sexta-feira, 28 de novembro de 2008

GreenBuild Conference & Expo - Boston 2008

Caros amigos,

Acabo de chegar de Boston, onde participei da GreenBuild Conference & Expo 2008 evento anual promovido pelo USGBC e que se tornou este ano provavelmente o maior evento de Construção Sustentável do mundo.

Em parceria da Câmara de Arquitetos com o GBC-Brasil, organizamos a Missão Técnica Green Buildings em Nova York e Boston, que reuniu profissionais de várias empresas brasileiras que têm se dedicado a diferentes setores da construção sustentável no país. Em uma próxima postagem aqui no blog, tratarei especificamente da nossa missão.

Agora relato um pouco sobre o evento, que apresenta alguns números bem eloquentes, como costumam ser as coisas nos EUA.

O Boston Convention Center ficou totalmente tomado por 4 dias, onde se realizaram a feira e a conferencia, com mais de 2.000 empresas expositoras (dentre as quais uma brasileira, a SustentaX), os 240 workshops programados em dezenas de salas e mais de 30.000 participantes de diversas partes do mundo.

A operação do serviço de almoço para 15.000 pessoas simultaneamente exigia uma logística semelhante a uma operação de guerra (o que eles fazem como nenhum outro país do mundo).
O serviço online de informações e programação das agendas individuais dos participantes, em meio a tantas opções e tamanha variedade de assuntos, funcionou bem. Todos sabiam onde ir e quando ir. Filas aceitáveis. O serviço de shuttle para os hotéis também funcionou bem. Internet wireless em toda parte. Em resumo, organização praticamente perfeita. Soube que em edições anteriores as coisas não tinham funcionado tão bem. Mas em Boston, tudo parecia estar acontecendo como planejado.

É certo que muitas palestras tinham temas recorrentes e por vezes redundantes, mas os workshops técnicos, especialmente aqueles que tratavam de certicação ambiental (leia-se: LEED) foram, segundo alguns de nossos companheiros de viagem que assistiram a alguns deles, muito elucidativos.

Segundo eles, que atuam na área pelo CTE, foi gratificante perceber que nos projetos brasileiros nos quais se está buscando a certificação LEED, nós não estamos em nada defasados em relação aos melhores casos dos EUA, tanto em processos e métodos quanto na qualidade do produto da construção.

Constatou-se ainda que, tanto lá quanto aqui, as universidades permanecem deslocadas da realidade de mercado, propondo muitas vezes soluções viáveis tecnicamente mas não comercialmente.

Os desafios são proporcionais ao tamanho do mercado e a crise financeira que se iniciou no mercado imobiliário nos EUA provavelmente trará consequências adversas, mas acredito que podemos crer, a partir desta vista à GreenBuild Conference & Expo de Boston, que o caminho em direção à sustentabilidade é mesmo sem volta.

A indústria da construção, que é também cada vez mais global, já percebeu sua cota de responsabilidade e, afinal, como disse o arquebispo Desmond Tutu em sua palestra na abertura do evento: "God is green".

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Arquitetura e Sustentabilidade em Porto Velho

No mês passado estive em Porto Velho como professor convidado no curso de Arquitetura da Uniron, Universidade de Rondônia, que está formando a sua primeira turma. A disciplina: Arquitetura Sustentável.

É notável que já desde início a coordenação do curso, na pessoa da colega Arq. Cristina, esteja buscando oferecer aos seus graduandos a melhor formação que se possa obter, especialmente em se tratando de uma região onde ainda muito o que se fazer em prol da sustentabilidade. Abordo aqui apenas alguns aspectos, que puder observar.

Esta foi a minha segunda visita a Porto Velho e à Uniron e nas duas oportunidades, pude perceber, sobrevoando a porção sul da Amazônia, como há, de fato, ainda muitas queimadas, em pontos diversos aparentemente isolados no meio da imensa floresta. É mesmo preciso que se ofereça estímulo convincente o suficiente fazer um proprietário de terras manter a sua parte de floresta e obter retorno por isto. Ou seja, dinheiro. É o que precisa.

Nos dois hotéis em que estive, em todos os quartos, nos banheiros são utilizados chuveiros elétricos. Não vi instalações de coletores solares em nenhuma parte e a região, que está a apenas 8 graus de latitude sul, é, portanto, de sol abundante e praticamente constante todo o ano. Detalhe: os chuveiros consomem energia elétrica que é em grande parte produzida em usinas térmicas a diesel! Pior: o combustível, que não é produzido localmente, tem de ser trazido de barco de Manaus, em uma viagem de 7 dias. Sem comentários.

Mas, as coisas estão mudando. As duas únicas usinas hidrelétricas em construção atualmente no Brasil estão sendo feitas no Rio Madeira, em Rondônia e serão capazes de atender não apenas a demanda da região como contribuirão para o progresso do país injetando mais energia no sistema elétrico nacional.

As duas novas usinas, chamadas Santo Antônio e Jirau, serão as primeiras a terem sido aprovadas pelo ministério do Meio Ambiente segundo as novas e mais exigentes regulamentações ambientais que foram aprovadas pela então ministra Marina Silva, que inclusive é da região (nasceu no Acre). Estas novas normas colocam o Brasil entre os de legislação ambiental mais avançada do mundo (uns diriam mais restritiva do mundo) e farão destas novas usinas hidrelétricas as mais ambientalmente responsáveis do planeta.

Um exemplo para muitos países, especialmente para a China, onde recentemente foi inaugurada a usina de Três Gargantas que, além do imenso impacto ambiental, provocou um dos maiores movimentos migratórios que tem registro na história da humanidade, obrigando mais de 4 milhões de pessoas a deixarem as suas vilas, que foram inundadas.

Espero que quando a energia elétrica vier a ser produzida de forma renovável em Porto Velho, os arquitetos locais (muitos deles terão já sido formados lá mesmo), saibam utilizá-la de forma eficiente e ponderada, valorizando a que recebemos gratuitamente do sol e do vento, de forma que nos aproximemos da almejada sustentabilidade.

Se assim for, ficarei satisfeito em ter podido contribuir um pouco e terão valido a pena as minhas visitas a Porto Velho, onde espero voltar em breve, para rever os novos amigos.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Caros amigos,

Foi realizada neste início de mês mais uma turma do meu curso "Arquitetura Sustentável", na Câmara de Arquitos, em São Paulo.

Mais uma vez, recebemos colegas de diversas partes do Brasil, buscando se desenvolver neste tema que tem ganho importância notável ultimamente.

Tardiamente, é fato, mas não tarde demais, por que, assim como estes colegas que estiveram no curso, muitos mais pelo país já sabem que nossa responsabilidade como projetistas é enorme quanto à contribuição que podemos dar para o uso responsável da energia e dos recursos naturais.

Vejam a seguir algumas opiniões dos participantes desta turma do curso:

“Achei o curso fantástico! Ótima didática, bastante informação, novidades. Era o que eu esperava.”
Arq. Luana Afio Cavalcante, Autônoma – Fortaleza/CE

“Estudei em escola técnica de edificações e posteriormente fiz o curso de arquitetura e urbanismo, na UFBA. Posso dizer que depois de 30 anos em contato com a Arquitetura, hoje me lembrei por que escolhi esta profissão.”
Arq. Hermann Navarro Jacques, IURD – Salvador/BA

“O curso foi maravilhoso, consegui entender como funcionam os materiais aplicados para a sustentabilidade e como valorizar o projeto.”
Arq. Kátia Silene Minghella, JNT Engenharia – São Paulo/SP
“O curso foi meu primeiro contato efetivo com a arquitetura sustentável e achei excelente, abre os horizontes através do conhecimento vasto do professor.”
Arq. Tatiana França Pitta Campos, Vector Arquitetura e Consultoria Ltda – Rio de Janeiro/RJ
“O curso foi muito relevante para introduzir as soluções de eficiência energética no projeto de edificações”
Arq. Rosana Silva Vieira, Patrícia Penna Arquitetura e Design - Taubaté/SP
Muito obrigado aos colegas.
Para saber sobre as próximas turmas do curso, fique atento à programação da EcoBuilding.