Brasil, Augusto Guelli, da Bross Consultoria, Ronald Góes e outros profissionais de renome do setor da Arquitetura Hospitalar brasileira fazem parte do corpo docente do curso, coordenado pela Prof. Arq. Elza Costeira.

Em São Paulo, a primeira turma terá início em Setembro 2012. Há ainda vagas disponíveis. Para mais informações e matrículas, favor consultar: (11) 2626 9575 / saopaulo@inbec.com.br.

Estádio com Energia do Sol

Publicado em Ambiente Energia

Quando estiver pronta em 2013, a Arena Pernambuco será capaz de receber 46 mil torcedores, oferecendo não apenas conforto e segurança, como também o comprometimento com a sustentabilidade. Para isso, o estádio multiuso que está sendo erguido em São Lourenço da Mata contará com uma usina solar capaz de gerar a produção de 1.450 MWh/ano, o equivalente ao consumo de energia de 1.200 residências. O início da implantação está previsto para o segundo semestre de 2012, com expectativa para entrar em funcionamento até junho de 2013, quando a arena irá receber três jogos da Copa das Confederações.

A energia produzida pela usina, que será instalada em uma área contígua à Arena Pernambuco, será destinada ao estádio por meio de painéis fotovoltaicos que vão captar a luz emitida pelo sol. Módulos solares, que compõem o sistema, transformam a luminosidade em energia elétrica e, com o auxílio de um inversor, a corrente contínua passa a ser alternada. A partir desse momento, a energia produzida pode ser entregue para o sistema elétrico do estádio ou para a rede de distribuiçãoconvencional.

Esse processo vai diminuir o risco de perdas de transmissão, pois a energia será produzida e consumida no local. O baixo custo de manutenção permite a geração distribuída, reduzindo as despesas globais de energia. Além disso, traz benefícios ambientais, por ser uma fonte renovável e não poluente. “A instalação da usina solar fotovoltaica em um estádio que sediará partidas da Copa do Mundo representa uma excelente vitrine para a difusão de utilização de fontes renováveis de energia elétrica. Indiscutivelmente, a geração de energia solar representa uma significativa contribuição ao meio ambiente”,ressalta a assessora de eficiência energética do grupo Neoenergia, Ana Cristina Mascarenhas.

Com investimento de R$ 13 milhões, a instalação da usina solar faz parte de um Projeto Estratégico de Pesquisa eDesenvolvimento – “Arranjos Técnicos e Comerciais para Inserção da Geração Solar Fotovoltaica na Matriz Energética Brasileira”, lançado em agosto de 2011 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e que será realizado pelo Grupo Neoenergia, por meio da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), e pela Odebrecht Energias Alternativas, em parceria com o governo de Pernambuco.

A instalação dessa usina levará a Arena Pernambuco a integrar um grupo de estádios que são contemplados com esse tipo de energia renovável. Entre eles, estão os americanos Qwest Field, em Seattle, e AT&T Park, em São Francisco, além do alemão EasyCreditStadium, localizado em Nuremberg. Já no Brasil, os estádios do Rio de Janeiro (Maracanã), de Belo Horizonte (Mineirão) e de São Paulo (Itaquerão) também receberão sistemas solares

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Rumo à rede elétrica inteligente

Por Manuel Alves Filho, para o Jornal da Unicamp

Embora tenha tomado algumas providências, o Brasil ainda precisa fazer uma extensa lição de casa para poder criar as condições necessárias à implantação da chamada smart grid (rede inteligente) no seu sistema elétrico. A opinião é de Carlos Alberto Fróes Lima, que acaba de defender tese de doutorado sobre o tema, na Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp, sob a orientação do professor Gilberto de Martino Jannuzzi.

De acordo com o autor do trabalho, questões ligadas à legislação e regulação do uso dessa nova tecnologia seguem aguardando soluções. “A previsão é de que ostestes em âmbito nacional possam começar em 2013. Até agora, porém, não foram definidos pontos cruciais como as especificações dos novos medidores e nem mesmo os valores das tarifas. O país ainda está se organizando para estabelecer essas diretrizes”, analisa.
Fróes afirma que tais providências são urgentes e fundamentais porque o advento da smart grid proporcionará uma “revolução” do ponto de vista de controle e efetividade dos serviços tanto nos setores de geração, transmissão e distribuição da energia elétrica, quanto no comportamento do consumidor e na relação deste com as concessionárias do setor.

“O conceito de smart grid ainda não está disseminado no Brasil, sendo um assunto novo por aqui. Entretanto, ele é muito abrangente, envolvendo muito da eficiência energética e já vem sendo aplicado há algum tempo nos Estados Unidos, Japão e países europeus. A tecnologia cria uma série de possibilidades técnicas, operacionais e também de negócios”, elenca o pesquisador.

Dito de modo simplificado, o que se pretende com a introdução da smart grid é dotar a rede elétrica de inteligência, de modo que ela possa ser operada e controlada de forma digital (usando equipamentos com tecnologia de comunicação de dados em cada ponto da rede) e com mais eficiência. Atualmente, explica o autor da tese, a geração já dispõe de tecnologias inteligentes, que ajudam a manter a oferta em níveis adequados, mas também tem seus desafios de inovação.

A disposição, agora, é fazer com que a transmissão e a distribuição também atinjam um patamar de operação e supervisão superiores. Uma das alternativas, segundo Fróes, é instalar sensores nos diversos pontos da rede. Com isso, as concessionárias teriam como monitorá-la remotamente, identificando em tempo real eventuais interrupções no fornecimento, perdas técnicas e até mesmo furtos de energia.
Mais do que isso, por meio do medidor eletrônico, que deverá substituir o conhecido “relógio” eletromecânico, tanto a empresa fornecedora quanto os próprios clientes terão como acompanhar de maneira mais próxima e frequente o consumo. “Atualmente, um funcionário vai uma vez ao mês até a residência do cliente para registrar o quanto foi consumido no período anterior.

Com os recursos da smart grid, isso poderá ser feito a cada 15 minutos, por exemplo, pelas duas partes. Isso fará com que as pessoas possam ter maior controle sobre seus gastos com energia e a concessionária conheça melhor os hábitos dos seus clientes”, detalha Fróes. Além dessas vantagens, prossegue ele, a tecnologia também permitirá que sejam estabelecidas tarifas diferenciadas conforme o período do dia e conforme o consumo.

O pesquisador observa que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), reguladora do setor, já estabeleceu uma primeira resolução nesse sentido. O documento prevê que o custo da energia no horário de pico será cinco vezes maior do que nos momentos de baixo consumo. “Com isso, o consumidor poderá programar melhor o uso da energia elétrica e, eventualmente, baixar o valor da sua conta. Em vez de tomar banho entre 18h e 21h, por exemplo, ele poderá deixar para fazer sua higiene pessoal depois desse período, quando a tarifa será menor”, exemplifica Fróes. Ocorre, entretanto, que as tarifas a serem praticadas ainda dependem de regulamentação. “Ou seja, a tarifa no horário de pico vai ser cinco vezes maior em relação a que valor? Isso ainda não foi definido”, acrescenta o autor da tese.


Segundo ele, uma consequência dessa possível mudança de atitude por parte dos consumidores poderá ser a redução dos investimentos em geração de energia. Ele esclarece que a oferta do serviço não é estimada a partir de uma demanda média, mas com base no pico de consumo. “Ora, se houver uma redução importante do consumo no horário de pico, a geração poderá ter um planejamento operacional diferenciado. Ou, dito de outra maneira, o país poderá crescer e se desenvolver sem que haja a necessidade de investimentos tão grandes em novas gerações”, imagina.

Outra alteração que a smart grid poderá introduzir diz respeito à atuação das concessionárias. Fróes diz que, assim como acontece em outros países, as empresas brasileiras poderão ser autorizadas a fornecer outros produtos e serviços além da energia elétrica. Nos Estados Unidos, por exemplo, as companhias do setor podem vender o serviço de operar eletrodomésticos considerados “inteligentes”. Além de serem eficientes e apresentarem um baixo nível de consumo de eletricidade, os aparelhos podem ser operados à distância pelas concessionárias. “Nesse caso, o cliente autoriza a empresa a desligar remotamente o seu aparelho quando chega o horário de pico e quando a oferta de energia não é suficiente para atender toda a população. Isto pode evitar apagões.

O cliente também pode acionar ou pedir à concessionária para que o aquecedor seja acionado uma hora antes de ele chegar em casa, durante o inverno”. Ainda no campo das possibilidades, a smart grid pode criar também a figura do consumidor-fornecedor. Desse modo, aquela pessoa que dispõe de um sistema doméstico de geração de energia eólica ou fotovoltaica poderá transferir o excedente da sua produção para a rede, sendo remunerado por isso. “Nessa hipótese, o medidor eletrônico registrará tanto a entrada quando a saída de energia. Mas, para que isso aconteça, será necessário ainda o estabelecimento de normas para não haver interferências de frequências na rede de energia. Do mesmo modo, é preciso estabelecer as especificações técnicas dos medidores, para que os aparelhos executem as funções desejadas”, adverte Fróes.

Por fim, o pesquisador lembra que a smart grid poderá se constituir em uma grande oportunidade de negócios no Brasil. Ele observa que os aproximadamente 58 milhões de medidores domésticos convencionais terão que ser substituídos por equipamentos mais modernos. “Esses aparelhos precisão ser fabricados, instalados e consertados, quando for o caso, por alguém. Isso representará a criação de novas empresas e de um importante número de empregos, com a consequente geração de riquezas para
o país”, entende o autor da tese.

Ao ser questionado sobre quem pagará a conta por toda essa “revolução”, Fróes é direto: “Todos pagaremos, de alguma forma”. De acordo com ele, não se pode afirmar, num primeiro momento, que haverá redução do preço de tarifa por causa da adoção da rede inteligente. Ao contrário, a fase inicial exigirá altos investimentos, o que deve trazer algum tipo de impacto para o bolso do consumidor. “O Brasil vai ter que decidir como isso será feito. No Reino Unido, ficou definido que os clientes é que arcariam com o custo de instalação dos novos medidores. Aqui, a solução terá que ser discutida, inclusive com a
participação da sociedade”, pondera.

Um aspecto que parece claro, completa Fróes, é que a implantação da smart grid no sistema elétrico brasileiro é uma medida inevitável, em razão das vantagens que ela trará. “Atualmente, nossa rede, que começou a ser implantada na primeira metade do século 20, está obsoleta. É preciso atualizá-la. Penso que esse avanço em direção a uma rede inteligente será feito aos poucos. Afinal, não é possível mudar o setor da noite para o dia. Assim, vamos introduzir alguns neurônios progressivamente, de modo que ela fique cada vez mais inteligente. Outros países já fizeram isso com sucesso.

Nós também devemos chegar lá, mas é preciso reafirmar que muitas questões legais, técnicas e operacionais ainda não foram estabelecidas. Sem essas diretrizes, não iremos a lugar algum. Se a lição de casa não for feita com urgência e competência, os consumidores e o país sairão perdendo”, analisa.
Atualmente, a smart grid tem tido alguns de seus recursos testados, de forma piloto, em duas cidades brasileiras: Sete Lagoas, em Minas Gerais, e Parintins, no Amazonas. Na cidade mineira, foram instalados novos medidores e modernos sistemas de telecomunicação, que permitem a troca de dados entre os equipamentos de campo e as centrais computadorizadas.

Com isso, a concessionária local tem como monitorar os níveis de consumo da população, bem como identificar, em tempo real, eventuais interrupções no fornecimento de energia. Já no município amazônico, foram instalados sensores em vários pontos da rede de distribuição, que também permitem a intervenção imediata da fornecedora em caso de falhas no sistema. São testes como estes que poderão ser realizados em dimensão nacional em 2013. No ano seguinte, a tecnologia deverá entrar em operação comercial.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Edifício comercial da Pedra Branca é um dos primeiros em SC a receber pré-certificação LEED

Selo sustentável internacional concedido ao Office Green deve mudar cultura da construção civil catarinense, afirma consultor
O edifício comercial Office Green em construção na Pedra Branca, em Palhoça, será o primeiro prédio verde em Santa Catarina. Nesta quinta-feira (14), os executivos da incorporadora responsável pelo empreendimento receberam a pré-certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) de construção sustentável, concedido pelo Conselho de Construção Sustentável dos EUA (USGBC). O documento enviado pela organização internacional foi entregue pelo consultor Marcio Orofino, da ENE Consultores, a Valério Gomes, presidente da Pedra Branca.
Mais do que um reconhecimento dos princípios sustentáveis do grupo Pedra Branca e do compromisso oficial na implantação de estratégias de alta performance ambiental e eficiência energética no Office Green, a pré-certificação em solo catarinense é o primeiro passo para a introdução de uma nova cultura na construção civil e no mercado imobiliário estadual. " O pioneirismo da Pedra Branca está no desenvolvimento de projetos e construções sustentáveis que significam uma mudança de paradigmas no setor e em toda cadeia da construção civil ", afirma Orofino. Atualmente no Brasil existem 54 edifícios com certificação LEED e 543 em busca do selo de sustentabilidade, segundo dados do Conselho de Construção Sustentável do Brasil (GBC Brasil). Depois de concluído no fim de 2013, o Office Green deve ser o primeiro a conquistá-lo no estado.

Para Gomes, que fez questão de reunir todos os colaboradores da Pedra Branca no ato de recebimento da pré-certificação, esta é uma conquista emblemática. " Prezamos pela sustentabilidade e trabalhamos para construir um bairro com menor impacto ambiental possível. O selo LEED serve para atestar para o Brasil e o mundo o nosso compromisso com a qualidade de vida das pessoas e o meio ambiente ", ressalta. Segundo ele, todos os prédios comerciais que serão construídos no bairro daqui para frente deverão ser certificados.

Fonte : www.gbcbrasil.org.br

domingo, 15 de julho de 2012

Alunos do MBA em Construções Sustentáveis em Fortaleza recebem certificado de conclusão de curso

Caros,

Com satisfação, compartilho com os colegas que foram entregues este mês os primeiros certificados de conclusão de curso dos agora recém pós-graduados da primeira turma do MBA em Construções Sustentáveis, em Fortaleza, na sede do Inbec.


Parabéns aos colegas, agora especialistas em Construções Sustentáveis: Arq. Zaldo Sotero, Arq. Kathia Román, Arq. Ricardo Werther, Arq. Max Frota, Eng. José Soares e Arq. Bosco Dantas.